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598 I SÉRIE - NÚMERO 19 

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Em 25 anos, Portugal encerrou fora do seu tempo o ciclo do império e apostou no comboio europeu, começando, naturalmente, por entrar na última carruagem.
Mas não nos resignámos e, por isso, definimos e aplicámos uma nova estratégia nacional de modo a, por um lado, estarmos no centro do processo de integração europeia, presentes no pelotão de arranque da moeda única e assumindo uma posição impulsionadora da construção da Europa política, e, por outro lado, constituirmo-nos na primeira frente atlântica da Europa, reencontrando-nos com os verdadeiros valores universais da nossa identidade e, ultrapassada a fase inicial limitada às relações com os novos países africanos de expressão portuguesa, inserindo-nos plenamente na mundialização das relações internacionais.

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Muito bem!

O Orador: - É com enorme alegria que começo a sentir os frutos daquilo a que poderíamos chamar a «redescoberta» do Brasil e que vejo Portugal ser respeitado como um país que não se limita a atrair investimento externo para se desenvolver, mas cujas empresas e grupos económicos se tornam elas próprias internacionais, investindo na Europa, na América Latina, em África e, ainda que, incipientemente, na própria Ásia.
Foi um passo indispensável para a valorização da nossa posição geoestratégica, que é a de quem se quer assumir como plataforma de relacionamento da Europa com o mundo. Temos uma língua que é falada por cerca de 200 milhões de seres humanos; temos uma cultura cuja identidade decorre de uma encruzilhada de civilizações; temos uma costa ao longo da qual passa mais de metade do comércio externo europeu; temos uma posição privilegiada face ao desenvolvimento das redes mundiais de telecomunicações.
Estamos no final de um mandato que coincide com os 25 anos da revolução libertadora e com a preparação da viragem do século. Afirmamos uma presença actuante na construção da nova arquitectura das relações internacionais, como membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, da União Europeia, do espaço ibero-americano, da comunidade euro-atlântica centrada na NATO. Eis-nos no contexto, no tempo e no espaço propícios para mobilizar a sociedade portuguesa para ganhar o século XXI.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - E, se ganhar o século XXI é indispensável, ganha-se o século XXI lançando, desde hoje, as bases que nos permitam ultrapassar, de uma vez por todas, o atrasa qualitativo em relação aos nossos parceiros europeus, para o qual, durante séculos, nos deixámos relegar.

Aplausos do PS:

Este o grande desígnio nacional que propomos aos portugueses para o próximo ciclo da abertura do milénio: construir uma sociedade aberta, baseada na criatividade e na inovação, num espaço bem ordenado, com um urbanismo de qualidade e um ambiente valorizado, com mais qualificação das pessoas, melhores empregos, bem remunerados e de alta produtividade, com uma boa rede de apoio às famílias, com acesso fácil e de qualidade aos cuidados de saúde, com uma participação generalizada na sociedade da informação, com uma administração pública amiga do cidadão, core o firme desígnio de eliminar a pobreza e a exclusão.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Estamos, pois, agora a lançar a estratégia e os projectos da próxima década.
O intenso debate nacional em torno da preparação do plano nacional de desenvolvimento económico e social e do III Quadro Comunitário de Apoio é disso prova concludente. A respectiva visão estratégica virá em breve, e pela primeira vez, a este Parlamento, para debate pelas Sr.as e Srs. Deputados.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Os quatro anos que se concluem no final da execução deste Orçamento dão-nos razão para pensar que esta aparente utopia é possível. Saibamos reforçar a nossa auto-estima, acreditemos no valor, no trabalho e na capacidade dos portugueses para vencer este desafio.

Aplausos do PS.

Como aqui disse há cinco meses no discurso do Estado da Nação e hoje quero repetir enfaticamente: «O êxito da Expo 98 não é uma sorte. A moeda única não aconteceu por acaso. O nosso crescimento económico não é um milagre. Tudo aponta no mesmo sentido. Tudo justifica que cada vez mais tenhamos orgulho em nós próprios, que desenvolvamos a nossa auto-estima e a nossa confiança no futuro».

Aplausos do PS.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Quando assumimos funções, há três anos, a economia portuguesa crescia consideravelmente menos do que a média europeia. O desemprego aumentava preocupantemente. Era generalizada a descrença, que tivemos de enfrentar, nos meios governamentais, financeiros e na imprensa internacional sobre a capacidade de Portugal integrar a moeda única desde o seu início. A prova disso era o crescente diferencial das taxas de juro entre Portugal e a Alemanha, entre 1993 e 1995, revelador da desconfiança dos mercados internacionais. A sociedade portuguesa estava possuída por uma onda de pessimismo e de descrença. Face à dificuldade adicional de o Governo não dispor de maioria na Assembleia da República, não eram poucos os que, então, vaticinavam o rápido fracasso da actual experiência governativa e, mesmo, a nossa queda em poucos meses.
Passaram três anos e tudo se inverteu. Começámos, e continuamos, a ter um crescimento económico claramente acima da média europeia. Atingimos, em 1997 e 1998, níveis recorde de investimento público e privado, aumentando-o a um ritmo duplo do da Europa; há 21 meses consecutivos que o desemprego, em termos homólogos, diminui em Portugal; temos, hoje, taxas de juro praticamente idênticas às alemãs, o que se tornou num enorme benefício para as empresas e para as pessoas, sobretudo ao nível das classes médias - as já quase 450 000 casas compradas, nestes três anos, com crédito bancário são disso

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