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654 I SÉRIE - NÚMERO 20 

constituiu o Conselho das Comunidades Portuguesas, por vontade expressa da Assembleia da República, esse Conselho passou a ter sede nesta mesma Casa.
A Assembleia da República quis, com isso, estou convencido, Sr. Presidente, Srs. Deputados, dar um sinal claro de que, até por viver no ambiente desta Casa, este Conselho Permanente das Comunidades deveria afeiçoar-se cada vez mais à ideia do verdadeiro parlamento das comunidades.
Nesse sentido, os conselheiros, seus membros, são, de algum modo, nossos pares, pois são também representantes legítimos da outra parcela de portugueses que está no estrangeiro.
Entre eles, José Manuel Ribeiro Ferreira marcou uma posição na Venezuela, marcou-a aí através dos meios de informação e marcou-a também no meio de toda a comunidade portuguesa e de toda a diáspora portuguesa no mundo. Foi um homem bom e diligente, que contribuiu para dar unidade a esta diáspora de quatro a cinco milhões de homens dispersos pelo mundo.
Ao apresentar este voto, queremos prestar-lhe a homenagem que ele merece e, ao mesmo tempo, saudar o Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas, lamentando a perda que sofreu.

Aplausos do CDS-PP e do PS.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Manuela Aguiar.

A Sr.ª Manuela Aguiar (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em nome do PSD, quero associar-me plenamente ao sentido deste voto.
José Manuel Ribeiro Ferreira era dm jovem que emigrou do Porto para Caracas, onde se impôs, pela sua inteligência e combatividade, como jornalista e como político, porque os conselheiros do Conselho das Comunidades é como políticos que têm de ser considerados, uma vez que foram eleitos por sufrágio directo e universal.
A sua inteligência revelava-se bem na forma como actuou no jornalismo e na política. No jornalismo actuou com uma enorme discrição e respeito pelas normas de conduta ética e com uma certa reserva que muito ajudada á sua objectividade; na política, pelo contrário, o respeito pelas mesmas normas de conduta ética levaram-no a tomar um papel de primeiro plano e a lutar sem meias-tintas, sem meias palavras, pelas suas ideias e pelos seus projectos.
Foi líder de uma das listas concorrentes ao Conselho das Comunidades, impôs-se a nível do Conselho e foi eleito para o seu Conselho Permanente, onde sempre o ouvimos lutar desassombrada e frontalmente por aquilo em que acreditava. Lembraremos sempre essa combatividade.
Talvez ele tenha vivido intensamente demais, trabalhado demais, lutado demais e talvez por isso morreu cedo demais.
Lembramo-lo ainda na última reunião do Conselho das Comunidades, nesta Casa, pelo seu dinamismo, as suas intervenções sempre oportunas e acaloradas; lembramos também a sua simpatia e a sua companhia naquela última visita à Expo 98, pois quando lhe dissemos «adeus, até breve!» não sabíamos que nunca mais nos iríamos reencontrar.
Mas José Manuel Ribeiro Ferreira, tal como o Agostinho Macedo, outro jovem conselheiro já falecido, está vivo na nossa memória e no CCP que ajudou a fundar. Em reuniões futuras, vamos sentir a sua falta, mas vamos também sempre sentir a sua presença como exemplo para prosseguirmos no caminho dessa instituição em que partilhámos projectos e fomos companheiros.
Ele estará sempre connosco, na nossa memória e na do Conselho.

Aplausos do PSD, do PS e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Luís.

O Sr. Carlos Luís (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Também a bancada do PS se associa a este voto de pesar pelo falecimento do Conselheiro José Manuel Ribeiro Ferreira, que foi um homem generoso, bom, solidário e que faz falta, em primeiro lugar, à sua família mas também às Comunidades Portuguesas, pelo entusiasmo e pelo contributo positivo que sempre deu às causas pelas quais lutou. Desde logo, deu um forte contributo à criação do Conselho das Comunidades Portuguesas através das propostas que fez chegar à Secretaria de Estado das Comunidade Portuguesas.
Foi um homem que acompanhou de. perto as actividades da Cátedra de Português na Universidade Central de Caracas, foi responsável pelo movimento associativo na Venezuela, depois foi eleito Conselheiro das Comunidades Portuguesas e pertenceu ao Conselho Regional das Comunidades Portuguesas da América do Sul.
José Manuel Ribeiro Ferreira foi um homem que deixou uma marca no movimento associativo e nas comunidades, um homem que se empenhou pela sua solidariedade, ajudando os mais fracos e estando sempre presente nos momentos em que a comunidade portuguesa, sobretudo na Venezuela, necessitava daqueles que maior disponibilidade e mais capacidade tinham para, em nome dela, saber interpretar as legítimas aspirações dos portugueses que ali trabalham e residem.
Não imaginava eu, há cerca de dois meses, quando pela última vez estive com ele, quê o iríamos perder tão brevemente.
Nesse sentido, Sr. Presidente e Srs. Deputados, ao invocarmos aqui a morte de um conselheiro das Comunidades Portuguesas, a Assembleia da República está a prestar uma homenagem, na pessoa do José Manuel Ribeiro Ferreira, a milhares de. portugueses e portuguesas que, no anonimato, nos quatro cantos do mundo, cada dia nos vão deixando e que ninguém recorda.
Quando recordamos aqui um emigrante - e agora, infelizmente, através da dor e do pesar - que isso seja também expressão desses milhares de portugueses e portuguesas que, lá longe, tudo deram e tudo contribuíram para engrandecer o nome de Portugal.
Por isso, a bancada do PS associa-se a este voto de pesar e de dor.

Aplausos do PS, do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Calçada.

O Sr. José Calçada (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: José Manuel Ribeiro Ferreira faz falta ao Conselho das Comunidades, faz falta à comunidade portuguesa na Venezuela.

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