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698 I SÉRIE - NÚMERO 20 

excelência, centros de dinamização do País. Deste modo, criar-se-iam várias coroas, sendo a primeira a do fabrico do material de transporte ou de armazenamento e da logística e da informática da negociação, e, depois, num círculo mais vasto, estaria toda a produção do que é requerido para os transportes, pelo facto de estarmos associados a importadores e exportadores.
Sr. Ministro, a questão que lhe queria colocar é se o Governo pensa levar esta lógica às últimas consequências. E digo-lhe porquê. Falou-se muito, hoje, no último referendo, mas estou convencido que a institucionalização destes três centros é a melhor forma de desenvolver o interior do País, é a forma de integrar, na lógica da indústria e da produção, os transportes, coisa que nunca fizemos em Portugal, e mal!
Assim, fico muito satisfeito por ouvir a sua informação, mas mais satisfeito ficarei se for essa a política do Governo e se a proximidade com o Sr. Secretário de Estado da Indústria e Energia não for só ocasional, significando qualquer coisa para o futuro.

O Sr. Presidente: - Para responder, conjuntamente, aos quatro pedidos de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Ministro do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território.

O Sr. Ministro do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em relação ao que disse o Sr. Deputado Henrique Neto, partilhamos uma concepção sistémica da logística. Portanto, as suas considerações são as que orientam esta grande reforma.
Em todo o caso, devo dizer que o País tem uma enorme inércia e esses são trabalhos que levam mais do que uma legislatura, não são trabalhos de semear e colher: exigem estudos profundos, coordenações, correcções, desinvestimentos, destruição de investimento mal feito e que hoje obstaculiza o bom investimento e, portanto, é um duplo peso sobre o País.
Estamos exactamente na mesma linha de orientação quanto à necessidade de pensar estas coisas como sistemas, vendo o custo total ou o benefício total e não apenas o benefício de cada uma das partes ou o desequilíbrio de benefícios, de tal maneira que o sistema acabe por não funcionar, pelo menos a prazo.
Queria dar-lhe esta noção, como também lhe quero dizer que, na nossa perspectiva de longo prazo - porque não fazemos política de mediatismo eleitoral, o ano de 1999, que é um ano de eleições, não vai ser como o de 1991, passado a estudar o ganho deste e daquele voto à custa sabe-se lá do quê... -, estamos preocupados em explorar e reconhecer na costa portuguesa outras possibilidades para portos de águas profundas em condições competitivas. E que, ao contrário do que disse o Sr. Deputado Álvaro Amaro, uma coisa destas leva 10 ou 15 anos e, portanto, o senhor não vê mas há quem veja, felizmente para o País.
Sr.ª Deputada Carmen Francisco, relativamente a Sines, é evidente que queremos fazer de Sines uma grande plataforma logística marítimo-portuária na linha que acabámos de falar e essa plataforma só terá futuro se, de facto, for reconhecida como ambientalmente sã e desejável, não apenas no aspecto da competitividade imediata mas também da competitividade que internalize os custos sociais.
Portanto, há n aspectos a estudar e a seu tempo teremos oportunidade de falar com as autarquias locais, no caso a de Sines mas também com outras que possam ser envolvidas, pois uma operação destas tem, de facto, muitas implicações, nomeadamente no campo das infra-estruturas pesadas de caminho de ferro, e, por isso, podemos estar a falar com as autarquias de Sines mas ter de falar também com um conjunto de autarquias que, aparentemente, estão muito longe de Sines. Mas, repito, teremos esse cuidado.
Sr. Deputado Álvaro Amaro, muito obrigado pelas suas palavras, pois é sempre um gosto ouvi-lo. Porém, deixe-me que lhe diga, relembrando as palavras do Sr. Deputado Fernando Pedro Moutinho quando disse «o senhor não faz outra coisa se não inaugurar a nossa obra», que, por exemplo, no caso da linha de comboio na ponte sobre o Tejo, a vossa obra foi posta de lado pelo vosso próprio governo, que abriu concurso, não foi capaz de o levar avante e o fechou ingloriamente, «não tugiu nem mugiu», e foi-se embora!...
Neste caso, fizemos um concurso de raíz, levámo-lo para a frente e fizemos a obra. A operação de transportes é, exclusivamente, nossa obra.

O Sr. Fernando Pedro Moutinho (PSD): - É como na Fórmula 1!

O Orador: - Porém, como é evidente, e eu acabo de dizê-lo, há investimentos neste campo, muito em especial nas estradas, que levam 10 anos e, assim, posso dizer-lhe, porque tenho aqui os elementos, que há projectos que começaram em 1992, outros em 1994, outros em 1995. Aliás, no campo das auto-estradas, quero lembrar-lhe o seguinte: entre 1995 e 1998 passámos de 972 Km de auto-estrada para 1381 Km...

Sr. Álvaro Amaro (PSD): - Onde? Onde?

O Orador: - Sr. Deputado, digo-lhe uma a uma...

O Sr. Álvaro Amaro (PSD): - No interior?

O Orador: - Sr. Deputado, estou a introduzir a minha argumentação. Permita-me que faça uma introdução, a título explicativo.

O Sr. Fernando Pedro Moutinho (PSD): - Estão no papel!

O Orador: - A obra anterior só tinha auto-estradas no litoral, com excepção da ligação Marateca-Évora, estando a ligação a Estremoz prevista mas não feita.

O Sr. Álvaro Amaro (PSD): - Onde? Onde?

O Orador: - O senhor está a perguntar onde? Mas se os senhores não as projectaram nem as fizeram, onde é que queria que as fossemos encontrar, em 1996?!

O Sr. Álvaro Amaro (PSD): - Não as fizemos porque perdemos as eleições!

O Orador: - O senhor já viu a confissão que está a fazer? De facto, não havia auto-estradas no interior. É isso que eu estou a dizer!

O Sr. Fernando Pedro Moutinho (PSD): - E agora há?

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