O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

8 DE JANEIRO DE 1999 1187

O Sr. Luis Marques Guedes (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Nesse debate fomos acusados de levantar um problema que não existia, ou que talvez existisse aqui e ali mas que o Governo iria resolver.
Com a greve dos médicos, esta situação agravou-se e, mais uma vez assistimos ao «filme» habitual da ausência e da desresponsabilização o Governo esteve desaparecido nada tez nada decidiu, esteve ausente demasiado tem pó sem se pronunciar ou apresentar soluções para ultrapassar o problema da greve esteve preocupado em desvaloriza a entrando em guerras de números de sua e transmitindo à opinião pública que a greve não iria afectar ninguém.
É desumana esta atitude do Governo, que espera que o problema se resolva por sessão das circunstâncias e aproveita e utiliza o sofrimento das pessoas como moeda de troca para nada decidir.

O Sr Luis Marques Guedes (PSD) - Muito bem!

O Orador: - Coincidência ou não só depois das denuncias deste comportamento, quer pelo Professor Marcelo Rebelo de Sousa quer pelo Deputado Luís Marques Mendes no Parlamento, e pelo clamor que, na opinião publica esta questão está a levantar é que o Governo esboça uma tímida reacção Mas, mesmo aqui, utiliza a conhecida receita socialista da desresponsabilização pede pareceres jurídicos e passa o ónus da decisão para entidades exteriores ao Governo neste caso a Procuradoria-Geral da Republica. Portanto nada de novo em vez de negocial ou exercer a sua autoridade o Governo assobia passa as responsabilidades apresenta o numero de pessoas afectadas pela greve e nada mais.
Pelos vistos parece que o Governo conhece os números das listas de espera Pena e grave é que, perante as nossas insistências eles não sejam disponibilizados a to dos os portugueses.
Seia que o levantamento feito pelas administrações regionais de saúde em Agosto de 1998 revelou um nume ro muito maior do que o revelado pelos estudos do PSD' Agradecíamos uma resposta sobre isso!
Sr. Presidente Sr.ªs e Srs Deputados Os doentes é que não tem culpa deste «navegar à vista» e a realidade e que vêem as datas previstas para as suas operações cada vez mais longínquas.
Contrariamente ao que afirma o Partido Socialista as listas de espera são um dos problemas mais graves que atingem o nosso serviço de saúde e não podemos pactuar com o conformismo ou com a atitude do Ministério da Saúde de que nada mais ha a fazer.
Como demonstração da nossa vontade de apresentar propostas construtivas anuncio desta tribuna que no final da minha intervenção irei entregar na Mesa o nosso projecto de lei de recuperação de listas de espera.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Fazêmo-lo na certeza de que este problema afecta hoje muito mais pessoas do que no ano passado a uma proposta séria com critérios e transparente E uma proposta que permite alargar a liberdade de escolha do doente e que apela ao sector publico, social c privado para a solução deste problema.

O Orador: - É uma proposta com regras claras, que permite resolver o problema concreto das pessoas Não é um acordo pontual ou uma medida casuística, sem critério, que é dirigido só a alguns É uma proposta que obriga a concurso, com a qualidade dos cuidados de saúde assegurada, e que permite que as associações de doentes possam participar no acompanhamento do programa.
Esperemos, Sr.ªs e Srs Deputados, que o Partido Socialista, desta vez, contribua para a solução deste problema e que pense nas pessoas e não em meros jogos partidários.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado José Alberto Marques.

O Sr José Alberto Marques (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Jorge Roque Cunha, mais uma vez, tivemos oportunidade de ouvi-lo falar muito e atacar muito, mas, de coisa efectivamente nova, ouvimos muito pouco Não fosse a sua proposta final, recauchutada, de recuperação das listas de espera, poderia dizer que, de propostas novas, ouvimos «zero»!
Mas se sobre isso não há qualquer dúvida, não há qualquer dúvida de que o PSD não foi capaz, quando teve oportunidade de fazê-lo, de introduzir efectivamente as medidas que, ainda hoje, tanta falta fazem à melhoria da saúde de muitos portugueses e mais grave ainda é que venha agora mentir sobre aquilo que são acções concretas efectivas, de melhoria e de correcção de muito do que não forum capazes de fazer no passado.
Por isso, Sr Deputado, porque V. Ex.ª proferiu afirmações corripletamente falsas, quero colocar-lhe algumas questões V. Ex.ª insinuou que, hoje, há menos médicos do que havia ontem, há menos hospitais e menos centros de saúde do que havia ontem, que, hoje, há menos oferta de serviços do que havia ontem, o que é completamente falso. Mas não será preciso muito para todos nós - e, em primeiro lugar, os portugueses - sabermos que, hoje, ha mais médicos do que havia ontem, mais disponibilidade de consultas do que havia ontem, mais e melhores hospitais e mais e melhor entendimento do que havia ontem E ao afirmá-lo, Sr Deputado, não precisamos de mudar de discurso, porque o nosso discurso de hoje é o mesmo que temos feito ao longo de toda esta legislatura é um discurso que tem a ver com um programa concreto e uma estratégia concreta, com objectivos concretos, que estão, já, e estarão, ainda mais, no futuro, em condições de proporcionar uma muito melhor saúde aos portugueses. Não mudamos de discurso, temos um rumo e acções concretas.
O PSD e o Sr. Deputado é que mudaram de discurso e mudaram-no depois de um período de luto de três anos Durante três anos, estiveram calados neste Parlamento, em matéria de crítica, de inovação e de propostas em relação à saúde Finalmente, falaram, mas, quanto a propostas novas, continuam com «zero».
Sr. Deputado, o senhor terminou a sua intervenção talando em iniciativas para resolver o problema das listas de espera. Ora, a minha pergunta é tão simples quanto isto por que é que não foram capazes, a seu tempo, de resolver o problema das listas de espera? Por que é que não foram capazes, a seu tempo, de melhorar e de garantir mais recursos humanos, mais médicos nas faculdades, mais

Páginas Relacionadas
Página 1191:
8 DE JANEIRO DE 1999 1191 cadas, já que é complicado visitar pessoas, em greve de fome e de
Pág.Página 1191