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3404 I SÉRIE — NÚMERO 94

apresentar em Setembro (é sabido)... Em todo o caso, penso que devem ter tido alguma ideia durante esta Legislatura para além daquela que aqui apareceu pela mão do Sr. Deputado Antonino Antunes, a chamada «aceleração da justiça». Devem ter tido alguma outra ideia!

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — Tivemos várias, mas não somos Governo
O Orador:—Agora, o que é curioso é dizerem: a lei é boa, temos aqui uma «coisinhas», e tal..., mas isto não resolve o problema da justiça!
Ó Srs. Deputados, nós apresentámos aqui dezenas de projectos e de propostas de lei que os senhores ou, melhor, que a Câmara aprovou.
Vozes do PSD: — E não resolveram nada!
O Orador:—Ficamo-nos por aqui. Porque houve alguns dos senhores que votaram sistematicamente contra, portanto daí não quinhoam — não quinhoam do mal, mas também não quinhoarão do bem!
Depois, é sempre esta conversa: mas falta não sei o quê... — que eu não sei o que é que falta!

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD):—Isso já nós sabemos que não sabe!

O Orador:—Eu não sei o que é que falta, mas os senhores, então, desconhecem por completo!
Depois, não lêem bem o que aqui aparece. O Sr. Deputado Antonino Antunes não leu bem o que aqui aparece, mas isso é da vida... O Verão também se aproxima, outros afazeres não deixam muito tempo para estas coisas, tudo bem!
Mas, na discussão na especialidade, teremos ocasião de corrigir, na medida do possível.
Sr. Deputado António Brochado Pedras, não estou em condições de lhe responder agora — naturalmente, nem era isso que o senhor pretendia ao colocar-me um conjunto de questões.
Eu já lhe respondi porque disse que estaríamos como sempre — ao menos os senhores, que falam tanto em falta de justiça, façam essa justiça! — na perspectiva de trabalhar o texto na especialidade.
Agora, Srs. Deputados, também há uma coisa que eu queria dizer: a Assembleia da República e o Governo é que legislam. Portanto, quando me vêm dizer: mas a associação sindical, mas o não sei quê...
Pois, com certeza que têm todo o seu direito de ter outras posições, mas não é necessário nem é necessariamente a melhor solução ir atrás dessas posições.

O Sr. Guilherme Silva (PSD): — Isso é discurso novo!

O Orador: — Não! É que há muitas pessoas que trazem aqui, como críticas, as «conversas de corredor» que vão tendo. Diz-se: a associação sindical... Mas a associação sindical, como outra qualquer associação sindical, está longe de ter a verdade única e definitiva sobre determinadas matérias. E parece que há aqui um certo
ambiente, sobretudo de certa bancada — que nem sequer é a sua—...

O Sr. Guilherme Silva (PSD): — Qual será a bancada?!

O Orador:—...para fazer das suas, como armas de arremesso, quando calha — quando não calha, não!

Sr. Deputado, eu não o interrompi — ouvi com toda a atenção...

O Sr. Guilherme Silva (PSD): — Mas eu também não o interrompi! Só estava a questionar-me qual seria a bancada!

O Orador: — Sr. Deputado, mas eu esclareço-o de imediato! É a sua! De imediato: é a sua! Se o Sr. Deputado estava com essa dúvida, por amor de Deus, já podíamos ter resolvido esse problema há muito tempo! Veja V Ex.ª a angústia em que V. Ex.ª estava...! Podia ter-me perguntado e eu resolvia-lhe logo a dúvida: é a sua! É a sua! Os senhores habituaram-se a trazer para aqui a ressonância—não estou a chamar-vos caixa de ressonância, estou a referir apenas a ressonância— de algumas coisas que se dizem nos corredores. Bem, é uma maneira de fazer política, de que VV Ex.ª, aliás, com alguma razão, apontam o dedo ao PS de antigamente—com alguma razão...

O Sr. Guilherme Silva (PSD):—Está a ver? Eu sabia que o Sr. Ministro ia assumir o estatuto de «arrependido»!...

O Orador:—Sr. Deputado, V Ex.ª é que nunca o adquirirá! Sabe porquê?

O Sr. Guilherme Silva (PSD):—É porque não preciso!

O Orador: — Não! É porque VV Ex.ªs nunca aprendem! Nunca aprendem — estão há quatro anos para aprender e nunca aprendem! Ainda há dois dias nós assistimos á esse espectáculo lamentável de que nunca aprendem! Nunca! Portanto, V Ex.ª, nesta matéria, nunca terá o estatuto de arrependido.

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares (António Costa): — Ainda tem mais quatro anos para aprender!

O Orador:—Tem, mas não aprenderá! Nem com 20 anos aprenderão! Nem com 20 anos!
Srs. Deputados, era só isto que eu queria dizer: ! centralizemo-nos sobre aquilo que temos para analisar e não digamos «mas o que interessa não é isto» porque isso — usando uma linguagem futebolística, se me permitem —.é «chutar para canto» — efectivamente, há clubes, entre os quais se encontra o meu, que «chutam muito para canto» e por isso é que não ganham!...

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, terminámos a discussão desta proposta de lei. Aproxima reunião plenária realizar--se-á amanhã, pelas 15 horas, sendo a ordem do dia constituída pela interpelação n.° 22/VII, sobre a questão da «parati-

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