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18 DE JUNHO DE 1999 3455

quando não pode haver certeza nos recursos, quando pode não haver viabilidade na execução, por exemplo.
Este seu desejo de amarrar o futuro compreende-se apenas como um desejo de retaliação e vingança.
Quando V. Ex.ª tomou posse, todas as grandes obras do regime estavam lançadas e, muitas delas, prontas, mas não tinham sido deixadas para lançamentos à última hora, sob a pressão das circunstâncias, para «encher o olho» e enganar os descrentes. O Sr. Ministro foi mesmo muito bom a inaugurar; foi mesmo o seu melhor período. Deixe-me que lhe diga que. aí, até parecia mesmo um Ministro das Obras Públicas.

Risos do PSD.

Como parece longe o tempo em que V. Ex.ª fazia doutrina nas suas entrevistas, criticando o seu próprio Governo e a sua desarticulação ou marcava a actualidade nas primeiras páginas de um diário ou de outro...
V. Ex.ª era um super-ministro anunciado, o homem providencial do desenvolvimento, o artífice do progresso, o garante da modernidade.
Afinal, quantas vezes foi V. Ex.ª forçado a ameaçar com a renúncia, a pressionar o seu próprio grupo parlamentar, a confrontar o seu Governo? Tenho a sensação, Sr. Ministro, que ninguém o compreende.
E, mais: tenho a convicção profunda de que o povo, apesar de tudo, tem de V. Ex.ª uma ideia que não corresponde nem coincide com a ideia que V. Ex.ª tem de si próprio.

Risos do PSD.

Os portugueses sabem que o nosso País distante está cada vez mais longe, V. Ex.ª acha que no ano 2030 ,estará mais perto; os interessados dizem que as obras estão paradas, V. Ex.ª diz que andam; os interessados dizem que as adjudicações de obras públicas caíram 55%, em 1998, em relação a 1997, V. Ex.ª acha que o futuro é promissor; as empresas só encontram prejuízos, mas V. Ex.ª acena com os lucros advenientes.
Há nisto tudo uma contradição essencial. Era melhor, talvez, para todos, mudar de Governo. V. Ex.ª acha, se calhar, que é melhor mudar de povo.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (João Amaral): - Para encerrar o debate, em nome do Governo, tem a palavra o Sr. Ministro Adjunto.

O Sr. Ministro Adjunto (Jorge Coelho): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Um dos objectivos centrais do Governo e do partido que o suporta é o de que os portugueses sejam felizes e vi nesta intervenção que o Sr. Deputado fez e no vosso estado de espírito desde domingo que andam felizes.

Risos do PS.

A única coisa que espero - e nós queremos manter a felicidade dos portugueses - é que continuem a lutar por essa felicidade e que nas próximas eleições legislativas, com esse resultado, fiquem tão felizes como estão hoje.

Aplausos do PS.

Mas deixem-me que vos diga uma coisa: ao assistir aqui aos trabalhos que decorreram durante esta tarde, voltei uns 25 anos atrás. Sabem o que é que isto me parecia?

O Sr. Luís Queiró (CDS-PP): - Um número do Barroso!

O Orador: - Não! Isto parecia-me uma autêntica RGA - reunião geral de alunos. A táctica era igual: era mandar inscrever todos...

Aplausos do PS.

Era assim! Há aqui várias pessoas que pertenceram a movimentos associativos, como eu, e sabem que a táctica era igual. Era assim! Aliás, o líder do PSD sabe bem como era, porque eu lembro de o ver...

Aplausos do PS.

Vozes do PSD: - O senhor estava lá!

O Orador: - Eu também lá estava!

Aplausos do PS.

Era assim: mandava-se inscrever todos. Tudo a falar; depois, enquanto uns falam, os outros vão-se embora e já não ouvem a resposta... Ora, hoje, aqui, aconteceu a mesma coisa que acontecia nas reuniões gerais de alunos de há 25 anos. Foi a mesma coisa!
Meus caros amigos, cada um utiliza a estratégia que entende. Agora, só há uma coisa curiosa: quem definiu a táctica e as pessoas da sua entourage, já não está ninguém, nem na primeira nem na segunda linha da bancada; foram-se todos embora. Por alguma razão fizeram isso. Cada um sabe as linhas com que se coze!
Mas, Srs. Deputados, nesta fase final de legislatura, o PSD quer - e tem todo o direito e legitimidade para isso - fazer o acerto de contas com o Governo, mas quando se faz um balanço, como é óbvio, deve referir-se o «deve» e o «haver» e o PSD veio aqui acusar, hoje, o Governo de uma quebra no investimento público.
Em minha opinião, e depois de ver esta barafunda toda que os senhores organizaram hoje, o que se nota é uma falta de investimento do PSD nesta legislatura, enquanto projecto alternativo e credível para o País. Isto é que é a realidade concreta que se verificou aqui hoje.

Aplausos do PS.

Porque além disso, o PSD denota também uma grande falta de ambição e uma total paralisia na procura de soluções alternativas e construtivas para o futuro de Portugal.
Se não, vejamos: há quatro anos, os senhores pediam uma maioria absoluta; agora, a única coisa que querem é perder por poucos.

Risos do PS.

É o único objectivo político que têm hoje em dia.

Aplausos do PS.

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