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2 DE JULH0 DE 1999 3677

O Orador: - Por isso, mais importante do que fazer o rol das promessas esquecidas ou adiadas é tentar compreender o porquê deste processo, até como lição para o futuro.
A meu ver, três foram as razões e os momentos do fracasso governativo socialista no País, mas sobretudo e em particular no distrito de Viseu.
Em primeiro lugar, a perda de tempo. O Governo gastou todo o tempo a procurar desfazer o que estava feito e a dizer mal do passado. Perdeu tempo a sanear pessoas com qualidade e a nomear militantes e simpatizantes socialistas, que, na maioria dos casos, não têm competência, experiência e qualidade técnica.
Em segundo lugar, o esquecimento das metas. Depois de tanto tempo de espera, o Governo julgou que o poder era eterno, que tudo podia fazer ou dizer. Esqueceu-se, por isso, de trabalhar e de preparar convenientemente os dossiers, de forma a poder cumprir as metas estabelecidas.
Em terceiro lugar, a falta de vontade. Não houve vontade política para continuar a obra que tinha sido feita pelos governos do PSD. Os socialistas pretenderam apenas e só dar a ideia que estava tudo errado, de que nada se tinha realizado e, por isso, adiaram e atrasaram obras e investimentos fundamentais para o desenvolvimento do distrito. Pensaram apenas e só neles e no seu partido. Esqueceram-se por completo do que prometeram e, por isso, chegam agora ao final da legislatura e não têm nada para apresentar de significativo. Por isso, continuam ainda agora, mais do que nunca, a enganar as populações do distrito e a dizer as mesmas coisas de 1995, de 1996, de 1997 e de 1998.
As mentiras repetidas muitas vezes acabam por se tornar verdades, mas nós não queremos que isso aconteça. Desejo, por isso, dar apenas alguns exemplos da demagogia e da mentira que está a tentar ser transmitida às populações do nosso distrito.
Recentemente, o Sr. Deputado José Junqueiro concedeu uma entrevista a um jornal local, onde dizia: «A ambição dos Deputados do PS é ligar o Atlântico à Europa, contra a ambição de uns quantos de ligar Viseu às fraldas da Serra da Estrela. Para falar verdade, penso que esta questão é apenas contestada no plano da querela política, mas não é contestada seriamente. E porquê? Porque temos quatro auto-estradas e não apenas uma, porque o IP5 tem já a avaliação técnica dos projectos concluída, o que foi feito ainda esta semana, (...)» - vejam o pormenor - «(...) o que quer dizer que o itinerário estará em obras o mais tardar já no início do próximo ano e posso acrescentar que a solução adoptada poderá ser a de se construir uma via paralela ao IP5 e, portanto, a de criar sentidos únicos em cada via.».
Continuava o Sr. Deputado José Junqueiro, tentando justificar as 4 auto-estradas, «Quanto ao IP3, que é a auto-estrada a norte, complementa esta rede fundamental».
Pois bem. O que dizer de tudo isto? Apenas duas palavras simples e bem portuguesas: vergonha e demagogia. Haverá algum cidadão deste país que vá ao distrito de Viseu e tenha já passado nestas quatro auto-estradas do Deputado José Junqueiro? Seguramente que não!
O IP5 é o que todos sabemos, o IP3 está na mesma e com atrasos significativos e as restantes duas auto-estradas não sabemos quais são. Melhor dizendo, agora, o PS já não diz que vai fazer ou que já fez, vai mais longe. Através de um acto de ilusionismo, quer convencer-nos de que já temos estas quatro auto-estradas. «São as estradas do papel e do lápis que se apagam facilmente com uma borracha».
Mais adiante e na mesma entrevista, dizia o Sr. Deputado José Junqueiro: «Temos a ligação IP3/IP5, onde, de uma estrada normal, se passa para uma auto-estrada com iluminação nos nós e atravessa todo o concelho, com acessibilidades para as populações». Como é possível dizer-se isto sem corar, sem ter vergonha? Esta obra foi lançada e com a adjudicação devidamente preparada para ser executada pelo governo do PSD em 1995. O Governo socialista anulou esta decisão, lançou um novo concurso, sendo o projecto rigorosamente igual, com a excepção, segundo o Partido Socialista, de uma ligação ao Parque Industrial de Coimbrões, que, veio agora a saber-se, não será concretizado. Melhor, se o PSD estivesse no governo, esta obra estaria já ao serviço das populações. Com o Governo do PS, demorará seis anos a ser executada.

Risos do Deputado do PS, José Junqueiro.

E dizia mais, o Sr Deputado José Junqueiro. Passo a citar: «Temos hoje aquilo que os governos anteriores não fizeram, apesar das persistentes e insistentes promessas eleitorais, que são as ligações rápidas e eficazes, porque pensadas de uma forma global, com cabeça tronco e membros, ligações a todos os lados de que Viseu necessitava.». O Sr. Deputado José Junqueiro fala bem, tal como o Engenheiro Guterres, mas o problema não é falar e prometer, é, sobretudo, ter capacidade para decidir e executar.

O Sr. Roleira Marinho (PSD): - O problema é o do costume!

O Orador: - Mas, Sr. Presidente e Srs. Deputados, o PS prometeu, em quatro anos, fazer a ligação entre Castro Daire e Reconcos, a variante de Castro Daire e a ligação a Viseu, o IC12 entre Mangualde e Canas de Senhorim, a nova estrada entre Tondela e Carregal, o lançamento, pelo menos, do IC26 entre Lamego e Trancoso, a beneficiação da Estrada Nacional que liga São Pedro do Sul a Vale de Cambra, a nova ligação de Resende a Bigornes, no IP3, a beneficiação da EN222, que é a marginal ao rio Douro, a ligação de Cinfães ao IP4, a ligação de Armamar ao IP3, o novo acesso de Lamego ao IP3, as variantes do Sátão e Douro Calvo, que não foram concluídas, a ligação de Vila Nova de Paiva ao Sátão, o lançamento da ligação rodoviária de Viseu à Linha da Beira Alta, em Nelas, a variante sul à cidade de Mangualde, a melhoria dos acessos de Viseu ao IP5, uma nova ligação entre Tabuaço e Armamar e muitas outras. O PS prometeu, mas não fez, não cumpriu!
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Todos os dias ouvimos dizer aos socialistas que estamos no pelotão da frente, que estamos no clube dos ricos, mas todos os dias conhecemos e vivemos a verdadeira realidade do País. Estradas que não se fazem, hospitais que não se constróem e a justiça num caos.
Também no distrito de Viseu, nos últimos 4 anos, temos visto passar os milhões dos socialistas, os milhões da Comunidade. Eles bem prometem, eles bem os anunciam, mas tardam a chegar. O desequilíbrio no País é cada vez maior e o distrito de Viseu tem sido claramente esquecido. Em 1995, há quatro anos, prometeram tudo, mas fizeram muito pouco. Prometeram construir, em quatro anos, os centros de saúde de Lamego, de Resende, do Sátão, de Sernancelhe, de Penalva do Castelo, de Viseu norte, de Oliveira de Frades, de Mortágua, de Santa Comba Dão, de Cinfães, de São Pedro do Sul e as extensões do Caramulo, de Canas de Santa Maria, de Lageosa do Dão

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