O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE-NÚMERO 105 3850

da Lufthansa caíram cerca de 40% no primeiro semestre; a Austrian Airlines prevê uma quebra idêntica de 30 a 40% e as outras companhias, como a British Airways, a ICL,M, a Swissair e a Sabem têm resultados mais ou menos conformados a números que indicam, neste momento, um défice. .
Significa, portanto, que no mercado há uma concorrência feroz, há um esmagamento de preços e ë sobre este cenário, e relativamente a esta matéria, que há necessidade de repensar a estratégia da TAP, o que se está a fazer através de indicadores que referi inicialmente.
Por isso, relativamente à empresa, aos seus resultados e à sua situação actual, exprimimos, como é óbvio, a nossa observação interessada, alguma preocupação, mas penso que a melhor maneira de ajudar a empresa é não sermos nós próprios a pôr em causa publicamente a sua capacidade concorrencial.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tema palavra o Sr. Ministro do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território.

O Sr. Ministro do Equipamento, do Planeamento e da Administração do Território (João Cravinho): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Começando por responder ao Sr. Deputado Sílvio Rui Cervan, gostaria de dizer que, segundo anota que recebemos, os esclarecimentos foram pedidos ao Ministro da tutela e não ao Sr. Primeiro-Ministro. De qualquer maneira, é natural que seja o Ministro da tutela a responder.
Relativamente às questões colocadas pelo Sr. Deputado Sílvio Rui Cervan, devo dizer que a TAP recebeu, entre 1994 e 1998, 180 milhões de contos, de acordo com o PESEF, fundamentalmente para absorver um passivo que, como sabe, ultrapassava a centena de milhar de contos. Neste momento, a TAP não recebe qualquer subsídio do Estado e é política fundamental do Governo fazer com que a TAP, ainda que com grande interesse público, seja tratada como uma empresa comercial.
Ninguém mente a propósito destas questões. O que sucede é que existe uma economia de mercado que, infelizmente, não se comporta como a economia soviética planificada que existiu há 20 anos e que, portanto, funciona como funciona.
Como os Srs. Deputados sabem, houve alterações de mercado que modificaram o valor, as situações patrimoniais e os resultados de exploração de todas as companhias aéreas - não foi só o caso da TAP -,situações que, em muitos casos, não se afastam do caso da TAP. Ainda há alguns dias, um jornal publicou a perda de património de fortunas bem conhecidas em Portugal, que atingiam nalguns casos mais de 100 milhões de contos em poucas semanas, e tenho a impressão de que a perda de 140 milhões de contos de uma dessas fortunas aconteceu a partir de Abril. Isto é o mercado. Portanto, ninguém mente. O que se pode dizer é que, infelizmente, não está no nosso poder forçar os mercados a ficarem imóveis durante anos e anos a fio...
Relativamente à avaliação da TAP, os esclarecimentos já foram prestados. A situação é perfeitamente clara, pelo que suponho não ser necessário repetir. No entanto, direi que os números iniciais eram da ordem dos 80 milhões de contos, como ponto médio, e na altura ficaram fixados em 60 milhões de contos. A correcção fundamental tem a ver com a avaliação da progressão do yeld que, na primeira versão, era excessivamente optimista, mas mandámos fazer uma reavaliação por parte de empresas internacionais especializadas e os números encontrados passaram para 60 milhões de contos.
A questão do yeld é fundamental. Presumia-se que o yeld ia subir seis pontos percentuais nos próximos quatro anos. Pois bem, nos primeiros seis meses deste ano o yeld caiu no caso da TAP, como no caso de quase todas as companhias europeias. A TAP está exactamente na média, que é 8%. Quando o yeld cai 8%, os resultados têm de ser negativos. É o caso da Lufthansa, da Swissair, da British Airways, da Austrian Airlines; todas as companhias europeias têm tido, em média, decréscimos de yeld de oito pontos, o que dá origem a decréscimos de lucros ou de resultados operacionais na ordem dos 30 a 40%.
Portanto, o problema é o de saber se a TAP tem alguma situação especial.
A TAP acompanha a situação geral, tem alguns aspectos um pouco mais delicados, porque é uma companhia frágil. A TAP esteve 23 anos a sofrer prejuízos e, ao fim desse tempo, teve, em 1997, um lucro de 1 milhão de contos e, em 1998, teve um lucro semelhante. É evidente que a TAP é uma companhia extremamente frágil, como todas as pessoas sabem, depois de 23 anos em que esteve no "vermelho", nalguns casos em dezenas de milhões de contos. Portanto, qual é o espanto!?
Quanto ao acordo com os pilotos, o mesmo custou 1,2 milhões de contos. Houve um acréscimo de despesas com os pilotos de 1988 para 1999 mas nesses 1,2 milhões de contos está incluído o aumento de 3% relativamente a 1998, um aumento de 3% relativamente a 1999, de forma que temos um acréscimo de cerca dé 500 000 contos acima do que resulta do puro alinhamento do acréscimo dos salários nas outras empresas.
Finalmente, o Sr. Deputado Lino de Carvalho pergunta onde está o "cenário cor-de-rosa". Devo dizer que os mercados, como já referi, infelizmente, não podem ser previstos de acordo com aquela velha maneira descrita nos manuais. Também os manuais falharam rotundamente quanto mais os mercados! Temos de ter consciência das realidades.
O que é que nós dissemos, aqui, em Março? Dissemos que o sistema de reservas mostrava uma recuperação e, de facto, a recuperação verificou-se no número passageiros, tendo havido um aumento de 5%. Simplesmente, devido à crise em África e à SATA, o número de passageiros por quilómetro decresceu 1,9%.
Finalmente, o yeld caiu 8% na média europeia e a TAP acompanhou rigorosamente o decréscimo e o resultado evidentemente tinha de ser negativo.
No entanto, a situação para o segundo semestre parece estar estabilizada do ponto de vista dos resultados operacionais.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, para uma intervenção, o Sr. Deputado Ferreira do Amaral.

O Sr. Ferreira do Amaral (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: A minha apreciação da situação da TAP tem pouco a ver com a que foi feita pelo Governo.
Conheço bem o problema da TAP, conheço-o já há bastante tempo e julgo até ter alguma autoridade moral para poder falar neste problema. E que enfrentei, há um bom par de aios, uma das crises mais desceis que se passou em Portugal relativamente a qualquer empresa

Páginas Relacionadas
Página 3846:
3846 I SÉRIE-NÚMERO 105 ao caso pessoal do ex-Deputado Luís Filipe Menezes que, por razões
Pág.Página 3846