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I SÉRIE–NÚMERO 14



O Orador : – Sr. Presidente, quero apenas dizer ao Sr. Deputado Afonso Candal, e meu estimado amigo, que essa sua posição é verdadeiramente um caso de cobardia política. O Sr. Deputado não está a ir ao assunto, atira ao lado do problema quando sabe que ele está noutro local!

O Sr. Presidente (Narana Coissoró): – Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Afonso Candal.

O Sr. Afonso Candal (PS): – Sr. Presidente, Sr. Deputado Castro de Almeida, em primeiro lugar, gostaria de dizer que os «cumprimentos» lá para casa serão entregues.

Risos do PS.

Mas uma coisa é certa: o seu pai é que não há-de ter orgulho algum no papel que o Sr. Deputado está a fazer! Todo o seu discurso assenta no distrito de Aveiro, mas o que nos propõem é uma área metropolitana que está programada para oito municípios...

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): – E a maioria é do PSD!

O Orador : – ... que não sei quais são! Estou disposto a ir aos municípios, um a um, discutir com as assembleias municipais, as câmaras municipais, as associações, as populações para os ouvir sobre qual a melhor forma de salvaguardar os interesses supramunicipais no distrito de Aveiro. Mas não vou enganá-los! Cobardia política é não dizer aqui, desde logo, quais são os municípios que os senhores têm «do outro lado da folha», mas que não escreveram no projecto de lei, incorrendo assim numa inconstitucionalidade.

Vozes do PS : – Muito bem!

O Orador : – Era bom que tivessem a coragem de dizer claramente qual é o interesse, para além do do Sr. Deputado Luís Marques Mendes de aqui vir hoje ter «palco».. Aliás, tenho pena que nem sequer se tenha dignado a vir honrar Aveiro, falando da área metropolitana na primeira fila! Mas essas são «guerras intestinas» do PSD que, de alguma forma, já estão misturadas por sua exclusiva vontade, porque toda a sua intervenção se dirigiu mais ao interior do PSD do que a Aveiro.
Aqui o gravíssimo problema é o da falsidade do projecto de lei do PSD, porque se quisessem fazer uma discussão séria, como agora afirmam, teriam esperado pelo parecer da Associação Nacional de Municípios Portugueses, pelo parecer da ANAFRE, bem como realizado consultas prévias aos diversos partidos e municípios!

O Sr. Castro de Almeida (PSD): – Seriam mais cinco anos!

O Orador : – A vossa postura não foi séria, nem o vosso projecto é sério e, portanto, o único aspecto a salvaguardar é, de facto, o título: área metropolitana de Aveiro (PSD). Seja bem-vindo!

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Narana Coissoró): – Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Portas.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): – Sr. Presidente, Srs. Deputados: Naturalmente, começo por saudar – hão-de compreender – o meu amigo e Presidente em exercício, o Professor Narana Coissoró. É sempre bom ver daqui, desta bancada, um democrata-cristão a presidir.

O Sr. Presidente (Narana Coissoró): – Obrigado, Sr. Deputado.
O Orador : – Em seguida, vou saudar o Sr. Deputado Luís Marques Mendes, que com a sua intervenção granjeou um entusiasmo na bancada do PSD que já não via há muito tempo!

Risos do CDS-PP e do PS.

E isso tem de ser notado, mesmo por quem tem um pensamento diferente do seu. Não há qualquer dúvida de que até vozes se ouviram numa espécie de «claque», o que deu uma animação a este debate que só mesmo a interrupção regimental para as votações acabou por travar.
Não há dúvida que animou a bancada daquele que, quantitativamente, é o maior partido da oposição. Porque, como sabe, costumamos dizer, e pensamos, que, qualitativamente, nós somos a oposição.

Risos do PS.

Também gostaria de dizer ao S. Deputado Manuel dos Santos que me parece que os socialistas andam a especializar-se, os que ficam, em dizer mal dos que saíram – já a nova Ministra da Saúde diz, da antiga Ministra da Saúde e sua colega em Conselho de Ministros, aquilo que nós, por delicadeza, não dizemos.
Hoje, quando voltou àquele argumento dos «Deputados artificiais», foi infeliz. Sr. Deputado Manuel dos Santos, então e o Engenheiro João Cravinho, Deputado natural de Aveiro?! Era o cabeça de lista do seu partido! Sempre defendi o mesmo princípio, e continuarei a defendê-lo: não é o bilhete de identidade que define a qualidade ou o mérito de um Deputado, seja ele de que círculo for; o que nos define é o trabalho feito, é a capacidade que temos de honrar ou não os nossos compromissos.
Portanto, agradeço-lhe que não se volte a distinguir os Deputados entre aqueles que são «naturais» e os que são «artificiais», até porque, a meu ver, arrisca-se a deixar o meu amigo João Cravinho embaraçado, como notoriamente o seu silêncio mostra que está!
Risos do CDS-PP e do PSD.

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3 DE DEZEMBRO DE 1999
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