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0780 | I Série - Número 21 | 08 De Novembro De 2000

Por isso, se dúvidas houvesse - e nós nunca as tivemos -, é bom ver hoje como ontem estávamos certos quando combatemos, e vencemos, a esquerda liderada pelo Partido Socialista na sua tentativa de impor aos portugueses uma desastrada divisão artificial promovida pela regionalização.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): - Muito bem!

O Orador: - Hoje, acenando a bandeira regionalista, o PS e o seu Primeiro-Ministro procuram dividir um ou mais grupos parlamentares - ainda não sabemos.

Protestos do PS.

Imagine-se o que não fariam, com que gravidade e com que consequências, ontem, hoje e no futuro, se, efectivamente, tivessem conseguido, como quiseram, pôr em causa a unidade nacional.

Aplausos do CDS-PP.

Protestos do PS.

A bancada parlamentar do PS está nervosa e eu bem os compreendo, Srs. Deputados!

Protestos do PS.

Como os compreendo, Srs. Deputados!
Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: O interesse regional…

Protestos do PS.

Não sei se os Srs. Deputados me conseguem ouvir com tanto barulho na bancada do PS ou se, porventura, têm interesse em me ouvirem.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, agradeço que mantenham a serenidade e que façam silêncio.
Faça favor de continuar, Sr. Deputado.

O Orador: - Defendo e reclamo o interesse regional intransigentemente, mas faço-o na Assembleia Municipal de Vila Nova de Famalicão, da qual sou Deputado, ou, na medida do possível, procurando que sejam incluídas verbas para obras no PIDDAC, sem nunca pôr em causa as orientações do meu partido, com as quais me comprometi quando fui eleito.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): - Muito bem!

O Orador: - Na Assembleia da República nunca deixei, nunca deixarei e penso que nenhum de nós jamais deveria deixar de relevar essencialmente o interesse nacional. A isto me obriga a Constituição e o Estatuto dos Deputados ao consagrarem a obrigação do desempenho de um mandato em nome de Portugal como um todo e não apenas da parte, ou seja, do círculo eleitoral pelo qual fui eleito. A invocação do mero interesse regional, como moeda de troca - e aqui leia-se compra, atento a quem o propõe - do meu voto ou do voto de qualquer dos Srs. Deputados, para viabilizar este ou qualquer outro Orçamento significa uma inversão de valores inaceitável e preocupante.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Significa uma inversão de valores tão mais inaceitável e tão mais preocupante quanto é certo que quem a promove é precisamente o Governo, é precisamente o Sr. Primeiro-Ministro, que, assim, questionam um regime, um Estado de direito, do qual deviam ser os seus principais guardiões.

Aplausos do CDS-PP.

Daniel Campelo, com amizade e consideração, que nem sequer estão aqui em causa…

Protestos do PS.

Srs. Deputados, falo de uma matéria em que os senhores não deviam sequer tentar intrometer-se, porque não têm sequer dignidade…

Protestos do PS.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, peço-vos, mais uma vez, que façam silêncio.
Faça favor de prosseguir, Sr. Deputado.

O Orador: - Repito, Daniel Campelo, com amizade e consideração, que não estão em causa, porque tenho os aspectos pessoal e político em planos muito diferentes, permite-me que te manifeste uma discordância. Como tu, sou minhoto…

Protestos do Sr. Deputado do PS Barbosa de Oliveira.

Se o Sr. Deputado quiser, peço ao Sr. Presidente que suspenda o meu tempo para que possa dizer os seus dislates.

Aplausos do CDS-PP.

Não tenho qualquer problema…

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Nuno Teixeira de Melo, não pode deixar-se interromper no seu tempo.

O Orador: - Como eu dizia, Daniel Campelo: como tu, sou minhoto; como tu, sou autarca; como tu, sou um político de uma nova geração; como tu, tenho responsabilidades partidárias; como tu, quero o melhor para o meu distrito; mas, como tu, tenho a certeza, também ponho o interesse nacional acima de tudo!
O Primeiro-Ministro e o Governo, necessariamente em desespero de causa, porque de outra forma nem sequer te dariam ouvidos, tentaram pôr em prática a velha máxima «dividir para conquistar» ou para reinar, como se queira! Relatou-nos Homero, na Odisseia, como Ulisses foi capaz de contrariar o canto irresistível das sereias, que mais não queriam do que pôr-lhe fim.

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