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2339 | I Série - Número 59 | 15 De Março De 2001

nha, e a nossa. Se essa concepção de democracia prevalecesse, hoje, no interior do seu partido, provavelmente, o PSD não teria tido alguns comportamentos como se viu nos últimos anos, designadamente, antes de conhecer as propostas do Orçamento do Estado e os méritos e defeitos das mesmas, anunciar peremptoriamente que votará contra. Isto porque, na lógica da democracia, que não é a sua, pelos vistos, mas que prevalece hoje na actual direcção do PSD, por definição, tudo o que provém do Governo está mal. E quanto pior, melhor!

Vozes do PSD: - Isso não é verdade!

O Orador: - Por isso, se lhe respondi há pouco da maneira como respondi, Sr. Deputado, foi precisamente para salientar que há uma divergência. Mas ainda bem que sob esse ponto de vista V. Ex.ª parece estar verdadeiramente mais próximo de nós do que da direcção do seu próprio partido!

Risos do PS.

O que também não sei, Sr. Deputado, se lhe causará grande surpresa, embora, momentaneamente, possa causar algum incómodo!
Mas, em relação às questões de fundo, Sr. Deputado, também concordo com essa sua questão, aliás, o fundamental é isso. Mas nós nunca produzimos nenhuma teoria do «oásis»…

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Não tinha bases para isso!

O Orador: - … e, por isso, não temos que estar a dar explicações ao País. Sempre tivemos a noção de que o País tem enormes dificuldades.
Mas também não produzimos a teoria contrária de dizer que houve um período negro na história contemporânea portuguesa em que o Professor Cavaco Silva governou durante 10 anos e que nada se fez ou que tudo o que se fez foi mau. Nunca ninguém ouviu dizer isto, porque isso revelaria um profundo autismo, uma grande irresponsabilidade e uma grande falta de seriedade.

Protestos do PSD.

Certamente que muitas coisas úteis, importantes e construtivas foram feitas. O que me parece fundamental, neste momento, é que façamos uma abordagem lúcida e serena de alguns problemas reais.
Entre outras consequências, estas tragédias têm precisamente o efeito de nos convocarem, de uma maneira mais profunda e mais intensa, para uma reflexão sobre todas estas questões. Até reconheço que o contributo de um autarca que já tinha tido uma experiência política nacional e que tem o protagonismo e a expressão mediática que o Dr. Pedro Santana Lopes tem possa ser um contributo relevantíssimo para debatermos estes assuntos.
Agora, o que me parece essencial é que o debate corra sempre desta maneira e desta forma: procurando perceber o que está bem e o que está mal; procurando perceber aquilo em que estamos de acordo e aquilo que em que não estamos e que saibamos até apurar divergências. Ninguém está aqui a fazer a apologia de uma espécie de União Nacional. Não há respostas únicas.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Certamente que VV Ex.as têm um tipo de resposta, nós teremos outras. Mas é necessário que o País perceba com clareza a diferença das nossas propostas.
Ora, Sr. Deputado, concordo inteiramente com este aspecto. Só que para isso, Sr. Deputado, há uma coisa fundamental que terá que mudar: o estilo, o comportamento, a forma de actuação do seu próprio partido. Porque, se me permite, tem sido o seu partido o principal factor de impedimento a essa discussão, a esse estilo de participação e a esse estilo de debate na vida política portuguesa.

Vozes do PSD: - Olhe para o seu partido!

O Orador: - Por isso, espero francamente que, como consequência lateral deste debate, consequência essa não despicienda, se possa também introduzir uma outra forma de intervenção política, a partir do principal partido da oposição. Se fizermos isto, também damos um contributo.

O Sr. Presidente: - Terminou o seu tempo, Sr. Deputado.

O Orador: - Termino, Sr. Presidente, com uma última informação, apenas por preciosismo.
Lembro-me perfeitamente de, enquanto presidente da Câmara, ter recebido o Sr. Secretário da Estado da Cultura de então. No entanto, devo dizer-lhe que não visitámos a Fundação Eça de Queiroz, que fica noutro município ao lado, mas a Casa Teixeira de Pascoaes, que, essa sim, fica no município de Amarante.

Aplausos do PS.

O Sr. Pedro Santana Lopes (PSD): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Pedro Santana Lopes (PSD): - Para exercer o direito regimental de defesa da honra e consideração em relação à afirmação que o Sr. Deputado Francisco de Assis fez de que eu estaria mais próximo da direcção e da bancada do Partido Socialista do que da direcção do meu partido.

O Sr. Presidente: - E isso ofende a honra do Sr. Deputado?!

Risos do PS.

Sr. Deputado, só porque eu sou também do Partido Socialista é que lhe dou a palavra!
Faça favor.

Risos.

O Sr. Pedro Santana Lopes (PSD): - Muito obrigado, Sr. Presidente.
Queria dizer ao Sr. Deputado que me releve o facto de eu ter trocado o concelho e não a Casa. A de Eça de Queiroz é em Baião e a de Teixeira de Pascoaes é em Amarante. Foi o concelho a que presidi que troquei.

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