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1105 | I Série - Número 028 | 19 de Dezembro de 2001

 

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Uma vez mais alguns dos que se julgam os orientadores da opinião pública em Portugal não quiseram transmitir o sentimento que se passava no País. Assistimos mesmo a diversas manobras na vã tentativa de condicionar este acto eleitoral.
Mas os portugueses souberam responder. Bom seria que aqueles que, para outros, tanto apregoam a ética e a responsabilidade soubessem retirar as devidas conclusões dos erros que persistem continuadamente em cometer.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Refiro-me em concreto às diversas sondagens e pretensos estudos de opinião, publicados nomeadamente em vésperas da realização destas eleições, que se vieram a revelar totalmente errados.

Aplausos do PSD.

Mais uma vez, as sondagens enganaram-se sempre no mesmo sentido, ou seja, contra o PSD! Porque a democracia nada tem a ganhar com a manutenção deste tipo de situações, é tempo de todos reflectirmos sobre o modo como são realizados e publicados estes estudos.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A crise política aberta com a demissão do Sr. Primeiro-Ministro será resolvida, estamos certos, de modo a retomar-se a confiança indispensável à vida política nacional.
Não há nenhum problema político para o qual a nossa democracia não tenha solução.
O resultado das eleições de 16 de Dezembro confirmam que, hoje, em Portugal há uma alternativa e que essa alternativa é o PSD. O País pode, pois, encarar o ano de 2002 com confiança e com esperança.
O PSD está preparado para assumir as suas responsabilidades. O PSD estará, como sempre, na primeira linha do combate, fazendo mais e melhor por Portugal.

Aplausos do PSD, de pé.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Francisco de Assis.

O Sr. Francisco de Assis (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado José Luís Arnaut, em primeiro lugar, quero felicitar o Partido Social Democrata pelo sucesso eleitoral que obteve nas eleições autárquicas de domingo passado. Não somos daqueles que queremos transformar retoricamente derrotas em vitórias ou que não somos capazes de reconhecer as vitórias dos nossos adversários políticos.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - No entanto, não deixou de ser espantoso o discurso que V. Ex.ª aqui acabou de proferir, porque, no momento em que apresentou a esta Câmara o discurso da vitória do PSD na sequência das eleições autárquicas, V. Ex.ª, em lugar de falar para o País, falou estritamente para o interior do seu próprio partido.

Vozes do PSD: - Não!

O Orador: - Porque a sua única preocupação foi salientar que estas vitórias eram vitórias do Dr. Durão Barroso, com receio de que alguns dos vitoriosos, amanhã, viessem a reclamar as vitórias para si próprios.

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.

Foi verdadeiramente um discurso defensivo, um discurso que salientou mais a fragilidade da liderança do PSD do que propriamente a capacidade de o PSD se constituir numa alternativa forte e credível na sociedade portuguesa.
Não deixa de ser curioso e sintomático que, neste momento, o Sr. Deputado, enquanto Secretário-Geral do seu Partido, não tenha sido capaz de enunciar uma única causa, um único projecto pelo qual o PSD esteja disposto a bater-se e em função do qual seja capaz de mobilizar o País!

Vozes do PS: - Muito bem!

Protestos do PSD.

O Orador: - Ficou claramente evidenciado que o PSD continua a ter como horizonte apenas a si mesmo. V. Ex.ª veio aqui fazer um discurso de sustentação do seu próprio líder, um discurso mais apropriado para o congresso do seu partido do que para ser apresentado no Parlamento de Portugal. Esta é a questão fundamental.
Srs. Deputados, nós temos um projecto para o País.

Protestos do PSD.

Esse projecto tem vindo a ser executado.
Na sequência dos resultados das eleições autárquicas, em nome da clarificação democrática, o Sr. Primeiro-Ministro optou por um pedido de demissão, o que não pode deixar aqui de ser saudado, porque colocou aquilo que na sua interpretação é o interesse do País acima do interesse imediato do Partido e acima do seu próprio interesse pessoal.
Mas, Srs. Deputados, seja em que circunstância for, vamos bater-nos pela execução de um projecto que continuamos a considerar o mais adequado para Portugal, aquele que melhor corresponde às necessidades com que o País neste momento se confronta.

O Sr. David Justino (PSD): - Ainda não perceberam os resultados!

O Orador: - Por último, Srs. Deputados, VV. Ex.as averbaram um sucesso autárquico.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, tem de terminar, pois já esgotou o tempo regimental.

O Orador: - Termino já, Sr. Presidente.
Veja-se a arrogância com que já nos estão a tratar neste momento! Veja-se a arrogância de que já têm dado provas!

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.

Srs. Deputados, nós assumiremos sempre as nossa responsabilidades, mas jamais abdicaremos de lutar pela concretização do nosso projecto e pela afirmação das nossas convicções.

Aplausos do PS.

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