O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

0315 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002

 

para ficar aquém dos 3%...! O que não seria preciso para alcançar os vossos 1,8%!…

Vozes do PSD e do CDS-PP: - Muito bem!

A Oradora: - Foi isto, Srs. Deputados, o que nunca explicaram e que, espantosamente, continuam a não conseguir fazer, nem a esta Assembleia nem aos portugueses.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Mas, Srs. Deputados do Partido Socialista, ao menos por pudor deviam inibir-se de criticar esta alteração ao Orçamento e as medidas que frontalmente apresentamos para o concretizar.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

E é neste ponto que se coloca o verdadeiro debate, que se joga a credibilidade de cada um de nós, Governo e oposição.
Portanto, Srs. Deputados do Partido Socialista, em defesa da vossa credibilidade, centrem o debate neste ponto e esclareçam finalmente esta Assembleia sobre a alternativa que hipoteticamente o vosso exercício orçamental iria prosseguir para atingir os vossos 1,8%.

Vozes do PSD e do CDS-PP: - Muito bem!

A Oradora: - Sr. Presidente e Srs. Deputados, o primeiro problema de fundo com que este Governo se defrontou foi o da vigência de um Orçamento de fantasia, gravemente alheado da realidade, cuja execução conduziria a um défice, caso nada fosse feito, superior a 4%.
Ninguém desconhece a gravidade dessa situação, uma vez que ela implicaria automaticamente o corte ao acesso a novos fundos de coesão, com todas as gravíssimas consequências que daí adviriam para o desenvolvimento do nosso país e para o nosso futuro.
Impunha-se, pois, que num curto prazo de tempo reconstruíssemos um cenário realista e exequível, que significasse uma inversão clara da rota desastrosa que se estava a prosseguir.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Muito bem!

A Oradora: - Resulta com evidência do quadro descrito que o principal objectivo desta alteração ao Orçamento é travar o crescimento da despesa pública e gastar melhor os recursos disponíveis. Para isso serão revistas as estruturas dos organismos existentes, de modo a eliminar sobreposições, circuitos inúteis ou estruturas pouco produtivas. Esta intervenção está associada à genérica proibição de novas admissões na função pública, a fim de optimizar os recursos humanos existentes.
Torna-se, por isso, indispensável a dinamização de mecanismos de mobilidade interna, que permitam responder adequadamente à reorganização dos serviços sem pôr em causa os direitos e garantias associados ao estatuto dos trabalhadores, mas também sem perder de vista o interesse público das suas funções.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Também a despesa afecta ao investimento deverá ser criteriosamente gerida ao longo da execução orçamental, orientando-se para o investimento produtivo e cofinanciado, e congelando parcialmente os sectores em que predomina a despesa corrente.
Ainda no âmbito da racionalização das despesas, foi decidido terminar com o incentivo financeiro que se traduz na bonificação dos juros na concessão de crédito para a aquisição, construção, conservação e beneficiação de habitação.
Na realidade, as baixas taxas de juro que se verificaram nos últimos anos eliminaram a razão de ser deste benefício, deixando de ter o correspondente reflexo social, apesar dos elevados custos orçamentais, que ascendem este ano a mais de 500 milhões de euros.
Sr. Presidente e Srs. Deputados, não constitui surpresa para ninguém de boa fé que a situação orçamental com que nos deparámos e que o curto prazo de tempo de seis meses de que dispomos para a corrigir exigem o recurso a algumas medidas de efeito imediato.
Não são por isso suficientes medidas do lado da despesa, cujo efeito é retardado no tempo. Mas o que não tardará, o que não se fará esperar é o prazo limite do fim do ano para ter um défice orçamental inferior a 3%!
É neste contexto de verdadeira emergência que se impõe o recurso temporário ao aumento da taxa do IVA, deixando inalteradas as taxas reduzidas que incidem sobre bens essenciais.
É um mal menor para evitar um mal maior, que seria a perda ao acesso aos fundos de coesão. Todos poderemos imaginar a dimensão das restrições a impor ao País e aos contribuintes para compensar a perda desses recursos comunitários...!
É este o dilema que Governo e oposição são chamados hoje, aqui, a discutir sem demagogia e com a noção da pesada responsabilidade que recai sobre todos nós.
Sr. Presidente e Srs. Deputados, este Orçamento inclui ainda um aparente aumento da despesa, que não significa mais do que o pagamento de dívidas em atraso, as quais constituem uma pesada factura herdada do Governo anterior.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

De facto, Srs. Deputados do Partido Socialista, em plena coerência com a sua sistemática atitude de iludir a realidade, o governo socialista não se inibia de constituir encargos sem assegurar a respectiva cobertura orçamental. Esta prática tornou-se espantosamente num hábito, desresponsabilizando dirigentes e constituindo o Estado num sistemático mau pagador.
Por isso, a decisão de pagar estas dívidas, além da lógica de rigor e transparência, tem por objectivo reconduzir o Estado a um parceiro de negócio em que os múltiplos agentes podem confiar. Se o Partido Socialista não subscreve esta decisão é porque o autismo em que se refugiou já não tem cura.

Vozes do PSD: - Muito bem!

A Oradora: - Sr. Presidente e Srs. Deputados, a despeito de todas as alterações introduzidas, quero deixar bem claro que este não é o nosso Orçamento, que este é apenas o elo de ligação possível e inadiável entre o absurdo

Páginas Relacionadas
Página 0314:
0314 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   O Sr. António Costa (PS):
Pág.Página 314
Página 0316:
0316 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   e a realidade, entre o des
Pág.Página 316
Página 0317:
0317 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   pelo que não são ignorante
Pág.Página 317
Página 0318:
0318 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   dos nossos compromissos co
Pág.Página 318
Página 0319:
0319 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   Muito menos seria pensável
Pág.Página 319
Página 0320:
0320 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   juro, Sr.ª Ministra, para
Pág.Página 320
Página 0321:
0321 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   A senhora não tem autorida
Pág.Página 321
Página 0322:
0322 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   Ora, Sr. Deputado, como te
Pág.Página 322
Página 0323:
0323 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   O Sr. João Cravinho (PS):
Pág.Página 323
Página 0324:
0324 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   Mas a Sr.ª Ministra sabe q
Pág.Página 324
Página 0325:
0325 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   euros é que se ganham com
Pág.Página 325
Página 0326:
0326 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   evasão, que é possível des
Pág.Página 326
Página 0327:
0327 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   orçamental, como já tem si
Pág.Página 327
Página 0328:
0328 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   O Orador: - VV. Ex.as não
Pág.Página 328
Página 0329:
0329 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   quando o PS foi para o gov
Pág.Página 329
Página 0330:
0330 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   o que é que se deveria esp
Pág.Página 330
Página 0331:
0331 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   que, dentro de dois ou trê
Pág.Página 331
Página 0332:
0332 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   de 50 euros anuais no IRS,
Pág.Página 332
Página 0333:
0333 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   O Orador: - Convém que o S
Pág.Página 333
Página 0334:
0334 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   aqui referiu no sentido do
Pág.Página 334
Página 0335:
0335 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   Pergunto-vos, Sr. Presiden
Pág.Página 335
Página 0336:
0336 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   desequilíbrio das contas p
Pág.Página 336
Página 0337:
0337 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   Durante este debate, na ge
Pág.Página 337
Página 0338:
0338 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   inconstitucionalidade, por
Pág.Página 338
Página 0339:
0339 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   Vozes do PS: - Muito bem!<
Pág.Página 339
Página 0340:
0340 | I Série - Número 010 | 16 de Maio de 2002   montantes a descativar em
Pág.Página 340