O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2164 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002

 

satisfatoriamente, sem passar por esta correcção. Por isso - repito -, os problemas que hoje estamos a discutir são, na sua essência e em primeira linha, problemas económicos. Temos de resolver um problema económico e para isso a política orçamental e concretamente o Orçamento do Estado para 2003 são instrumentos imprescindíveis.
Importa ainda clarificar um ponto importante que me parece significativo, relativo à gestão das expectativas dos agentes económicos (aliás, ontem, o Sr. Primeiro-Ministro já aflorou este tema). Não falta quem reconheça a necessidade de contenção orçamental, mas que ao mesmo tempo recomende a utilização de um discurso optimista para motivar os agentes económicos, tendo em vista compensar os efeitos de uma conjuntura económica interna e externa muito desfavorável e ajudar a ultrapassar as dificuldades que se fazem sentir sempre que uma política de contenção orçamental é aplicada, particularmente neste caso, em conjuntura difícil.
Tenho para mim que o Governo não deve cair na tentação de gerir as expectativas dos agentes económicos com retóricas fáceis. Discursos de optimismo podem fazer-se todos os dias, de manhã, à tarde e à noite, mas de retórica fácil está o País farto e estão ainda mais fartos os agentes económicos!!

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Já tivemos a nossa conta!

O Sr. Fernando Pedro Moutinho (PSD): - É bem verdade!

O Orador: - Tenho a noção de que o discurso e a política, em especial a política económica, têm de estar harmonizados. Não seria credível, numa época de dificuldades e em que as medidas de política não podem oferecer facilidades, estar a contrapor-lhes uma retórica de optimismo fácil. Não seria credível e, por isso mesmo, não seria esse o método de gerir eficazmente expectativas. Acresce que partimos de uma situação de grau zero em matéria de credibilidade do discurso político-económico.
Por isso entendo que a credibilidade só se constrói, como bem diz o Sr. Primeiro-Ministro, com resultados: por exemplo, com as medidas orçamentais já tomadas e que justificaram que a Comissão Europeia não tivesse proposto quaisquer sanções; com a redução do défice externo, já bem visível (posso referir que o défice da balança de bens e serviços nos primeiros oito meses do ano regista uma redução homóloga de 19%), e também com o abrandamento do ritmo de endividamento ao exterior atrás referido; com o cumprimento do objectivo de inflação no corrente ano - não superior a 3,6%, em média - que, acredito, vai ser cumprido; com a contenção do défice do sector público administrativo em nível não superior a 3% do PIB no corrente ano, apesar das dificuldades conhecidas; com a redução visível do défice do sector público administrativo no próximo ano.
Mas a credibilidade constrói-se também com políticas mais eficazes de estímulo à produção de bens e serviços que passam, nomeadamente, pela gestão adequada dos fundos públicos para apoio ao investimento e de outras medidas, nomeadamente de natureza administrativa, de estímulo ao investimento; com a gestão adequada de importantes dossiers da área da chamada gestão de negócios do Estado; de forma mais expedita, podendo oferecer estímulos reais às actividades produtiva das empresas nacionais.
Fundamentalmente, faz-se aprofundando com coragem as políticas estruturais já iniciadas nos domínios da saúde, da segurança social, da educação, da justiça, do trabalho e que, tal como a Comissão Europeia acaba de reconhecer expressamente, deverão contribuir para melhorar as condições para o crescimento, o aumento do emprego e o ambiente de concorrência.
Creio, sinceramente, que só assim se gerem, ou podem gerir-se, expectativas com eficácia. Espero, pois, que o Governo vá acumulando, um após outro, os argumentos que inequivocamente poderão proporcionar-lhe uma grande capacidade para gerir as expectativas dos agentes económicos, sem recorrer nunca a retóricas fáceis e inconsequentes.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Por tudo quanto antecede, e tal como concluí aquando do discurso que aqui proferi na discussão do Orçamento rectificativo, vou concluir dizendo que temos razões mais do que suficientes para justificar um apoio livre, consciente e com toda a convicção à proposta de lei do Orçamento do Estado para 2003.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Também para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Maria Carrilho.

O Sr. Manuel Maria Carrilho (PS): - Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: A discussão da proposta de lei de Orçamento do Estado para 2003 é, sem dúvida, um momento que deve permitir, tão inequivocamente quanto possível, esclarecer os portugueses sobre o sentido, o verdadeiro alvo da acção do Governo.
Já muito foi dito sobre as opções do Governo que, em vez de atenuarem, aprofundaram a crise em que o País se encontra, opções que se revelaram fruto de uma "impreparação" e de uma desorientação que o imprevisível calendário político deste ano trouxe à luz, mas que é tempo de serem debeladas, agora que já se ultrapassaram os seis meses de actividade deste Governo - a não ser que a "impreparação" e a desorientação se tenham, como muitos temem, convertido no traço de estilo da actual coligação no poder...!

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Com efeito, o País conhece hoje uma crise quase sem precedentes, crise que é simultaneamente de confiança, de identidade e de afirmação, que tem, sem dúvida, raízes no passado, mas que um diagnóstico errado, uma acção atabalhoada e um rol de decisões contraditórias com as promessas feitas ao País têm aprofundado de um modo preocupante.

Vozes do PS: - Muito bem!

Páginas Relacionadas
Página 2161:
2161 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   Maria Amélia do Carmo M
Pág.Página 2161
Página 2162:
2162 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   sustentado e, através d
Pág.Página 2162
Página 2163:
2163 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   Quarta e última reflexã
Pág.Página 2163
Página 2165:
2165 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   O Orador: - O Governo m
Pág.Página 2165
Página 2166:
2166 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   Não é diminuindo que se
Pág.Página 2166
Página 2167:
2167 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   apresenta à Assembleia
Pág.Página 2167
Página 2168:
2168 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   Neste quadro, a projecç
Pág.Página 2168
Página 2169:
2169 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   do Estado para a Caixa
Pág.Página 2169
Página 2170:
2170 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   um tratamento mais tran
Pág.Página 2170
Página 2171:
2171 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   claro de que, pelo meno
Pág.Página 2171
Página 2172:
2172 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   E como não entro nessa
Pág.Página 2172
Página 2173:
2173 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   todos os grupos parlame
Pág.Página 2173
Página 2174:
2174 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   um aumento menor do que
Pág.Página 2174
Página 2175:
2175 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   A Oradora: - Não gosto
Pág.Página 2175
Página 2176:
2176 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   O Orador: - Vou termina
Pág.Página 2176
Página 2177:
2177 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   Assim sendo, Sr. Deputa
Pág.Página 2177
Página 2178:
2178 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   A Oradora: - … Acham qu
Pág.Página 2178
Página 2179:
2179 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   qualquer perspectiva in
Pág.Página 2179
Página 2180:
2180 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   Vamos por partes. Anunc
Pág.Página 2180
Página 2181:
2181 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   O Orador: - Corre-se o
Pág.Página 2181
Página 2182:
2182 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   O Orador: - O Sr. Prime
Pág.Página 2182
Página 2183:
2183 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   Em primeiro lugar, deci
Pág.Página 2183
Página 2184:
2184 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   O Sr. Presidente: - A t
Pág.Página 2184
Página 2185:
2185 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   Neste sentido, importa
Pág.Página 2185
Página 2186:
2186 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   uma transferência total
Pág.Página 2186
Página 2187:
2187 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   Vozes do PCP: - Exactam
Pág.Página 2187
Página 2188:
2188 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   Por outro lado, o Sr. D
Pág.Página 2188
Página 2189:
2189 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   O Sr. Jerónimo de Sousa
Pág.Página 2189
Página 2190:
2190 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   dialogar..., pode ser q
Pág.Página 2190
Página 2191:
2191 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   não contributivos, a ac
Pág.Página 2191
Página 2192:
2192 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   bases da segurança soci
Pág.Página 2192
Página 2193:
2193 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   muitos para aliviar as
Pág.Página 2193
Página 2194:
2194 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   Respondendo à Sr.ª Depu
Pág.Página 2194
Página 2195:
2195 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   a outros países, adopta
Pág.Página 2195
Página 2196:
2196 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   traem-se, simultaneamen
Pág.Página 2196
Página 2197:
2197 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   O Orador: - Com este Or
Pág.Página 2197
Página 2198:
2198 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   que lhes são disponibil
Pág.Página 2198
Página 2199:
2199 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   do que pretende a oposi
Pág.Página 2199
Página 2200:
2200 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   É bom lembrar que o Min
Pág.Página 2200
Página 2201:
2201 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   em que eu disse que, pa
Pág.Página 2201
Página 2202:
2202 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   Para além do já enuncia
Pág.Página 2202
Página 2203:
2203 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   Escolhemos a segunda hi
Pág.Página 2203
Página 2204:
2204 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   Neste, como em outros d
Pág.Página 2204
Página 2205:
2205 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   Acreditem, Sr. Presiden
Pág.Página 2205
Página 2206:
2206 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   A Sr.ª Graça Proença de
Pág.Página 2206
Página 2207:
2207 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   devia ter mais preocupa
Pág.Página 2207
Página 2208:
2208 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   Sr. Ministro, gostaria
Pág.Página 2208
Página 2209:
2209 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   O Orador: - É isso que
Pág.Página 2209
Página 2210:
2210 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   Irá levar muito tempo a
Pág.Página 2210
Página 2211:
2211 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   O Orador: - … é incoere
Pág.Página 2211
Página 2212:
2212 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   Referindo-se aos número
Pág.Página 2212
Página 2213:
2213 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   não tem, de certeza, qu
Pág.Página 2213
Página 2214:
2214 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   O Sr. António Costa (PS
Pág.Página 2214
Página 2215:
2215 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   Nem a governação de V.
Pág.Página 2215
Página 2216:
2216 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   as propostas de lei das
Pág.Página 2216
Página 2217:
2217 | I Série - Número 053 | 24 de Outubro de 2002   E não é que, nesta hora
Pág.Página 2217