O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2768 | I Série - Número 066 | 12 de Dezembro de 2002

 

positivo: o PCP deu indiscutivelmente uma prova de vida, tão necessária para quem tem enfrentado tantos problemas, nos últimos tempos.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Mais, estamos também dispostos, com a mesma tolerância democrática, a reconhecer que a greve revelou, nalguns casos, descontentamentos e preocupações que devem merecer, de quem tem a responsabilidade de governar, uma preocupação e uma atenção particulares. Vamos até aí e estamos dispostos a reconhecê-lo.
Mas que se saiba, ao mesmo tempo, que não estamos dispostos a aceitar, em nenhuma circunstância, que uma minoria, mais ou menos radical, mais ou menos esquerdista, ponha em causa a vontade maioritária dos portugueses e o direito - e, mais do que o direito, o dever - de quem ganhou eleições e tem obrigação de fazer as reformas que outros não quiseram, não souberam e, sobretudo (que é o caso do Partido Socialista), não tiveram a coragem política de fazer.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

No limite, o que o radicalismo revelou, desta vez, como sempre fez e já tinha feito no passado, é que, no entendimentos dos seus protagonistas, a vontade maioritária dos portugueses, mesmo que seja totalmente coerente com o programa eleitoral dos partidos da maioria, não conta para nada. Para os sectores mais radicais da sociedade portuguesa, dê para onde der, o centro-direita nunca tem direito de governar. E, se governa, vão para a rua protestar porque não nos reconhecem esse mesmo direito.
Não é assim, nem o aceitamos.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - E que fique claro que não só não aceitamos como não nos intimidamos nem nos impressionamos.
Se alguma lição extraímos do dia de ontem foi a de que os portugueses, na sua maioria, na generalidade, sabem o que querem: querem um País competitivo e desenvolvido e têm a certeza de que só chegamos lá com mais trabalho e não com greves políticas.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Um dirigente grevista dizia mesmo - e o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa também o repetiu - que tinha a sensação de que muitos portugueses foram trabalhar cheios de vontade de fazer greve. Sinceramente, penso que o problema não foi esse.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - O problema foi precisamente o contrário, o de milhares de portugueses que, por causa da greve, sobretudo nos transportes (sector onde ela foi eficaz), viram as suas vidas alteradas,…

Vozes do CDS-PP: - É verdade!

O Orador: - … ficaram horas nas filas de trânsito, nas filas dos transportes e queriam levar os seus filhos à escola ou, pura e simplesmente, ir trabalhar e chegar a tempo.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Para esses portugueses não houve nem uma palavra, nem um aceno de simpatia da extrema-esquerda, nem um aceno de simpatia do PCP e, mais surpreendente, nem um aceno de simpatia da parte do Partido Socialista.
O Partido Socialista tem, de resto, a posição mais surpreendente nesta matéria, pois foi ao ponto de considerar, pela voz do Sr. Deputado João Cravinho, que a exigência de serviços mínimos era inaceitável.
É incompreensível este tipo de radicalismo vindo de um partido que se pretende de centro-esquerda, moderado, responsável e que - como foi bem lembrado - ainda há pouco tempo, no governo, chegou a decretar requisições civis.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): - Exactamente!

O Orador: - Os portugueses ficaram a saber que, para o PS, as greves são boas ou más consoante se é poder ou se é oposição; que os serviços mínimos são necessários, ou não, consoante o momento político e que a coerência é um valor descartável na primeira curva de uma qualquer manobra mais radical.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Não falo sequer da participação de dirigentes históricos do PS, nem mesmo do seu porta-voz, último ministro do trabalho da velha maioria, nos tempos de antena da CGTP e no apelo à greve - felizmente, imediatamente emendada (na medida do possível) pela voz mais cuidadosa e avisada do Sr. Deputado Jorge Coelho, que fez saber que ele nunca teria participado naquele tempo de antena.
A conclusão é óbvia: como de costume, uns sim, outros não, a maioria "nim"! Poderíamos mesmo perguntar onde fica a autoridade do Secretário-Geral do PS.

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): - Muito bem!

O Orador: - A conclusão, repito, é óbvia e clara: de cada vez que a luta aquece, baralha-se o PS. Não há dúvida sobre essa matéria.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Não é surpreendente que o PCP ou alguns dirigentes da CGTP vivam na memória - para ambos saudosa - da velha unicidade sindical ou do monopólio com que, durante anos, quiseram impedir a liberdade sindical no nosso país.
Para ambos, PCP e dirigentes da CGTP, tudo era melhor antes do histórico 25 de Novembro de 1975, como tudo era melhor antes da queda do Muro de Berlim, em 1989.

Protestos do PCP.

E que saudades já sentem, Srs. Deputados, dos tempos anteriores a 17 de Março, à vitória da nova maioria!
A CGTP retomou a sua velha tradição do sindicalismo marxista e revolucionário, que vê na luta de classes o motor da história e dos amanhãs que cantam. O seu dirigente máximo chegou a classificar a flexibilização laboral e algumas medidas positivas para os trabalhadores do novo

Páginas Relacionadas
Página 2815:
2815 | I Série - Número 066 | 12 de Dezembro de 2002   é responsável pela ges
Pág.Página 2815
Página 2816:
2816 | I Série - Número 066 | 12 de Dezembro de 2002   O aparecimento deste d
Pág.Página 2816