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3780 | I Série - Número 089 | 21 de Fevereiro de 2003

 

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Apresentámos também este voto para condenar, sem quaisquer equívocos, a posição inaceitável de seguidismo do Governo português, que foi expressa pelo Sr. Primeiro-Ministro.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - O Governo português sabe que os Estados Unidos querem esta guerra, decidiram-na unilateralmente e, lamentavelmente, têm o apoio expresso do Governo português, que nós vivamente condenamos.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Nós estivemos na rua no passado fim-de-semana, acompanhados por muitos milhões de cidadãos em muitos países do mundo. E, assim como estivemos na rua em defesa da paz, estamos também nesta Assembleia da República em defesa da paz e condenando inequivocamente esta guerra que os Estados Unidos querem desencadear e que, lamentavelmente, têm contado com o apoio do Governo português.
Foi para expressar esta nossa posição muito clara de condenação da guerra e de defesa da paz que apresentámos este voto nesta Assembleia.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia, dispondo também de 2 minutos.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): - Sr. Presidente, antes de entrar propriamente no assunto em debate, permitia-me também interpelar V. Ex.ª, nos mesmos termos em que o fez o Sr. Deputado José Vera Jardim, para dizer que, no meu entendimento, o Sr. Deputado José Vera Jardim não tem razão. E não tem razão, por uma circunstância simples.
Sr. Deputado José Vera Jardim, é verdade que o Sr. Presidente hoje concedeu, com grande tolerância, o direito de defesa da consideração das várias bancadas, mas quero dizer-lhe que ontem, quando eu e o Sr. Deputado Guilherme Silva nos considerámos agravados, nenhum de nós pôde usar desse direito,…

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - O Sr. Presidente não nos deu a palavra!

O Orador: - … e, portanto, não houve qualquer igualdade, nem houve essa situação que invocou; pelo contrário, houve uma disparidade dessas mesmas situações, porque nenhum de nós pôde, ontem, usar da palavra, e eu gostaria de lhe ter respondido.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - O Sr. Presidente não nos deu a palavra!

O Orador: - Dito isto, Sr. Presidente,…

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, tenho de responder-lhe.
Pelos vistos, não consigo agradar a ninguém! Paciência! Ontem não estava nos meus dias!

Risos.

O Orador: - Hoje conseguiu agradar com essa resposta, Sr. Presidente, que é bem humorada!

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Dito isto, Sr. Presidente e Srs. Deputados, quero dizer, sobre os votos em discussão, que, de facto, nesta Câmara e sobre esta matéria, existem três posições ou, se quisermos, e em bom rigor, duas posições e meia.
Há uma posição que é conhecida e que é a de todos aqueles que, no fim e no limite, estão ao lado do regime ditatorial do Iraque, estão ao lado da complacência com um ditador sanguinário.

Vozes do CDS-PP e do PSD: - Muito bem!

O Orador: - É a posição que aqui é representada pelo Partido Comunista Português e pelo Bloco de Esquerda,…

Vozes do PCP, do BE e de Os Verdes: - Mentira!

Vozes do PCP: - Isso são vocês!

O Orador: - … chegando o Bloco de Esquerda ao limite absoluto, na minha opinião, de, para ser complacente com Saddam Hussein, insultar e enxovalhar Portugal, quando diz que Portugal foi um aliado, um amigo e apoiou Saddam Hussein.

O Sr. Honório Novo (PCP): - Viraram a casaca?! Não pode ser!

O Orador: - Não é aceitável, mas é uma posição internacionalmente conhecida e que diz sempre o mesmo: a guerra é por causa do petróleo iraquiano!

Vozes do PCP e do BE: - E é!

O Orador: - Estão de acordo de que é?

A Sr.ª Odete Santos (PCP): - E é!

O Orador: - Exactamente!
É o gigante americano, superpotência, que tem armamento perigoso!

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): - Estão de acordo!

O Orador: - Mais: quem tem de provar a culpabilidade são os aliados. O Iraque não pode ser acusado de ser culpado antes do julgamento. Não é ao Iraque que cabe o ónus da prova.
Estas palavras e estas frases vêm todas na mesma linha, são sempre proferidas por extremistas e estas, em concreto, são as do Sr. Jean-Marie Le Pen, no Parlamento Europeu.

Risos do CDS-PP e do PSD.

Conhecemos essas posições e essa tomada de posição em relação ao Iraque. Não a apoiamos, não a aceitamos, nem podemos estar com ela.

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