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0286 | I Série - Número 006 | 02 de Outubro de 2003

 

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Francisco Louçã, pede a palavra para que efeito?

O Sr. Francisco Louçã (BE): - Para uma interpelação à Mesa, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Francisco Louçã (BE): - Sr. Presidente, queria que fizesse o favor de me lembrar se foi no princípio desta sessão que as bancadas da maioria fizeram uma saudação laudatória ao governo de Angola, que é do mesmo partido que, pelos vistos, era o partido da dominação soviética em 1974.

O Sr. João Teixeira Lopes (BE): - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, sabe muito bem que essa saudação foi feita. Portanto, a sua pergunta é retórica, mas fica registada. E a minha resposta também.
Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado José Magalhães.

O Sr. José Magalhães (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Telmo Correia, gostava também de, cumprindo uma praxe parlamentar, lhe transmitir os cumprimentos da bancada socialista.
Sr. Deputado, o seu discurso síntese foi tão igual ao congresso…

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Foi fiel!

O Orador: - … que, francamente, nos impressionou por três razões.
Em primeiro lugar, com este Congresso, o CDS-PP assume a sua função de partido secundário, de partido de apoio e subsidiário do PSD. E isto é verdadeiramente espantoso, porque a única coisa que saiu do Congresso foi este apelo lancinante do CDS-PP: "não nos deixem ir a votos nos próximos anos, por favor. Tudo menos ir a votos! Nós queremos ir em coligação, escondam-nos debaixo do vosso manto, protejam-nos, não deixem que os eleitores nos julguem e nos meçam. Claro que queremos influenciar as eleições presidenciais e decidir o vosso, o nosso candidato. Mas, por favor, acima de tudo não nos deixem ir a votos. Não queremos, temos medo".
Bom, aparentemente, o PSD ocupou-vos a área da direita democrática e, portanto, deixou-vos com a segunda característica do seu discurso, ou seja, slogans completamente vazios. O que é que quer dizer "o partido do politicamente incorrecto", Sr. Deputado Telmo Correia? O que é que quer dizer "o partido que é tranquilo", "o partido eurocalmo"? É o partido dos Mantra calmantes?
Bem, é o partido que ideologicamente está obrigado, devido à competição do seu parceiro, a refugiar-se em arcaísmos de carácter retrógrado, em xenofobia absolutamente escandalosa, em colonialismo serôdio, regressivo, que francamente cheira a bafio e não impressiona ninguém na sociedade portuguesa. É esse o vosso campo, aparentemente.
Terceiro aspecto: a indiferença total em relação à realidade.
No vosso Congresso, depois de um Verão calamitoso, de destruição, de sofrimento e de incompetência, não houve realidade, não houve alusão a isso.
Entretanto, deixaram cair as vossas bandeiras. O Dr. Portas já não fala da lavoura (bem se percebe porquê, afunda-a!), não fala das pescas (bem se percebe porquê e, no dia de hoje, muito bem, porque elas se afundam também!), não fala sequer dos pensionistas (quais pensionistas? Estão esquecidos!) e fala dos ex-combatentes apenas para dizer que virá uma esmola um dia, não sabemos quando nem sabemos como.
Sr. Deputado Telmo Correia, não fuja! Diga-nos o que pensa sobre a construção europeia, diga-nos o que pensa sobre a moeda europeia, sobre a política de defesa europeia. Essas são as questões a que o CDS-PP devia responder e não responde.
Por último, Sr. Deputado Telmo Correia, quatro "nãos": primeiro, não conta connosco, de certeza, para lançar poeira sobre a vossa crise ideológica, abrindo uma querela constitucional (não entraremos nela de certeza!); segundo, não conta connosco para ocultar a vossa fuga à realidade; terceiro, não conta connosco para ferir a separação de poderes e criticar decisões judiciais de qualquer natureza (não o faremos!);…

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado José Magalhães, o seu tempo terminou, tenha a bondade de concluir.

O Orador: - Concluo, Sr. Presidente.
E, por último, não conta connosco para ocultar a brutal fuga às responsabilidades do PSD e do CDS-PP e amanhã, na interpelação do PS, verá até que ponto somos capazes de demonstrar os erros da vossa política governativa. É essa a nossa função, é isso que faremos!

Aplausos do PS.

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