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1181 | I Série - Número 021 | 07 de Novembro de 2003

 

mais precisa, proteger mais quem é mais fraco e ajudar mais quem é mais débil.

O Sr. Lino de Carvalho (PCP): - Mais desemprego!

O Orador: - Ou seja, tratar diferentemente o que é diferente e tratar apenas igualmente o que é igual.

Vozes do PSD e do CDS-PP: - Muito bem!

O Sr. Lino de Carvalho (PCP): - Mais desemprego!

O Orador: - As vozes do passado também aqui representam outro paradigma. É aquele que alia, numa mistura explosiva, a igualdade, no sentido não das oportunidades mas do igualitarismo cego, com a gratuitidade universal em todas as circunstâncias e em todos os sectores.
Ora, a este título, poderia a esquerda portuguesa, aquela que é democrática e responsável, recordar as palavras de um dos melhores académicos da esquerda americana (que, lá por ser americano, não deixa de ser de esquerda!), que dizia que, do ponto de vista das políticas sociais, cada direito implica uma responsabilidade, cada oportunidade implica uma obrigação, cada riqueza constitui um dever.

Vozes do PSD e do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Na esquerda portuguesa, mesmo naquela que é democrática e responsável, acontece exactamente o oposto: não há deveres, só há direitos; não há oportunidades, só há gratuitidades.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

E isto aplica-se a políticas sociais tão importantes como a saúde, a educação ou as prestações sociais.
Para a maioria, deve prosseguir-se um princípio de diferenciação social: quem precisa de ajuda, tem de ser ajudado - nós temos consciência social! - e quem pode pagar a sua parte, deve pagar a sua parte.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Para as vozes do passado, trata-se apenas de "atirar dinheiro" para os problemas, sem explicar como se financiará a alocação desses recursos, e de ser, no fundo, adepto da solução mais fácil, a solução corporativa, que agrega todos os corporativismos e que se limita a pedir mais e sempre mais, a gastar mais e sempre mais, mesmo que sem critério.
O ensino não se paga, a saúde não custa, as auto-estradas são de graça! E por aí fora…

Vozes do PS: - E o TGV?

O Sr. Lino de Carvalho (PCP): - Não foi V. Ex.ª que aprovou três Orçamentos do PS?!

O Orador: - VV. Ex.as prometem almoços grátis a toda a gente e em todas as circunstâncias e isso significa, como qualquer pessoa de meridiano bom senso pode compreender, uma penúria generalizada, sobretudo para a geração daqueles jovens que são o Portugal de amanhã.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Protestos do PS e do PCP.

O Sr. Carlos Carvalhas (PCP): - Demagogo! Demagogo!

O Orador: - A esquerda, como foi aqui dito pelo Sr. Primeiro-Ministro, tem a ideia de si própria que representa uma pretensa superioridade moral, relativamente às questões sociais. A esquerda acha que é mais social, que tem melhor coração.
Tenho a humildade de não discutir essa alegada superioridade, que só VV. Ex.as reconhecem em vocês mesmos. Mas há uma coisa que posso dizer-vos num Governo que é composto por sociais-democratas e democratas-cristãos, que não foi, não é, nem será, liberal, como VV. Ex.as muitas vezes dizem e foram durante os vossos mandatos.

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