O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

3205 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004

 

A Sr.ª Odete Santos (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: As minhas primeiras palavras, em nome do Grupo Parlamentar do PCP, que hoje trouxe ao Plenário o debate sobre a legalização da interrupção voluntária da gravidez (IVG), são palavras de solidariedade dirigidas àquelas mulheres que já foram ou vão ser objecto de inquisição por parte de agentes policiais para que revelem se interromperam a gravidez, aonde e por que meios.
Dirigem-se estas palavras solidárias às mulheres que um dia descobriram que estavam grávidas e tiveram de subir clandestinamente a escada de uma clínica, de um consultório de uma parteira, de uma casa num esconso vão de escada, para resolver a angústia de uma gravidez indesejada.
Dirigem-se às adolescentes deste País, a quem tem sido negado o direito à educação sexual.
Dirigem-se a todas as mulheres a quem não tem sido garantido o direito à maternidade consciente e que vêem negado o mais elementar direito à dignidade através de uma lei que, autoritariamente, elege as convicções de alguns para as impor a todos.

Aplausos do PCP, de Os Verdes e de alguns Deputados do PS.

Podem contar connosco!
Terminada que foi a contagem dos votos no referendo, os mentores do "não" respiraram de alívio e foram fazendo protestos da necessidade de investimento na educação sexual e no planeamento familiar. Viu-se!
A história da luta pela despenalização é uma história de hipocrisias, de faz-de-conta, de falsas compaixões.

Vozes do PCP: - Muito bem!

A Oradora: - Finge-se que não se sabe que a lei não é cumprida. Apesar de tudo, a sociedade não considera que a mulher comete um crime.
Faz-se de conta que não se sabe dos graves problemas de saúde resultantes do aborto clandestino.
Finge-se que se desconhece que há mulheres que morrem e que muitas ficam permanentemente afectadas na sua saúde sexual e reprodutiva - muitas nunca mais podem ter filhos.
Junte-se a esta hipocrisia as palavras tartamudeadas por quem se opõe à despenalização sempre que há um julgamento por aborto provocado. "Que não, que não querem que as mulheres vão para a cadeia"… Digam então, se faz favor, para que querem a lei!

Aplausos do PCP, do BE e dos Verdes.

Para ganhar indulgências? Se calhar é!
Sempre que sobe a Plenário uma iniciativa visando a despenalização - e isto acontece desde 1982 - fala-se muito de educação sexual e de planeamento familiar, com um olhar oblíquo de quem sabe que não vai cumprir.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Muito bem!

A Oradora: - De quem sabe que, mesmo se cumprisse, não resolveria o problema do aborto clandestino.
A direita sempre votou contra todas as iniciativas legislativas, apresentadas pelo PCP e por outros partidos, sobre educação sexual e planeamento familiar.
O PSD esteve no governo durante largos anos. Mostrem o "certificado de garantia" com que pretendem assegurar que agora sim, agora é que se vai cumprir a legislação contra a qual votaram o PSD e o CDS-PP.
Com "fiadores" como os que têm lá para as bandas do Ministério da Educação e do Ministério da Segurança Social e do Trabalho, a "garantia" vem com carimbo falso. Mais uma vez se verá que, pela parte da direita, tudo isto, para ela, não passa de mais outro faz-de-conta. Só para as mulheres é que não se trata de um fingimento. A lei está aí e foi utilizada na Maia, em Aveiro. Correm notícias de que alguns outros processos estão pendentes.
As mulheres são vítimas de perseguição penal. Vêem a sua intimidade exposta na praça pública. As mulheres são humilhadas depois de terem sido ofendidas com a provação do aborto inseguro. Depois de lhes ter sido negado o direito à maternidade consciente por políticas anti-sociais que feminizam a pobreza, as mulheres são condenadas a graves consequências na sua saúde física e psíquica. Por vezes

Páginas Relacionadas
Página 3204:
3204 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   O Sr. Secretário (Duarte
Pág.Página 3204
Página 3206:
3206 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   perdem a vida. É este qua
Pág.Página 3206
Página 3207:
3207 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   abortos, o que é pura man
Pág.Página 3207
Página 3208:
3208 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   que quer impedir a forma
Pág.Página 3208
Página 3209:
3209 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   Os portugueses devem ter-
Pág.Página 3209
Página 3210:
3210 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   Aplausos do PS. Que
Pág.Página 3210
Página 3211:
3211 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   chegou ao seu bairro ou à
Pág.Página 3211
Página 3212:
3212 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   cuidados de saúde assegur
Pág.Página 3212
Página 3213:
3213 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   conclusões do relatório.
Pág.Página 3213
Página 3214:
3214 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   grande importância, que i
Pág.Página 3214
Página 3215:
3215 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   O Sr. Luís Marques Guedes
Pág.Página 3215
Página 3216:
3216 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   Hoje, continua a descreve
Pág.Página 3216
Página 3217:
3217 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   O Sr. Luís Marques Guedes
Pág.Página 3217
Página 3218:
3218 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   conciliação com as respon
Pág.Página 3218
Página 3219:
3219 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   Reconheço que, a nível da
Pág.Página 3219
Página 3220:
3220 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   A Oradora: - Estou a fala
Pág.Página 3220
Página 3221:
3221 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   O Sr. Luís Fazenda (PSD):
Pág.Página 3221
Página 3222:
3222 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   O Sr. Vicente Jorge Silva
Pág.Página 3222
Página 3223:
3223 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   PSD está a fugir. Fal
Pág.Página 3223
Página 3224:
3224 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   estive a falar de alguma
Pág.Página 3224
Página 3225:
3225 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   A Oradora: - Serve apenas
Pág.Página 3225
Página 3226:
3226 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   O Sr. Ricardo Gonçalves (
Pág.Página 3226
Página 3227:
3227 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   penalização do aborto…
Pág.Página 3227
Página 3228:
3228 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   nenhuma circunstância, pr
Pág.Página 3228
Página 3229:
3229 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   A Sr.ª Odete Santos (PCP)
Pág.Página 3229
Página 3230:
3230 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   que, ao mesmo tempo que c
Pág.Página 3230
Página 3231:
3231 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   complexas as questões mai
Pág.Página 3231
Página 3232:
3232 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   Aplausos de Deputados do
Pág.Página 3232
Página 3233:
3233 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   em especial o PSD, vieram
Pág.Página 3233
Página 3234:
3234 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   generalidade. O Sr.
Pág.Página 3234
Página 3235:
3235 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   O Orador: - O aborto é um
Pág.Página 3235
Página 3236:
3236 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   a recorrer à interrupção
Pág.Página 3236