O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

3213 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004

 

conclusões do relatório. Penso que V. Ex.ª está a exceder-se em relação ao tema para que lhe foi dada a palavra. Por isso, tenha a bondade de se ater às conclusões do relatório.

A Oradora: -Sr. Presidente, o relatório cita este artigo e é por isso que lhe faço referência.

Aplausos do PS.

Protestos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Tenha a bondade de avançar e concluir, Sr.ª Deputada.

A Oradora: - Com certeza, Sr. Presidente.
Crime sem criminoso ou ausência de crime tout court, este é um problema que mexe e remexe fundo nas consciências de todos nós. É que, independentemente do poder de decisão individual, há em cada caso uma circunstância, que não é feita por cada um mas pelo momento e pelo meio que os envolve, e esse meio é nossa responsabilidade colectiva. E se ele é hostil, a responsabilidade do que a ele é imputável também é colectiva e não apenas individual. Muita dessa responsabilidade passa por nós, nesta Câmara, pelos resultados da nossa acção e da acção dos órgãos do poder político.
Pelo nosso insucesso não devem outros ter de assumir a responsabilidade. Combatam-se ferozmente as causas, não se penalizem os efeitos.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, termino com esta pergunta: visto a esta luz, qual de nós, qual de vós, tem legitimidade para atirar a primeira pedra?

Aplausos do PS, do PCP, do BE e de Os Verdes.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): - Uma vergonha!

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Leonor Beleza.

A Sr.ª Leonor Beleza (PSD): - Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A esquerda, por iniciativa do PCP, entendeu que era oportuno, agora, levantar de novo a questão da regulamentação legal do aborto, propondo a despenalização total da mulher que o pratica, em quaisquer circunstâncias e em qualquer momento. Neste ponto, que é o essencial, o PCP é acompanhado pelo Bloco de Esquerda e por Os Verdes.
Bastante mais modestamente, o PS retoma, no essencial, a alteração submetida a referendo em 1998, no sentido que seja livre o aborto praticado nas primeiras 10 semanas de gravidez, solução que, como se sabe, foi rejeitada naquela altura.
Está hoje também na ordem do dia a discussão de uma petição popular e de duas propostas de resolução que suscitam a realização de um novo referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez. Todas sugerem uma mesma pergunta, ajustável ao conteúdo da que, em 1998, foi respondida negativamente. A iniciativa popular é a primeira que a Assembleia da República aprecia ao abrigo da revisão constitucional de 1997 e da legislação entretanto aprovada, facto que se anota e de que se salienta a relevância. As outras duas propostas foram apresentadas pelo PS e pelo BE.
O PCP é coerente. Não quis referendo, não quer e nem quer ouvir falar em tal coisa, como resulta claro do preâmbulo do projecto de lei que apresenta. O PS, pelos vistos, está mal disposto consigo próprio e com a forma como actuou em 1998.
Em relação a estes aspectos, estamos nos antípodas.
Para nós, o referendo constitui, desde sempre, uma forma nobre de decisão devolvida directamente ao povo que representamos, que, como é óbvio, coexiste com a democracia representativa, e que, apesar de repetidas insistências da nossa parte, só em 1989 passou a ser aceite pela Constituição.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Muito bem!

A Oradora: - Estou tanto mais à vontade para o lembrar quanto, em 1993, quando o PS se lembrou de sugerir que o primeiro referendo em Portugal fosse suscitado para o que pareciam achar uma questão básica e decisiva, que era a de saber como devia ser gerida a RTP - na altura, tratava-se mais de saber se o director de então devia ou não permanecer no seu lugar - me coube enunciar alguns princípios que me permito relembrar.
O referendo deve ser usado de maneira parcimoniosa e com extrema precaução, em assuntos de

Páginas Relacionadas
Página 3204:
3204 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   O Sr. Secretário (Duarte
Pág.Página 3204
Página 3205:
3205 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   A Sr.ª Odete Santos (PCP)
Pág.Página 3205
Página 3206:
3206 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   perdem a vida. É este qua
Pág.Página 3206
Página 3207:
3207 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   abortos, o que é pura man
Pág.Página 3207
Página 3208:
3208 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   que quer impedir a forma
Pág.Página 3208
Página 3209:
3209 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   Os portugueses devem ter-
Pág.Página 3209
Página 3210:
3210 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   Aplausos do PS. Que
Pág.Página 3210
Página 3211:
3211 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   chegou ao seu bairro ou à
Pág.Página 3211
Página 3212:
3212 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   cuidados de saúde assegur
Pág.Página 3212
Página 3214:
3214 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   grande importância, que i
Pág.Página 3214
Página 3215:
3215 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   O Sr. Luís Marques Guedes
Pág.Página 3215
Página 3216:
3216 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   Hoje, continua a descreve
Pág.Página 3216
Página 3217:
3217 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   O Sr. Luís Marques Guedes
Pág.Página 3217
Página 3218:
3218 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   conciliação com as respon
Pág.Página 3218
Página 3219:
3219 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   Reconheço que, a nível da
Pág.Página 3219
Página 3220:
3220 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   A Oradora: - Estou a fala
Pág.Página 3220
Página 3221:
3221 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   O Sr. Luís Fazenda (PSD):
Pág.Página 3221
Página 3222:
3222 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   O Sr. Vicente Jorge Silva
Pág.Página 3222
Página 3223:
3223 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   PSD está a fugir. Fal
Pág.Página 3223
Página 3224:
3224 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   estive a falar de alguma
Pág.Página 3224
Página 3225:
3225 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   A Oradora: - Serve apenas
Pág.Página 3225
Página 3226:
3226 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   O Sr. Ricardo Gonçalves (
Pág.Página 3226
Página 3227:
3227 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   penalização do aborto…
Pág.Página 3227
Página 3228:
3228 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   nenhuma circunstância, pr
Pág.Página 3228
Página 3229:
3229 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   A Sr.ª Odete Santos (PCP)
Pág.Página 3229
Página 3230:
3230 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   que, ao mesmo tempo que c
Pág.Página 3230
Página 3231:
3231 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   complexas as questões mai
Pág.Página 3231
Página 3232:
3232 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   Aplausos de Deputados do
Pág.Página 3232
Página 3233:
3233 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   em especial o PSD, vieram
Pág.Página 3233
Página 3234:
3234 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   generalidade. O Sr.
Pág.Página 3234
Página 3235:
3235 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   O Orador: - O aborto é um
Pág.Página 3235
Página 3236:
3236 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   a recorrer à interrupção
Pág.Página 3236