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3973 | I Série - Número 073 | 03 de Abril de 2004

 

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado João Moura.

O Sr. João Moura (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Silva Pereira, ouvi atentamente a sua intervenção e é preciso falar a verdade aos portugueses.

Vozes do PS: - É, é!

O Orador: - Apesar de estarmos no Inverno, vamos deixarmo-nos de "incendiarismos" e vamos falar a verdade!
Dia 2 de Agosto, distrito de Santarém: temperatura máxima 42º C, temperatura mínima 29.ºC, humidade relativa do ar 15%, velocidade do vento de leste 40 km/h - tudo situações completamente anormais!
Número de corpos de bombeiros no distrito de Santarém 27; número de veículos de combate a incêndio 76 no total; número de fogos nascentes 84.
Sr. Deputado, diga-me, por favor, como é que conseguia coordenar os meios? Como é que conseguia fazer face a esta situação? Diga a verdade aqui sobre qual foi a razão principal para estes incêndios florestais.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Silva Pereira.

O Sr. Pedro Silva Pereira (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado João Moura, respondo à sua questão. Na intervenção que tive ocasião de fazer em nome do meu grupo parlamentar foi claro o reconhecimento das condições meteorológicas excepcionais como uma das causas relevantes para a tragédia dos fogos florestais que ocorreu no País.
A nossa divergência não está aí, Sr. Deputado!

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Está na convicção de que houve outras causas muito relevantes para a dimensão que os fogos florestais assumiram em Portugal.
O Sr. Director da Polícia Judiciária andou a investigar as causas dos fogos e o que disse na Comissão foi exactamente isto: "houve, com certeza, condições climatéricas extremamente adversas, mas a manutenção de um determinado sistema de intervenção, o pouco cuidado na maneira como se combate de início o pequeno fogo, a primeira intervenção continua a ser, e passe a arrogância - dizia ele -, a pedra de toque no êxito do combate ao fogo florestal".

O Sr. João Moura (PSD): - Com 76 veículos e 84 fogos, como é que fazia?!

O Orador: - Sr. Deputado, a primeira intervenção foi um fracasso nesta época dos fogos. Se a maioria não quiser reconhecer isso, a maioria não criará condições para que o combate aos fogos possa ter sucesso no Verão que aí vem.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Vítor Reis.

O Sr. Vítor Reis (PSD): - Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Os incêndios de 2003 provocaram a morte de 20 pessoas, destruíram cerca de 2500 edifícios, afectaram mais de 3800 famílias e consumiram para cima de 400 000 ha. Não há memória de incêndios como estes!
Houve 91 incêndios que duraram mais de 4, 8, e até 10 dias. Nunca houve semelhante situação!
Num único dia, o dia 2 de Agosto, os incêndios consumiram mais de 100 000 ha, ou seja, mais do que aquilo que antes ardia num ano inteiro. Em 15 dias, entre 29 de Julho e 12 de Agosto, a área ardida ascendeu a 340 000 ha.
A tragédia ganhou uma enorme dimensão de forma paradoxal - com poucos incêndios, em poucos dias e em poucos locais.
O que aconteceu em 2003 foi completamente diferente de tudo o que sabíamos, conhecíamos e experimentámos em matéria de incêndios florestais. Os bombeiros foram os primeiros a percebê-lo.

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