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5246 | I Série - Número 095 | 17 de Junho de 2004

 

Nas últimas três semanas da sua vida, tive ocasião de, com a Ministra das Finanças, o visitar no hospital. Também aí, em poucos minutos de conversa, ficou claro que já pressentia a dificuldade de vencer esse combate, o combate pela vida, mas ficou patente, na sua grandeza de espírito, a sua enorme dignidade. E, por isso, aqui também o quero evidenciar.
Tudo para, resumindo e concluindo, dizer que, perante o exemplo, a obra e o trabalho do Deputado Lino de Carvalho, são sempre poucas e, sobretudo, pobres as palavras que podemos usar, mas é muita e, sobretudo, grande a vontade de lhe prestar esta homenagem. A homenagem que presto a quem institucionalmente muito respeitava e a quem pessoalmente muito admirava.
Por isso, nesta ocasião, em meu nome pessoal e em nome do Governo, apresento as condolências à sua família, à sua mulher e aos seus filhos, ao Partido Comunista, a todos, sobretudo manifestando pelo Deputado Lino de Carvalho grande admiração e solidariedade.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Bernardino Soares.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Sr. Presidente, em primeiro lugar, quero agradecer ao Governo, a todos os Deputados, pessoas e instituições que durante estes dias manifestaram o seu pesar pela morte do Lino de Carvalho e nos enviaram a sua solidariedade. Penso que todos imaginarão como é difícil a esta bancada intervir neste voto de pesar.
A consternação geral que se verificou com a morte de Lino de Carvalho é bem o testemunho do valor e da dimensão do homem que perdemos na semana passada. Não serão, pois, necessárias muitas palavras para deixar clara a dimensão da perda que constitui o seu desaparecimento, mas as palavras, por outro lado, não serão suficientes para expressar de forma completa o valor que teve o Lino de Carvalho como comunista, como Deputado, como cidadão e como camarada e amigo.
Pode dizer-se que Lino de Carvalho foi um homem com uma vida plena e de plena dedicação às suas causas, ao seu partido, à democracia, à liberdade, ao progresso social. Corajosamente, lutou contra o fascismo antes do 25 de Abril, com os seus camaradas comunistas e com muitos outros democratas. Empenhou-se, com entusiasmo, na conquista de mais e melhores condições de vida para o seu povo e de mais desenvolvimento para o seu País, em especial no seu Alentejo. Deu ao PCP, ao longo de 35 anos, o melhor das suas capacidades e do seu trabalho.
Foi um parlamentar brilhante que muito contribuiu para a intervenção do Grupo Parlamentar do PCP, mas que também muito prestigiou a Assembleia da República.
A sua frontalidade, a firmeza das suas convicções, a qualidade que emprestava aos debates, mas ao mesmo tempo aquela simpatia e afectividade com que se relacionava com todos, a jovialidade e o humor saudavelmente provocante com que tantas vezes nos desarmava fez com que tantos nesta Casa e até especialmente, como aqui já foi dito, aqueles que com ele travavam duras batalhas políticas se considerassem seus amigos.
Por isso, não estranhámos que na última despedida, estando representadas muitas instituições e presente muito povo anónimo que lhe quis prestar uma última homenagem, a maior parte estava presente por razões de amizade. Foi, fundamentalmente, uma despedida de amigos.
Para nós, seus camaradas, será muito difícil conviver com a sua ausência e aceitar o desaparecimento prematuro de quem tinha ainda muito para dar ao partido, ao Parlamento e ao País. Com o desaparecimento do Lino de Carvalho, o Parlamento perde um magnífico Deputado e Vice-Presidente, o PCP perde um valioso militante e dirigente e nós perdemos um amigo e um camarada inesquecível.
Ao Lino de Carvalho, construtor da liberdade, construtor da democracia, lutador contra as injustiças e as opressões, devemos todos um profundo reconhecimento e nós, seus camaradas e amigos, teremos de, neste momento difícil, ser capazes de levar adiante o contributo da sua intervenção e luta e continuar a lutar por um País e um mundo melhores.
Termino, reafirmando a nossa solidariedade a toda a família, em especial à Ana, sua companheira, e aos seus filhos, Vasco e Carlos. A eles e a todos nós o Lino fará muita falta.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, informo que foram recebidas na Mesa, durante estes dias, diversas mensagens de condolência pela morte do Vice-Presidente Lino de Carvalho, nomeadamente do Sr. General do Estado-Maior General das Forças Armadas, do Sr. Presidente da Assembleia Nacional da República de Angola, de diversas embaixadas, nomeadamente do Embaixador do Brasil e do Embaixador de Moçambique, de muitos órgãos de poder local em diversos pontos do País, da Comunidade Islâmica de Lisboa e de diversas entidades particulares do círculo eleitoral que o nosso colega aqui representava.
Vamos passar a apreciar o voto n.º 180/IX - De pesar pelo falecimento do ex-Deputado Prof. Sousa Franco, apresentado pelo PS.
Tem a palavra o Sr. Secretário para proceder à respectiva leitura.

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