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5612 | I Série - Número 105 | 09 de Julho de 2004

 

da sua poesia e é por muitas destas e muitas outras razões que pessoas como Sophia de Mello Breyner não morrem. Dir-se-á que a cultura portuguesa fica mais pobre, mas pessoas assim não morrem, vivem e viverão sempre, sobretudo enquanto as virtudes da justiça, da beleza, da verdade e da harmonia perdurarem entre os homens.
Por isso, a homenagem à sua obra e à mulher que partiu e a solidariedade à sua família, que pode ter orgulho em Sophia que agora nos deixou.

O Sr. Presidente: - Sr.as e Srs. Deputados, vamos votar o voto n.º 190/IX, que acabámos de discutir.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Sr.as e Srs. Deputados, peço a todos que se levantem, mas, desta vez, não peço que façam um minuto de silêncio, porque Sophia, grande poetisa, não morreu, devemos-lhe um grande aplauso.

A Câmara aplaudiu, de pé, durante 1 minuto.

Srs. Deputados, passamos ao voto n.º 191/IX - De congratulação pela elevação da paisagem da cultura da vinha do Pico ao estatuto de Património Mundial, apresentado pelo PCP, PSD, PS, CDS-PP, BE e por Os Verdes.
Antes de dar a palavra à Sr.ª Deputada Judite Jorge para se pronunciar sobre o mesmo, peço que respeitem o tempo atribuído a cada grupo parlamentar, que é de 2 minutos.
Tem a palavra, Sr.ª Deputada Judite Jorge.

A Sr.ª Judite Jorge (PSD): - Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Ao falar da paisagem da cultura da vinha do Pico, ao falar da sua consagração como património mundial, peço-vos licença para um registo pessoal e emocionado.
Este é um tema em que não posso, nem quero, ser neutra.
Nasci nessa ilha a que Raul Brandão chamou magnética; cresci no meio dessas vinhas que hoje são de toda a Humanidade, retalhos de verde entre o negro, muito negro, do basalto.
Sou herdeira dos que há mais de 500 anos chegaram a essa ilha, então selvagem, e desbravaram matos, abriram caminhos, levantaram paredes e tiveram a força e a coragem de transformar a bravia terra de lava em terra de pão e vinho e vida.
Sou irmã dos que, hoje, com tenacidade, suor e amor à terra, transportam viva essa memória; sou irmã dos que, em labuta incansável, conservam intacta e cuidada essa paisagem que é arte, paisagem que é história, paisagem que é expressão do homem local, paisagem que é espírito do homem universal.
Quando falamos da classificação pela UNESCO da paisagem da cultura da vinha do Pico é disto que falamos: do homem que povoou o Pico, do homem que no Pico se perpetuou e no Pico inaugurou um modo de ser tão sabiamente singelo, tão humanamente rico, tão exemplarmente são e generoso que Vitorino Nemésio, desse homem do Pico, disse ser a "nata do insulano", pois que "nenhum açoriano se lhe avantaja na concepção séria da vida, temperada, embora, por uma ingenuidade que é o segredo do triunfo nas lides a que se entrega".
A UNESCO não acaba de classificar uma paisagem natural, embora os elementos naturais dessa paisagem se mantenham em grande medida intocados.
Do que esta classificação trata é, sobretudo, da paisagem construída: vinhedos e adegas em perfeita sintonia com a natureza rude e prodigiosa. O que agora se consagra Património Mundial é uma paisagem fruto do labor e do carácter do português do Pico. Essa paisagem ilustra a minha, a nossa cultura, e é relato do homem autêntico, do homem integral.
Assim, para mim, este não é apenas um voto de congratulação, é um voto de confiança em Portugal, nos portugueses, porque um Portugal que pode oferecer ao mundo a prova de uma fibra humana tão verdadeira é, Sr.as e Srs. Deputados, um Portugal que está vivo, um Portugal que está de saúde, um Portugal a que podemos brindar com um copo de verdelho do Pico.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, este voto de congratulação é subscrito, como eu já disse, por todos os grupos parlamentares, mas partiu da iniciativa do Grupo Parlamentar do PCP, daí, portanto, eu apenas ir dar a palavra ao Sr. Deputado António Filipe em último lugar.
Tem a palavra o Sr. Deputado Luiz Fagundes Duarte.

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