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0649 | I Série - Número 012 | 15 de Outubro de 2004

 

Pelo enaltecimento dos valores fundamentais da paz e da ecologia que representa esta atribuição do Prémio Nobel da Paz, entendemos apresentar esta proposta de voto de congratulação, à qual esperamos que as restantes bancadas parlamentares se associem.

Vozes de Os Verdes e do PCP: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria Santos.

A Sr.ª Maria Santos (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Todos os amantes da paz e, em especial, os defensores da sustentabilidade do desenvolvimento estão de parabéns.
A atribuição do Prémio Nobel da Paz a Wangari Maathai, fundadora do Movimento Cintura Verde, organização de mulheres que luta contra a desflorestação, vem recolocar na ordem do dia a problemática da sustentabilidade e a participação das mulheres na vida pública.
Esta doutorada em Biologia, incansável lutadora pelo desenvolvimento e conservação da biodiversidade e pelos direitos femininos, demonstra que as grandes causas não morreram, nem desapareceram os intervenientes dispostos a corporizá-las.
De facto, torna-se cada vez mais frequente observarmos mulheres desempenhando um papel essencial na acção política, na defesa do ambiente e do desenvolvimento sustentável, no combate às desigualdades sociais, pelo direito à diferença e à especificidade feminina.
Em todos os recantos desta nossa "casa comum" se evidenciam protagonistas femininas, agora, no entanto, mais elevadamente consubstanciadas com Wangari Maathai, do Quénia, tal como já havia ocorrido no ano transacto com Shirin Ebadi, do Irão, uma activista dos direitos humanos, ou, em 1992, com Rigoberta Menchú, da Guatemala, grande defensora das populações indígenas.
A distinção mundial agora atribuída a Wangari Maathai vem, assim, chamar a atenção para a louvável intervenção das mulheres em países onde os direitos humanos e/ou o ambiente se encontram em situação de risco e para diferentes áreas geográficas onde estas enfrentam as mais variadas violências e crimes ambientais.
O Grupo Parlamentar do Partido Socialista presta a sua homenagem à coragem de mulheres como Wangari Maathai, Prémio Nobel da Paz de 2004.

Aplausos do PS, do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Teixeira Lopes.

O Sr. João Teixeira Lopes (BE): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Wangari Maathai sofreu na pele várias formas, e cumulativas, de exploração e discriminação. Ao lutar contra elas tornou-se uma mulher livre.
Desde logo, como mulher, sofreu a discriminação de género; foi sujeita a um julgamento humilhante que o seu primeiro marido lhe moveu por adultério. Nesse julgamento, sorriu serenamente e, de forma provocadora - provocadora para uma ordem e uma norma profundamente discriminadora das mulheres -, disse que era verdade, que tinha um amante, e tinha-o porque o seu marido não a tinha satisfeito sexualmente.
Como habitante de uma colónia, lutou pela independência.
Como cidadã de um país dividido por etnias, lutou pela fraternidade entre elas.
Como cidadã de um país pobre, lutou contra a desigual distribuição da riqueza entre o Norte e o Sul.
Como cidadã de um país onde a democracia e os direitos humanos eram violentados, lutou pelos direitos humanos de forma firme, apoiou o Movimento das Mães de Maio do seu país - as mães que se reuniam na Esquina da Liberdade, em frente aos serviços de segurança e que protestavam contra a tortura a que os seus filhos estavam sujeitos. O regime mandou as tropas de choque enfrentarem essas velhas mães e elas, num gesto antigo, num gesto ancestral, despiram-se e ofereceram a sua nudez contra a brutalidade das armas.
Num país devastado pela desflorestação e pela destruição do território, ela combateu pela ecologia.
É hoje uma mulher livre, uma cidadã do mundo, a "Plantadora de Árvores".

Vozes do BE e de Os Verdes: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Odete Santos.

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