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1012 | I Série - Número 018 | 19 de Novembro de 2004

 

Sr. Eng. José Sócrates, onde estava V. Ex.ª no dia 11 de Outubro de 2001, o triste dia em que o Conselho de Ministros do PS aprovou o último Orçamento do PS, o tal que previa um défice de 1,1% mas que, mais tarde, viemos a saber que era não uma, não duas, não três, mas quatro vezes superior ao escrito, ao previsto e ao prometido?

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Honório Novo (PCP): - O tal do queijo Limiano?

O Orador: - V. Ex.ª estava, creio, sentado no Conselho de Ministros. V. Ex.ª votou, concordou, suportou, assinou aquela extraordinária mentira orçamental.
Pondo a mão na consciência, como pode V. Ex.ª falar da credibilidade dos outros, arrastando consigo, sem corrigir, sem emendar, sem rectificar - o que lhe ficaria bem -, uma tamanha falta de credibilidade. Porventura, escapa-lhe a humildade, mas não escapa ao País que o PS, em matéria de orçamentos, enquanto não for revisionista, não será credível!

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Sr. Eng. José Sócrates, onde estava V. Ex.ª no dia 12 de Outubro de 2000, o triste dia em que o Conselho de Ministros do PS aprovou o penúltimo Orçamento do PS, o tal que continha em si todos os condimentos para uma das mais desastrosas execuções orçamentais da nossa história democrática?
V. Ex.ª estava, creio, sentado no Conselho de Ministros. Votou, concordou, suportou, assinou esse enorme erro, sem pestanejar.
Como pode V. Ex.ª proclamar, com alguma arrogância, que não seremos capazes de cumprir, que não atingiremos os nossos objectivos, quando V. Ex.ª tem, no seu currículo, o recorde do incumprimento orçamental?

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

São questões demasiado importantes para poderem ser ignoradas.

O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): - Para poderem ser tratadas dessa maneira!

O Orador: - Tão importantes que, na ausência de autocrítica, chegam e sobram para minar qualquer crítica que tenha como orientação principal a credibilidade do Orçamento para 2005. Aliás, um partido que, governando, não aproveitou o bónus da baixa das taxas de juro para fazer a consolidação orçamental, dificilmente tem autoridade para pedir a outros que consolidem mais, que disciplinem mais e que cortem mais.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

É esta a dependência impressiva do novo líder do Partido Socialista. Pretende que o País acredite que o PS soube governar as finanças públicas. Insistir nessa pantomina torna-o tão antigo como o passado e legitima a suspeita de que as pretendidas novas fronteiras são, modesta e prosaicamente, velhos defeitos.

Vozes do PSD e do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Mas a essa dependência o novo líder do Partido Socialista acrescentou uma iluminante originalidade. Uma originalidade que o País não esperava, uma originalidade de que, certamente, o País não gosta, mas uma originalidade que nos recorda que, para além de um teleponto vagamente fashion, o Sr. Eng. José Sócrates é um socialista invariavelmente socialista.

Vozes do PSD e do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Refiro-me à extraordinária confissão que o Partido Socialista fez neste debate. Depois de passar uma semana a acusar o Governo de eleitoralismo por baixar as taxas do IRS, depois de passar outra semana a tentar ficcionar sobre a retenção do IRS, o Eng. José Sócrates chegou aqui e, perante a evidência de que o IRS da maioria das famílias vai efectivamente baixar e sem quebra da receita fiscal, decidiu mostrar que era diferente e que era original.

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