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0018 | I Série - Número 001 | 11 de Março de 2005

 

nós próprios que também morre. Por isso, é, em primeiro lugar, o amigo, desinteressado e puro, o homem exemplar que era Manuel Oliveira que quero aqui recordar e a quem quero prestar a justa homenagem que sempre mereceu, que merece agora e vai merecer sempre nesta saudade e nesta dor que todos e cada um de nós descobre em si.
Discreto, humilde, de trato e educação exemplares com todos: os companheiros de luta, os adversários, os colaboradores. Competente, eficaz, empenhado cívica e politicamente. Dedicado como professor, aqui, na Assembleia da República, nos cargos e funções que lhe couberam, como membro da Mesa, na Comissão de Poder Local, Ordenamento do Território e Ambiente, e nos cargos autárquicos, uma das suas paixões, que também serviu com nobreza e dignidade.
Penso que, mais do que todas as palavras que possa aqui dizer, mais do que todos os sentimentos que convergem na dor que todos comungamos que aqui possa expressar, mais do que tudo isso, a confirmação da estima que Manuel Oliveira tinha e merecia de todos foi a presença maciça e expressiva de milhares de pessoas nas cerimónias fúnebres e na última homenagem que todos lhe quiseram prestar, gente de todas as condições sociais, companheiros e adversários. E bastava ver os semblantes carregados, as lágrimas incontidas para perceber que ninguém foi ali por ritual ou por razão protocolar. Foram, porque era o último gesto sentido que era possível ter para com um amigo cuja perda é irreparável. Foram, porque era o adeus, porque era a última homenagem a alguém que lutou até ao último minuto pelas suas ideias e pelas suas convicções e que, por tudo querer dar aos outros, acabou por dar a própria vida.
Não poderia terminar sem ler um depoimento que fiz a pedido de Manuel Oliveira para um manifesto que ele elaborou para a última campanha eleitoral. Já eu estava na Madeira, em campanha, quando ele me telefonou a pedir-mo. Fi-lo na hora, por telefone, ditei-o repentinamente, e tem o valor de não estar impregnado por esta dor que agora temos pela sua morte. Por isso vou lê-lo.
"Naturalmente, todas as palavras que poderia aqui expressar seriam poucas para realçar a excepcional qualidade do Deputado Manuel Oliveira. A sua experiência política, as provas dadas no exercício de altos cargos na Assembleia da República, onde pude acompanhar e avaliar o seu trabalho, são as melhores garantias de que este Deputado será o verdadeiro defensor do seu círculo e do seu concelho de Santa Maria da Feira."
O luto é de todos nós, de toda esta Câmara, que ele tão bem serviu.
À família, à sua mulher, aos seus filhos, de que ele nos falava com tanto enlevo e carinho, aos seus pais e demais familiares, à Câmara Municipal de Vila da Feira e às demais autarquias que ele serviu, a todos o mais sentido pesar do Grupo Parlamentar do PSD e de mim próprio.

O Sr. Presidente: - Sr.as e Srs. Deputados, em nome pessoal e no da Mesa provisória, associo-me às expressões de pesar aqui formuladas por todas as bancadas, incluindo a do Governo, relativamente à morte dos Srs. Deputados José Saraiva e Manuel Oliveira. De qualquer deles guardo a melhor recordação e, por isso, dirijo aos seus familiares aqui presentes as minhas sinceras condolências. Com muita pena minha, não pude estar presente nos funerais, em virtude de outras obrigações anteriormente assumidas e insusceptíveis de alteração, mas fiz-me neles representar, no caso do Sr. Deputado Manuel Oliveira, pela Sr.ª Vice-Presidente Leonor Beleza e, no caso do Sr. Deputado José Saraiva, pelo Sr. Deputado António José Seguro, que muito gentilmente aceitou o meu pedido.
Srs. Deputados, vamos, então, proceder, em primeiro lugar, à votação do voto n.º 1/X - De pesar pelo falecimento do jornalista e Deputado do Partido Socialista José Saraiva, apresentado pelo PS.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Srs. Deputados, passamos agora à votação do voto n.º 2/X - De pesar pelo falecimento do Deputado do Partido Social Democrata Manuel Alves de Oliveira, apresentado pelo PSD.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Convido a Câmara a prestar homenagem, de pé, aos nossos dois colegas.

A Câmara guardou, de pé, 1 minuto de silêncio.

Sr.as e Srs. Deputados, dentro de poucos dias, tomará posse o XVII Governo Constitucional,

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