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0141 | I Série - Número 003 | 22 de Março de 2005

 

O Orador: - … que seja V. Ex.ª agora a vir fazer essa referência e essa defesa. Não aceitamos lições, nem aceitamos a referência. É uma discordância de opiniões de pessoas,…

O Sr. António Pires de Lima (CDS-PP): - Muito bem!

O Orador: - … expressas hoje sobre uma determinada política e sobre pontos de vista da nossa política externa, e não mais do que isto, o que fazemos em nome da bancada do CDS. Nós não pessoalizamos as questões, não vemos questões pessoais, discutimos essencialmente ideias e são estas que o CDS sempre defendeu na sua história.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Para dar explicações, tem a palavra o Sr. Deputado Luís Fazenda.

O Sr. Luís Fazenda (BE): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Telmo Correia, a sua intervenção teve o mérito de clarificar que o Sr. Prof. Freitas do Amaral, Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, não precisa de procuração de defesa e muito menos da nossa bancada,…

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): - Estranho seria!

O Orador: - … com o qual, aliás, mantemos todas as diferenças de opinião e todas as convergências possíveis.
Aliás, entendi o posicionamento do Sr. Prof. Freitas do Amaral na última crise internacional como muito próximo do do Presidente Chirac, em França, que também não é suposto ser de esquerda, nem muito próximo da área do socialismo democrático. Mas, enfim, isso serão matérias objecto de análise para uns e para outros, e a História pronunciar-se-á sobre isso.
Agora, Sr. Deputado Telmo Correia, a expressão vendetta era literária, mas posso mudar o vocábulo e o idioma e chamar-lhe revanche.

Risos do BE, do PS e do PCP.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): - Fica melhor! É menos mau!

O Orador: - Ficará mais satisfeito assim?

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos ao Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, tem a palavra o Sr. Deputado Henrique Rocha de Freitas.

O Sr. Henrique Rocha de Freitas (PSD): - Sr. Presidente, permita-me que o saúde nesta minha primeira intervenção e, saudando-o a si, todos os Deputados desta Câmara.
Sr. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, outros admiraram-se com o seu posicionamento neste Governo, mas eu, mais do que me admirar com a sua postura anti-hobbesiana, admirei-me mais com a sua postura muito pró-kantiana, com a sua fé no progresso linear das democracias, com a sua ideia de que o mundo é não uma realidade mas, sim, o que a sua cabeça entende que deve ser. Isto é muito claro naqueles que se debruçam sobre as relações internacionais numa dicotomia clássica entre o ser e o dever ser, entre o realismo e o idealismo. É estranho, confesso, num mundo em que as relações internacionais são de poder, mas também de guerra e paz - para Raymond Aaron, um autor que o Sr. Professor, na altura em que era democrata-cristão, deveria ter lido, e leu, com certeza, o mundo também é guerra e paz entre as nações. E o Sr. Professor - permita-me que assim o trate, Sr. Ministro - acho que está a iludir quer o seu Governo quer a bancada que o apoia. O mundo não é esse mundo de ilusão, esse mundo do "dever ser".

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Aliás, como sabe, pela História europeia, pela História política (o Sr. Professor também tem escritos publicados sobre a História das ideias políticas), no século XX, aqueles que defenderam o "dever ser", como o Sr. Professor ou o Presidente Wilson, todo o período entre guerras, que é um período eminentemente "dever ser", conduziu à Segunda Guerra Mundial. A política do appeasement e o wilsonismo conduziram à Segunda Guerra Mundial. E, portanto, Sr. Ministro, a verdade é que estranho que um ministro do Governo socialista, no século XXI, seja um ministro idealista. Deu mau resultado na História.

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