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0159 | I Série - Número 004 | 23 de Março de 2005

 

que questionámos -, desde logo quanto à concretização do tão falado choque tecnológico, quanto à forma como, na prática, o Partido Socialista vai criar 150 000 novos postos de trabalho, para não falar da já recorrente argumentação sobre a falta de explicação no que toca ao financiamento das SCUT.
É certo que, entretanto, lá conseguimos perceber como o Ministro dos Negócios Estrangeiros está genuinamente convencido da forma como o Presidente Bush tem vindo a preocupar-se com a sua visão do mundo e que, aproximando-se dela, nisso tem merecido - pasme-se!... - a bondade da mudança de posição do Estado português.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): - Muito bem!

O Orador: - Só faltou o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros lembrar, porventura, um qualquer artigo da revista Visão que, num tempo livre, o Sr. Presidente Bush tivesse tido a ocasião de ler.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

Risos do CDS-PP.

O Orador: - Mas se isso não só é pouco, em bom rigor também só aproveita, verdadeiramente, à auto-estima do Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros.

Risos do CDS-PP.

Sr. Primeiro-Ministro, em boa verdade esperávamos muito mais do Governo porque vivemos num Estado de direito democrático que tem no prestígio do Parlamento e no respeito pelo seu poder fiscalizador uma garantia fundamental. Por essa razão, os esclarecimentos que as oposições solicitam são uma obrigação que nenhuma maioria, por muito absoluta que seja, tem o direito de negar.

João Pinho de Almeida (CDS-PP): - Muito bem!

O Orador: - Mas V. Ex.ª, Sr. Primeiro-Ministro, negou todos esses esclarecimentos que a oposição do CDS-PP lhe solicitou. É pena, já que, por esta via, o Governo Socialista indicia, num primeiro e importantíssimo debate, aquele que, porventura, será o estilo que pretende para os próximos quatro anos: um estilo que, omitindo o essencial dos factos, vai procurar afastar as decisões mais polémicas de um necessário debate político que lhe seja prévio.
Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Deputados: Nas últimas eleições legislativas, o Partido Socialista reclamou do País uma maioria absoluta.
Afirmou-a como condição essencial para concretização das reformas que entende fundamentais ao País.
Conseguiu essa maioria absoluta, conseguiu até aquilo que, idealizado à direita, ninguém tinha alcançado até à data: "uma maioria absoluta, um Governo e um Presidente", o que, pela nossa experiência recente, como calcularão, não será propriamente das razões mais despiciendas…!
Não tem por isso, agora, o Partido Socialista qualquer desculpa.
Tem de cumprir, Sr. Primeiro-Ministro, e tem de prestar contas, para já, no Parlamento, e, mais tarde, no momento apropriado, de novo ao País, nas urnas. Sendo que, no que toca ao Parlamento, o Governo também já deve ter percebido com o que poderá contar, nos próximos quatro anos, da parte da bancada do CDS-PP.
Quis o povo que fossemos oposição. Pois conte V. Ex.ª, Sr. Primeiro-Ministro, da parte da na nossa bancada, com a melhor oposição!
Perdemos as eleições, estamos em cima de um novo congresso partidário e vamos decidir de novas lideranças. Mas mostramos como isso em nada nos afectou, como estamos unidos, como estamos fortes, como somos capazes de marcar o debate político; e como, desde logo, através desta bancada vamos garantir ao País que a maioria numérica do Partido Socialista terá em nós a maioria qualitativa que na oposição, com rumo, fará no final, assim acreditamos, toda a diferença.
Mas sempre, Sr. Primeiro-Ministro, a acreditar em Portugal!

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Bernardino Soares, do PCP.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Chegados ao fim deste debate, que corresponde à consumação do início de um novo ciclo político, a questão fundamental que os portugueses querem ver esclarecida é a de saber se ao novo ciclo político corresponde uma nova política ou se, pelo contrário, o novo ciclo trará consigo uma continuidade de políticas.
A grave situação a que o País chegou - de crise económica, de crise social, de atraso no

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