O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

0162 | I Série - Número 004 | 23 de Março de 2005

 

Amalgamar referendo e eleições autárquicas é contrariar a clareza e a concentração nas opções europeias e misturar opções referendárias com opções partidárias.

O Sr. António Filipe (PCP): - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Se a Legislatura que agora se inicia se traduzir, como no passado, numa linha de continuidade política em questões fundamentais, no fim da governação que agora começa estarão por resolver os grandes problemas nacionais e por satisfazer os justos anseios populares de uma vida melhor. Mas, para além disso, haverá mais gente frustrada e desapontada com a falta de utilidade do voto expresso em 20 de Fevereiro e descrente na vida política nacional.
A direita perdeu as eleições. Mas, se à derrota da direita não corresponder a derrota da política de direita, então quem perde é, mais uma vez, o povo português.
É grande, pois, a responsabilidade deste Governo e do Partido Socialista.
Pela nossa parte, assumiremos as nossas próprias responsabilidades. Aqui estaremos para, com propostas próprias, apontar soluções para os problemas e as injustiças do País. Aqui estaremos a dar voz às justas aspirações dos trabalhadores e do povo português. Aqui estaremos prontos para apoiar medidas positivas que o Governo, a maioria ou qualquer outra força política proponha. Mas aqui estaremos também para combater todas e quaisquer orientações que signifiquem a manutenção da política de direita, que é responsável pela situação em que o País se encontra e que o povo português condenou a 20 de Fevereiro. Por uma democracia avançada, pela justiça social, pelo desenvolvimento do País!

Aplausos do PCP e de Os Verdes.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Miranda Relvas.

O Sr. Miguel Miranda Relvas (PSD): - Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Ao encerrar, em nome do PSD, o debate do Programa do Governo quero, antes de mais, saudar o Presidente da Assembleia da República e dar pública nota do meu apreço pessoal e admiração política, certo de que, com a sua credibilidade e competência, prestigiará o Parlamento.
Quero também desejar, e com estima pessoal, os melhores sucessos ao Primeiro-Ministro e ao seu Governo, na certeza de que, para além de muitos outros atributos - que só o futuro dirá se o Governo tem -, vai precisar de muita sorte.
Mas é bom lembrar que, como diz o povo, a sorte só protege os audazes.
O PSD não fará oposição a Portugal, mas por Portugal. O PSD não fará oposição ao que está bem, mas ao que está mal. O PSD fará oposição ao Governo. Contudo, não se limitará a agir em função do Governo mas, sim, ao abrigo dos valores e princípios da social-democracia e do seu programa político.
Faremos uma oposição construtiva, activa, vigilante, crítica e responsável, como se espera do grande partido da democracia portuguesa que é o PSD, sempre empenhado no sucesso de Portugal.
Afirmaremos uma alternativa de governo, confrontando o Executivo com as nossas propostas, apresentando soluções sempre que o Governo optar pela omissão, agindo sempre que o Governo preferir a passividade, criticando sempre que o Governo errar, colaborando sempre que o interesse do País exigir.
Os que esperavam, e até desejavam, um PSD desmotivado terão um PSD forte e pronto para servir os portugueses.

Aplausos do PSD.

Sr. Primeiro-Ministro, não é só nem por causa de um discurso novo que os portugueses se mobilizam. Isso serviu para a campanha, mas não é a parte mais importante para uma trajectória de sucesso, pois só a acção os pode verdadeiramente convencer e mobilizar.
Este debate foi encarado pelo Governo como uma tentativa de alimentar o benefício da dúvida, de prolongar o estado de graça. O verdadeiro adversário das boas intenções do Governo será a realidade. E, a ter um inimigo, será a falta de coragem reformista.
Se for para encarar os problemas de frente, conta com o PSD; se for para os adiar, ficará solitariamente acompanhado da sua maioria absoluta, distanciado do povo, do País e do sucesso.
Os interesses do País são incompatíveis com governos que governam para manter o estado de graça, pois, face ao desafio enunciado de crescimento económico e da competitividade da nossa economia, estado de graça é sinónimo de inércia e de adiamento.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Que o Governo não se iluda: governar é decidir, e governar bem é decidir bem.
Maioria absoluta pode ser garantia de estabilidade, mas não é garantia de sucesso. De resto, nos últimos

Páginas Relacionadas
Página 0168:
0168 | I Série - Número 004 | 23 de Março de 2005   um passo na direcção de d
Pág.Página 168