O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

0366 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005

 

O Orador: - Serve o nosso projecto de lei para evitar mortes inúteis, as graves lesões físicas, as dolorosas marcas psíquicas e a impossibilidade de voltar a ter filhos.
Serve, também, para promover uma maternidade consciente, responsável, desejada e no momento certo, com as condições necessárias para bem receber um filho.
Portugal não pode estar apenas empenhado no cumprimento das normas impostas pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento, não podemos estar apenas empenhados no cumprimento das directrizes impostas pela Política Agrícola Comum, não podemos estar apenas empenhados na Agenda de Lisboa. Se queremos levar o projecto europeu a sério, que o levemos na sua plenitude e sigamos a recomendação do Parlamento Europeu para que a interrupção voluntária da gravidez seja legal, segura e universalmente acessível, a fim de salvaguardar a saúde das mulheres.
Termino como comecei: que este seja o penúltimo dia desta longa caminhada e que o último seja o dia do referendo.

Aplausos do PS e do BE.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado João Pinho de Almeida.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Nuno Santos, quando falamos de juventude, sendo nós jovens, falamos normalmente de irreverência. E a maior irreverência é não aceitarmos aquelas situações sociais que atentam contra os valores que são mais importantes e mais fundamentais. Ora, não há valor mais importante do que o da vida.
O que lhe digo é que há milhares de jovens, em Portugal, que votaram "não" no referendo sobre a liberalização do aborto e muitos deles empenharam-se voluntariamente, de forma desinteressada, no combate às causas do aborto, em Portugal. Lutaram porque acreditaram, lutaram porque foram irreverentes, lutaram porque acharam que era possível ter um mundo melhor do que aquele que lhes foi entregue.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Deputado, a pergunta que quero fazer-lhe é muito simples: o que é que a Juventude Socialista diz a estes milhares de jovens? Que a sua luta não vale a pena? É muito pouco!

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Nuno Santos.

O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado João Pinho de Almeida, a maior irreverência é não aceitarmos as consequências gravíssimas, o drama e o trauma do aborto clandestino. E é isso que os jovens também esperam de nós: que consigamos responder às consequências altamente penosas do aborto clandestino para as mulheres, em Portugal.

Aplausos do PS e do BE.

É que os jovens também estão com as mulheres, em Portugal, até porque muitos deles são precisamente mulheres.
Esta é a grande irreverência.
Concepções de vida são muito diversas nos mais diversos jovens e a única alternativa que respeita essa diversidade é a despenalização da interrupção voluntária da gravidez.

Aplausos do PS e do BE.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Zita Seabra.

A Sr.ª Zita Seabra (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Estamos novamente a discutir a legislação do aborto. Em Portugal, passamos a vida a discutir a legislação do aborto. Há mais de 20 anos, desde 1982, que discutimos a legislação da interrupção voluntária da gravidez. Depois de uma lei aprovada neste Parlamento e de posteriores alterações a essa lei, igualmente aqui aprovadas, a discussão continua das mais variadas formas. Com referendo, com tentativas anuais de repetição de referendos, com debates, com barcos e muita, muita agitação e propaganda.
Discute-se sempre, sempre, como se o estivéssemos a fazer pela primeira vez, como se fosse um assunto novo, mesmo revolucionário, como se estivéssemos a quebrar um tabu, quebrado, afinal, há mais de 20 anos. E o aborto aparece como se fosse o primeiro e mais grave problema das mulheres portuguesas.

Páginas Relacionadas
Página 0347:
0347 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   António Filipe Gaião Rodr
Pág.Página 347
Página 0348:
0348 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   Já dezenas de milhares de
Pág.Página 348
Página 0349:
0349 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   A Oradora: - Tudo o mais
Pág.Página 349
Página 0350:
0350 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   O CDS-PP não quer voltar
Pág.Página 350
Página 0351:
0351 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   O Sr. Presidente: - També
Pág.Página 351
Página 0352:
0352 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   O Sr. Nuno Teixeira de Me
Pág.Página 352
Página 0353:
0353 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   O Orador: - Segundo aspec
Pág.Página 353
Página 0354:
0354 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   A Sr.ª Odete Santos (PCP)
Pág.Página 354
Página 0355:
0355 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   devia ler atentamente a l
Pág.Página 355
Página 0356:
0356 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   vida a um ser humano a qu
Pág.Página 356
Página 0357:
0357 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   meios é que tem direitos
Pág.Página 357
Página 0358:
0358 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   Aplausos de Os Verdes, do
Pág.Página 358
Página 0359:
0359 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   Vozes do BE: - Muito bem!
Pág.Página 359
Página 0360:
0360 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   Depois de uma legislatura
Pág.Página 360
Página 0361:
0361 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   O Orador: - Esta nossa po
Pág.Página 361
Página 0362:
0362 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   tem razão, não de se muda
Pág.Página 362
Página 0363:
0363 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   da democracia portuguesa.
Pág.Página 363
Página 0364:
0364 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   O Orador: - Ora, se é cer
Pág.Página 364
Página 0365:
0365 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   O Sr. Presidente: - Para
Pág.Página 365
Página 0367:
0367 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   O Sr. Luís Marques Guedes
Pág.Página 367
Página 0368:
0368 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   Usando as palavras do Blo
Pág.Página 368
Página 0369:
0369 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   familiar, nas primeiras 1
Pág.Página 369
Página 0370:
0370 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   A Oradora: - Sublinho, si
Pág.Página 370
Página 0371:
0371 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   mais respeito e um tratam
Pág.Página 371
Página 0372:
0372 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   Aplausos do PSD. O
Pág.Página 372
Página 0373:
0373 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   A Oradora: - A recusa do
Pág.Página 373
Página 0374:
0374 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   da gravidez por razões so
Pág.Página 374
Página 0375:
0375 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   os projectos de despenali
Pág.Página 375
Página 0376:
0376 | I Série - Número 010 | 21 de Abril de 2005   quaisquer que sejam as ci
Pág.Página 376