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2205 | I Série - Número 048 | 23 de Setembro de 2005

 

a mão a um amigo, a ajudar o próximo, sempre a servir a comunidade.
Muitos o recordam com saudade.
A Assembleia da República manifesta o seu pesar pelo falecimento de Afonso Moura Guedes e apresenta à sua família as mais sentidas condolências.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Mota Amaral.

O Sr. Mota Amaral (PSD): - Sr. Presidente, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados: Finou-se ontem, aos 80 anos, no sossego do seu ambiente familiar, o antigo parlamentar Afonso Moura Guedes.
A sua vida ficou assinalada por uma apaixonada dedicação à causa da democracia. Presidente da Associação Académica de Coimbra nos tempos da repressão ditatorial, esteve entre os fundadores da SEDES e, depois da Revolução de 25 de Abril, do PSD.
Nas bancadas de São Bento, na Assembleia Constituinte e em várias legislaturas da Assembleia da República, marcou presença activa e foi presidente do Grupo Parlamentar do PSD.
Como Governador Civil de Lisboa, por um período longo, deixou uma recordação intensa de pessoal envolvimento na resolução de inúmeros pequenos problemas de famílias e de associações.
Guardo dele duradoura impressão do desempenho conjunto de diversos cargos de direcção partidária e das bancadas da Assembleia Constituinte também.
A todos se dedicava com sério empenho, amenizando o convívio com um trato distinto e bom humor. Invoco, por isso, a personalidade de Afonso Moura Guedes com comoção e amizade.
À sua família, em nome do Grupo Parlamentar do PSD, endereço sentidas condolências.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, vamos proceder à votação do voto que acabámos de apreciar.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Cabe-nos ainda apreciar o voto n.º 22/X - De pesar pelo falecimento de Simon Wiesenthal (CDS-PP).
Tem a palavra a Sr.ª Secretária para proceder à respectiva leitura.

A Sr.ª Secretária (Celeste Correia): - Sr. Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:

Simon Wiesenthal morreu no passado dia 20 em Viena aos 96 anos. Considerado a consciência do Holocausto, viveu com a convicção de ter sido escolhido para a difícil missão de não deixar esquecer os terríveis crimes de guerra e não deixar impunes os culpados pela sua prática.
Simon Wiesenthal, tomou como principal desígnio da sua existência a procura e o julgamento pelos tribunais daqueles que foram responsáveis pelos crimes contra a Humanidade da Segunda Grande Guerra.
Nasceu em Lviv, à época parte integrante do Império Austro-Húngaro, no seio de uma família de judeus ortodoxos. Sobreviveu à invasão soviética da região no final dos anos 30 e sofreu com a chegada dos nazis em 1941. Passou quatro anos nos campos de concentração nazis onde foi forçado a assistir ao transporte da sua mãe para a execução.
Em 1947, Simon Wiesenthal ajudou à criação de um centro em Linz, Áustria, de forma a recolher informação sobre os responsáveis pelos inúmeros crimes de guerra. Apesar do sucesso dos julgamentos de Nuremberga, muitos responsáveis nazis estavam em fuga pelo mundo fora, como o arquitecto do sinistro plano da Solução Final, Adolf Eichman, que Wiesenthal ajudou a capturar.
Mais tarde, abriu em Viena o Centro Judaico de Documentação onde reuniu e colheu uma enorme quantidade de documentação e testemunhos que lhe permitiram passar o resto da sua vida dedicado à captura e à denúncia dos criminosos de guerra nazis. De acordo com os dados do Centro Simon Wiesenthal, ajudou a levar à justiça mais de 1100 criminosos de guerra.
Em tempos disse: "Eu posso perdoá-los, mas não posso falar pelos milhões que mataram". E foi no seguimento deste compromisso com o povo judeu e com a Humanidade que assumiu a tarefa de acusador e detective que à época ninguém queria assumir. Quis sempre ser a memória viva, para ter a certeza que os mortos continuam vivos nessa memória.
A sua dádiva pessoal e cívica é inestimável em prol dos direitos humanos e da memória dos horrores da Segunda Grande Guerra. Foi um homem de sólida cultura humanista que elegeu a dignidade humana e a justiça como o ideal que norteou a sua vida.
A Assembleia da República manifesta o seu profundo pesar e consternação pelo desaparecimento de Simon Wiesenthal.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, vamos proceder à votação do voto que acabou de ser lido.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Srs. Deputados, pedia-vos que guardássemos 1 minuto de silêncio em respeito por ambos os falecidos.

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