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4918 | I Série - Número 106 | 31 de Março de 2006

 

Mas queria dizer-lhe, Sr. Deputado, que com certeza que não se importaria que na sua bancada, além da Sr.ª Deputada Teresa Caeiro, estivessem a Sr.ª Dr.ª Maria Celeste Cardona, a Sr.ª Dr.ª Maria José Nogueira Pinto, pois com certeza que a enriqueceriam e dariam uma perspectiva mais paritária.
Já agora, relativamente ao exercício altamente teórico acerca dos resultados que apresentou, gostaria de dizer que o PS compôs as suas listas em função de uma determinada expectativa eleitoral e por isso é que a nossa representação é hoje tão alargada. O número de mulheres Deputadas nesta Câmara representa 75% do total das mulheres nas listas do PS.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Odete Santos (PCP): - Isso é porque saíram os homens, que foram para o Governo, e, então, vieram as mulheres!

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): - Sr. Presidente, Sr.as Deputadas, Srs. Deputados: Paridade, palavra que está hoje no centro do debate político, debate sempre apaixonado e clarificador. Clarificador e separador de duas grandes linhas sobre o aprofundamento da democracia e sobre o caminho para lá chegar.
Hoje em dia, quase ninguém coloca em questão a necessidade e o direito de mais mulheres participarem na vida política, quase ninguém contesta a sua inevitabilidade, mas há quem persista na defesa de que esse caminho se fará por si mesmo e que sobretudo o tempo, o desenrolar normal do tempo, trará à luz do dia as correcções sobre a grande diferença entre aquilo que as mulheres significam socialmente e representam politicamente.
Esperar para ver. Tenham paciência que o vosso dia há-de chegar. Que diriam as sufragistas sobre isto? Também a elas disseram que estavam fora do seu tempo, também elas foram ofendidas e enxovalhadas.

Aplausos do BE.

Este debate é aberto e universal.
Em primeiro lugar, é um debate com aqueles e aquelas que querem proteger este sistema, o sistema que tem silenciado as mulheres e que apenas é compensado pelo vedetismo de uma ou de outra mulher.
O aumento da participação das mulheres não quer dizer que melhorem as políticas de esquerda ou de direita, quer dizer que se avançou nos direitos civis e democráticos, quer dizer que não se fala só de participação mas que estamos, de facto, a criar uma condição essencial para o exercício da participação.
Este debate não é um debate só sobre quotas e discriminação positiva, é um debate sobre o equilíbrio entre mulheres e homens na representação política. É o debate que afirma que se as mulheres tiverem maior protagonismo na política têm maior protagonismo social, e que isso ajuda à luta contra a desigualdade social. Não querer compreender esta questão é que não ajuda nada à luta pela igualdade em todos os sectores da vida e da sociedade.

Vozes do BE: - Muito bem!

A Oradora: - Muitos são os adjectivos que acompanham este debate: indignidade - indignidade é o sistema dos partidos que não dá espaço às mulheres; humilhação - humilhante é a atitude das mulheres conservadoras que protegem a quota dos homens, da qual ninguém fala. E, afinal, o que aqui está em causa, o que este debate põe, de facto, em causa é a quota dos homens, e essa quota "vai nua", Srs. Deputados e Sr.as Deputadas!
Humilhante é ouvir mulheres como Manuela Ferreira Leite, que disse que o Parlamento vai passar a ter um conjunto de mulheres que nem sequer vão abrir a boca. Mas ninguém fala, repito, ninguém fala sobre os homens mudos deste Parlamento.

Vozes do BE: - Muito bem!

A Oradora: - Manuela Ferreira Leite quer substituir-se ao juízo dos eleitores e eleitoras, em perfeita contradição com outras vozes do seu próprio partido, como a de Leonor Beleza ou a de Teresa Morais, que sempre defenderam a paridade.
Para os sectores conservadores, nas listas, os homens são votados pelas distritais e pelo líder do partido e as mulheres têm que fazer exame de aptidão. Humilhante é perguntar pelo mérito quando, à partida, as mulheres não têm de provar nada mais que os homens já provam.

Vozes do BE: - Muito bem!

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