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4927 | I Série - Número 106 | 31 de Março de 2006

 

trabalho político das mulheres. Nós temos experiência no que se refere à importância da luta das mulheres no tempo do fascismo.
Nós sabemos como o papel das mulheres dentro do PCP, no tempo do fascismo, serviu para defender a coesão, a unidade do partido. E este foi um trabalho importante.
Nós sabemos e sempre valorizámos a importância do trabalho político das mulheres, que durante do fascismo fizeram greve por melhores salários num arrojo extraordinário, como aconteceu numa fábrica em Setúbal em que foram todas presas! Uma delas, não em Setúbal, mas todos se lembrarão, morreu, lutando por um salário justo e por uma jornada de trabalho digna!
Nós valorizámos a importância do trabalho político das mulheres, mesmo depois do 25 de Abril! É a Maria Velho da Costa que diz: "Elas fizeram greve de braços caídos! Elas gritaram em casa para ir ao sindicato e à junta! Elas disseram à vizinha que era fascista! Elas encheram as ruas de cravos!".
Nós valorizamos o papel das mulheres que, efectivamente, nos tempos terríveis das políticas de direita, continuam a lutar na vida sindical para que se mude, para bem do povo, para bem das mulheres, mas também para bem de muitos homens!
Não é preciso, no nosso partido, qualquer exame de aptidão - sossegue a Sr.ª Deputada que disse aqui isto hoje, não sei se no seu partido é assim -, a única exigência que se faz, que é natural, é a capacidade de luta, de entrega, é perfilhar ideias revolucionários, é querer a ruptura com políticas de direita!
Nós sabemos do extraordinário esforço das mulheres que, depois do puxa que puxa, do larga que larga da fábrica, que António Gedeão tão bem relata, ainda têm tempo, apesar de tudo, para a vida política e ainda se entregam de corpo e alma na luta pelo futuro, na luta pelo progresso!
Daqui saúdo as mulheres portuguesas que, persistindo tenazmente na aquisição dos conhecimentos, nos trazem resultados espectaculares nos cursos do ensino superior, mas também no ensino secundário, e que as estatísticas bem demonstram.
Mas daqui saúdo também as mulheres portuguesas vítimas do abandono escolar (30,1%), dos baixos salários e da discriminação salarial relativamente aos homens, nomeadamente na indústria e serviços!

O Sr. Presidente: - Faça o favor de concluir, Sr.ª Deputada.

A Oradora: - Daqui saúdo as mulheres portuguesas desempregadas, que engrossam em 56% a taxa de desemprego!
Daqui saúdo as mulheres privadas do mais elementar direito do ser humano, o direito à liberdade de decidir!
Este não é apenas um debate sobre o poder, é um debate sobre as medidas reclamadas pelo artigo 109.º da Constituição, que não se resume às quotas, e não pode ser sequer visto serem inconstitucionais - basta ler o Prof. Jorge Miranda -,…

Vozes do PS: - Oh!…

A Oradora: - … porque há medidas, que constam de uma proposta de resolução nossa, que são as tais…

O Sr. Presidente: - Sr.ª Deputada, agradeço que termine, pois já excedeu largamente o tempo de que dispunha o seu grupo parlamentar.

A Oradora: - Vou mesmo terminar, Sr. Presidente.
Como eu dizia, há medidas que fundam a democracia social, económica e cultural e que o PS não quis discutir aqui, hoje, porque há outro modelo, o da incrementação progressiva.
O sexo, Sr. Presidente e Srs. Deputados, não é nenhuma ideologia, e as ideologias continuam vivas, permitindo a arrumação de Eva com Adão, ele também expulso do paraíso.
Por outras palavras, na proclamação da Marcha Mundial das Mulheres contra a pobreza e a violência, a Marcha identifica o patriarcado como sistema de opção das mulheres e o capitalismo como sistema de exploração de uma imensa maioria de mulheres e de homens por uma minoria.
Porque as mulheres há muito conquistaram o reconhecimento de que são seres humanos, é justa a sua recusa de retorno à natureza. É este também um dos sentidos do perene verso de Aragon, que exprime a solidariedade entre homens e mulheres em luta: "A mulher é o futuro do homem"!

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Marcos Perestrello.

O Sr. Marcos Perestrello (PS): - Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A sub-representação das mulheres ao nível dos cargos dirigentes dos mais diversos sectores da sociedade portuguesa, e em particular no exercício dos cargos políticos, não é um problema das mulheres nem um problema dos homens, é

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