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6147 | I Série - Número 134 | 12 de Junho de 2006

 

2001, comemorações em 21 de Junho, dia que já é reconhecido como o Dia Mundial do Yoga.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Manuel Alegre): - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno da Câmara Pereira.

O Sr. Nuno da Câmara Pereira (PSD): - Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Discutimos hoje a petição n.º 86/IX (2.ª), relativa à consagração do dia 18 de Fevereiro como dia nacional do yoga.
O yoga é uma antiga filosofia de vida que teve origem na Índia há mais de 5000 anos, figurando ainda hoje em todo o mundo como o mais antigo e holístico sistema para o desenvolvimento do ser humano, que trabalha o corpo, as emoções, a energia, o mental concreto, o mental abstracto e artístico e para além da mente.
Com o yoga pretende-se harmonia entre o corpo e a mente, bem-estar e satisfação. Através do yoga, há maior vigor e, com esta atitude, reforçam-se comportamentos que têm como objectivo tornar o indivíduo mais feliz no seu conjunto complexo.
A expansão e a divulgação do yoga em Portugal dá-se a partir da década de 80, contando hoje com milhares de praticantes em todo o País e com instituições nacionais e regionais representativas desses mesmos praticantes.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Pretende-se, através da presente petição, a instituição do dia 18 de Fevereiro como o dia nacional do yoga, como forma de "dar a conhecer cada vez mais esta prática à sociedade portuguesa, bem como consagrar o trabalho feito pelos instrutores de yoga no nosso país".
Tal data, que sabemos não estar associada a coisa alguma ou que represente, no plano metafísico ou espiritual, o respeito universal por esta actividade, que pugna precisamente pela harmonia entre o homem e o universo, para o que urge chamar a atenção, pela construção de uma sociedade melhor.
Tendo em consideração o exposto na referida petição e a realidade existente entre nós no que concerne à prática do yoga, não se percebe a razão da presente petição pretender instituir o dia 18 de Fevereiro como dia nacional do yoga, quando já está instituído, desde 2001, o seu Dia Mundial, a 21 de Junho, solstício de Verão, que, como todos sabemos, é o maior dia do ano, o dia da redenção da luz, em que esta, vencendo as trevas, soube atingir a plenitude do espírito sobre a matéria, o conhecimento e o reconhecimento que, no universo, o homem, sendo o seu centro, jamais o possuirá. Nada mais a propósito.
Decorre neste momento a candidatura, junto da UNESCO e da ONU, deste mesmo dia a primeiro feriado mundial, projecto liderado pelas organizações portuguesas de yoga, que conta com apoios de altas individualidades como sejam, Aníbal Cavaco Silva, Jorge Sampaio, Narana Coissoró, Ramos Horta, Durão Barroso, José Luís Saldanha Sanches, Janita Salomé, entre outros.
Não se percebe, igualmente, que a referida petição tenha sido elaborada sem consulta e envolvimento das organizações que, em Portugal, representam os praticantes da referida modalidade, atendendo a que estas matérias devem merecer um largo consenso pela importância que representam para os mesmos.
Assim sendo, é nosso entendimento que o objectivo pretendido pela presente petição - instituir o dia 18 de Fevereiro como dia nacional do yoga, para dar a conhecer cada vez mais esta prática à sociedade portuguesa - se atinge com maior impacto e maior expressão através de um dia mundial, já existente e comemorado, do que através de um dia nacional, subtraindo a atenção a um dia que se pretende universal, pelo que o Grupo Parlamentar do PSD não votará favoravelmente a presente petição.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Manuel Alegre): - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Tiago.

O Sr. Miguel Tiago (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: A crescente implantação das disciplinas de yoga em Portugal deve, sem dúvida, merecer da nossa parte uma saudação pelo papel que este tipo de práticas desempenha na criação, fomento e consolidação de estilos de vida saudáveis, bem como no desenvolvimento de relações humanas baseadas nos pilares do respeito, do convívio e da fraternidade.
Tal como outras disciplinas que hoje ganham dimensão significativa de praticantes em Portugal, estas práticas não se inserem no conceito de desporto, sendo que representam abordagens unificadoras das diversas vertentes da vida, desde as componentes do trabalho do espírito e da mente à componente do trabalho físico em torno do próprio corpo.
São já milhares os praticantes de yoga no País, comemorando a sua prática e aprofundando o seu estudo em diversas escolas, que já hoje ensinam e estimulam as disciplinas ancestrais do yoga junto dos portugueses, cativando pessoas de todas as idades.
A prática destas artes, disciplinas e métodos de trabalho pessoal deve ser levada a cabo no respeito também pela multiplicidade de escolas e tendências que, dentro de uma mesma grande área do saber, se manifestam de diferentes formas. Não deve a Assembleia da República contribuir para a eliminação desta diversidade e para a limitação da escolha dos praticantes.

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