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36 | I Série - Número: 058 | 9 de Março de 2007

Governo e o Partido Socialista não terem sido sensíveis às propostas de alteração que apresentámos relativas à composição do Conselho Superior de Defesa Nacional.
Deste modo, este órgão vital mantém a sua carga demasiadamente governamentalizada,…

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Orador: — … com uma deficiente representação do Parlamento, estando exclusivamente representado por três elementos, sempre dos dois partidos do «centrão», PS e PSD, havendo também a impossibilidade de o Presidente da República nomear dois elementos para esse órgão.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Orador: — Lamentamos que as nossas propostas não tenham sido atendidas, porque evitariam esse excessivo peso governamental de um órgão que não é de conselho ao Governo mas, sim, ao Sr. Presidente da República,…

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Orador: — … e que não tenha sido permitida uma representação plural da Assembleia da República nesse mesmo órgão. Lamentamos, pois, a posição do Partido Socialista em relação a esta matéria.
No entanto, saudamos as alterações que foram feitas nas funções e na diminuição do carácter burocrático que têm as decisões do Conselho Superior de Defesa Nacional e, por isso, o nosso sentido de voto foi o da abstenção.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, o Sr. Secretário vai proceder à leitura do voto n.º 88/X — De pesar pelo falecimento de Manuel Bento, antigo guarda-redes de futebol do Benfica e da Selecção Nacional (PS, PSD, PCP, CDS-PP, BE e Os Verdes).
Tem a palavra, Sr. Secretário.

O Sr. Secretário (Fernando Santos Pereira): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:

Na passada semana, o País tomou conhecimento, com consternação, da morte de Manuel Bento, guarda-redes de futebol do Benfica e da Selecção Nacional.
Nascido há 58 anos, na Golegã, deu os primeiros passos como jogador no modesto Riachense, donde transitou para o Barreirense, clube onde começou a chamar a atenção dos técnicos de futebol. Seria então José Augusto a levá-lo para o Benfica, cuja camisola vestiu pela primeira vez em 1973.
Neste clube, manteve-se durante quase 20 anos. Durante esse período, o seu contributo foi decisivo para a conquista de oito campeonatos nacionais, cinco Taças de Portugal, duas Supertaças, tendo ainda sido finalista de uma Taça UEFA no ano de 1983. Pouco atreito a lesões, foi de uma notável regularidade ao longo da sua carreira, tendo participado em 464 jogos oficiais. Jogador de recursos pouco comuns, Bento mereceu ser chamado 62 vezes a representar a selecção nacional, tendo exercido as funções de capitão de equipa por 26 vezes.
Neste âmbito, destacam-se duas presenças: no Europeu de Futebol de 1984, disputado em França, tendo ajudado a equipa a chegar às meias-finais dessa prova, e no Mundial do México, dois anos depois, onde se tornou num dos principais protagonistas da contestação dos jogadores à Direcção da Federação Portuguesa de Futebol. E foi naquele país que, em consequência de uma grave lesão, terminou na prática a sua carreira, não obstante ter continuado ao serviço do Benfica por mais quatro anos. Actualmente, sempre no Benfica, dedicava-se à descoberta de talentos e ao treino de jovens candidatos a guarda-redes.
O homem do Barreiro deixou muitas histórias para contar aos vindouros, e deixou, sobretudo, uma carreira exemplar à qual terá faltado apenas a homenagem nacional que o país desportivo lhe ficou a dever.
Profissional de uma seriedade incontestável, Manuel Bento recusou sempre virar a cara à verdade, mesmo quando as circunstâncias lhe recomendavam atitude contrária.
Andou à frente do tempo e, por isso, o futebol não o compensou como merecia.
Deixou-nos, assim, com esse crédito imenso, e uma recordação inapagável das suas grandes exibições.
À família de Manuel Bento, à Federação Portuguesa de Futebol e ao Sport Lisboa e Benfica, a Assembleia da República apresenta sentidas condolências.

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos proceder à votação do voto que acabou de ser lido.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

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