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65 | I Série - Número: 014 | 8 de Novembro de 2007


nem direito a férias, nem protecção na doença, nem quaisquer direitos caso venha a ter filhos. Se a minha situação fosse uma excepção, não seria grave, mas é generalizada, no jornalismo e em quase todas as áreas profissionais. O que está em causa é a democracia.» Mas não é apenas na educação e no jornalismo. Quem nos dera! Uma jovem psicóloga de 34 anos trabalhou oito anos — sim, oito anos — a recibo verde nas escolas do Estado com contratos sucessivos de 9 meses. Nem podia ser de outra maneira, no Verão não há aulas. Lutou pela custódia do filho durante anos; com os 600 € que ganhava a recibo verde não conseguia alugar uma casa, só um quarto e, portanto, o juiz considerava que não tinha condições para educar uma criança. Não tinha subsídio de férias, nem de doença, nem de desemprego.
Hoje, esta psicóloga trabalha num Centro de Novas Oportunidades — mais um projecto de valorização social do Partido Socialista. Trabalha novamente a recibo verde, com contratos de 6 meses. Não tem subsídio de férias, não tem subsídio de doença, não terá subsídio de desemprego se o contrato não vier a ser prorrogado. Não tem qualquer perspectiva de um dia vir a ter um emprego estável.
Quando os senhores se apresentam aqui vaidosos, quando o Sr. Primeiro-Ministro exibe este ar impaciente porque a oposição não entende a grandiosidade dos seus feitos, engana-se no alvo.
É o País que não compreende. São as novas gerações quem não compreende. Os senhores parecem tão contentes; riem-se de quê? As novas gerações sabem que vivem mal, que não têm perspectiva de um futuro melhor, que não têm a perspectiva de construir um percurso profissional, criar família, estabilizar a vida.
Esta é a chamada «geração 500 €». É a geração mais qualificada que alguma vez entrou no mercado de trabalho em Portugal. Acreditou na promessa de que quem estuda e se qualifica tem as armas necessárias para fazer a sua vida. A sua formação é o resultado do esforço e do trabalho das gerações anteriores — essas mesmo que o Sr. Deputado Afonso Candal diz que, agora, não podem aspirar a descansar — que, com o seu trabalho, sustentaram a construção do sistema educativo público que, provavelmente, foi a promessa mais ousada da democracia. Hoje, aqui está o resultado do seu investimento, do seu trabalho e do seu esforço: os seus filhos ou estão desempregados ou são mal pagos e precários.
Por isso, o País entende muito bem. Percebe que os senhores querem penalizar todos. Quem trabalhou a vida inteira terá de trabalhar mais e esperar menos da reforma. Quem chegou agora ao mercado de trabalho não terá direitos nenhuns.
Para o Governo, o Estado social só estará a salvo no momento exacto em que não proteger ninguém, quando não redistribuir, quando não apoiar, quando não garantir qualquer direito.
Este Orçamento é a ênfase dessa política. O Governo está satisfeito com os 8,2%, 8,3%, 8,2% do desemprego. O Governo corta 480 milhões de euros nos gastos com pessoal, na saúde, para manter 200 000 cidadãos nas listas de espera de cirurgia e mais 400 000 à espera de uma consulta. O Governo tem zero crescimento de investimento na educação. O Governo põe os reformados mais frágeis a pagar IRS. O Governo, este ano — como ano após ano, após ano —, desvaloriza os salários face à inflação. E os senhores estão contentes.
A crise está prestes a ser ultrapassada, dizia há momentos o Sr. Ministro do Trabalho. Para quem, Sr.
Ministro? – perguntamos nós.
O País percebe. Percebe, no mínimo, como dizia o Sr. Deputado António Chora, que os senhores têm de inventar mentiras novas.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — O Sr. Deputado Afonso Candal acaba de assinalar à Mesa que pretende usar da palavra para pedir esclarecimentos, mas só posso dar-lha se tiver a generosidade de ceder 3,43 minutos à Sr.ª Deputada Ana Drago para esta responder, pois o tempo de que dispõe já não é suficiente.

O Sr. Afonso Candal (PS): — Confio na generosidade do Sr. Presidente!

O Sr. Presidente: — 3,43 minutos, Sr. Deputado! Pelo menos uma vez na vida seja generoso, Sr. Deputado Afonso Candal!

Risos.

Pausa.

O Sr. Presidente: — Está feita a transferência. Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Afonso Candal (PS): — Sr. Presidente, refira-se que a generosidade de V. Ex.ª agora tida para com a Sr.ª Deputada Ana Drago foi à nossa custa e, portanto, credite-se isso…

O Sr. Presidente: — Com o consentimento livre do Sr. Deputado!

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