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67 | I Série - Número: 014 | 8 de Novembro de 2007


ter uma reforma e descansar após tantos anos de trabalho, não é justo que, agora, venham dizer-lhes que não têm direito a nada.
Mas o que considero mais surpreendente é o senhor não só querer quebrar a solidariedade intergeracional, que é o pilar da democracia, como, na sua qualidade de apoiante o Governo em funções e perante uma geração precária, que não tem direitos, que tem formação mas que ganha mal, que não tem a perspectiva de alguma vez estruturar a sua vida, fazer uma carreira profissional, ter direitos mínimos, construir família — veja só, construir família! —, comprar uma casa, vir dizer que «a vida é assim! Não temos nenhumas responsabilidades!» Portanto, na sua óptica, a solução não é responsabilizar o Governo pela criação de emprego. O senhor está satisfeito que «a coisa» ande aí entre 8,2% e 8,3%; o senhor está satisfeito perante o facto de mais de metade dos desempregados não receber subsídio de desemprego e não exige ao seu Governo que crie emprego e acabe com a situação de precariedade de toda uma geração que não tem futuro à vista.
O senhor não sabe o que está a criar na sociedade portuguesa.

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Ana Drago (BE): — Termino, Sr. Presidente.
Como dizia, a prazo, o senhor destrói aquele que é o compromisso básico da democracia: solidariedade intergeracional, direitos básicos. A partir daí, as pessoas, que pensavam que pela formação que tinham adquirido podiam trabalhar nas áreas em que estudaram, estão dispostas a aceitar tudo.
No dia em que tiver uma geração que aceita tudo, o senhor matou a democracia! Matou a democracia!

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares.

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares (Augusto Santos Silva): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Governo ouviu com toda a atenção, que consideramos merecida, a intervenção do líder parlamentar do maior partido da oposição, o Sr. Deputado Santana Lopes, e estou aqui para responder-lhe em nome do Governo.

O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Podia ter feito um pedido de esclarecimento!

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Vou responder perante uma cadeira vazia, mas esse vazio não é da minha responsabilidade.

Aplausos do PS.

Protestos do PSD.

Gostaria de começar por um primeiro ponto, relativo ao tom do discurso.
Não é preciso bater no púlpito para termos razão. Não é preciso exaltarmo-nos, neste púlpito, para mostrarmos que temos razão.

O Sr. Miguel Almeida (PSD): — Mas ajuda!

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Só mostramos que estamos desesperados.
Este não é um congresso em que contem os discursos de improviso com muito volume de som e pouca substância de argumentos.

Vozes do PS: — Boa!

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Este é o Parlamento.
Bem sei que o Partido Social Democrata tem uma concepção sui generis do Parlamento, a qual respeito, não discuto, a concepção que o leva a pensar que pode mudar a seu bel-prazer as presidências das comissões parlamentares,…

Vozes do PSD: — Oh!

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — … mesmo quando tal significa mudar a presidência da Comissão Parlamentar de Negócios Estrangeiros a meio da Presidência portuguesa da União Europeia. Mas essa não é a nossa concepção, não é a maneira como vemos o Parlamento.

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