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75 | I Série - Número: 017 | 24 de Novembro de 2007

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Este é, no fundo, o Orçamento de uma governação ao contrário e de uma economia de pantanas. Vejamos: os impostos eram para descer, sobem; o poder de compra das famílias era para subir, desce; o desemprego era para descer, e não pára de subir; a taxa de crescimento das exportações era para subir, não pára de descer; a despesa pública era para descer, e, mais uma vez, volta a subir. É, se quisermos, o mundo ao contrário.
A propósito de mundo, há uma outra divergência flagrante: a divergência entre a postura de um PrimeiroMinistro, feliz com o seu papel de líder europeu, cheio de si próprio e do seu Governo, e um país com cada vez mais dificuldades e menos esperança no futuro.
Estamos a cerca de meia hora da votação deste Orçamento e, em breve, vamos assistir novamente à felicidade do Sr. Primeiro-Ministro e do Sr. Ministro das Finanças, perante a ovação, de pé (fica, desde já, a sugestão), da vasta maioria socialista nesta Assembleia.
E porque neste debate se falou muito em canal memória, a cena, a que assistiremos dentro de momentos, faz-me lembrar, em termos de canal memória, dois personagens muito conhecidos, um Primeiro-Ministro e um Ministro das Finanças, quais Sr. Feliz e Sr. Contente. O que já não conseguem dizer é «como vai este país?».
E ele vai francamente mal.
Dentro de momentos, assistiremos a uma cena, que poderá até ser uma repetição de um episódio conhecido, em que, no decorrer do efusivo abraço entre o Sr. Primeiro-Ministro e o Sr. Ministro das Finanças, perante a ovação, de pé, do Partido Socialista, se pode soltar alguma expressão de calão — e essa é conhecida. Mas um português que esteja a assistir em casa a este debate, que vê os impostos a aumentar, o desemprego a crescer, o poder de compra a diminuir, esse português não dirá o mesmo calão que o Sr.
Primeiro-Ministro, esse português dirá «este Orçamento não é porreiro, pá! Este Orçamento não é mesmo nada porreiro, pá!»

Aplausos do CDS-PP.

O CDS encarou este debate de forma construtiva, apresentando 49 propostas. Demos destaque à defesa dos contribuintes, à quebra da carga fiscal para as empresas, como forma de relançar a economia, a mecanismos de apoio às pequenas e médias empresas, a uma aposta na produtividade e ao apoio às forças de segurança.
Como propusemos — e ainda bem que foi aprovada — uma melhoria substancial do regime de apoio às empresas sediadas no interior do País e apoios para as empresas que constituam creches para os filhos dos seus funcionários.
Neste debate, fomos um partido de iniciativa construtiva. Demonstrámos ter um modelo alternativo e uma outra visão do País e da sua governação.
Foi, de resto, curioso que, neste debate, não obstante as diferenças ideológicas e as posições tão divergentes e sempre contraditórias, tenham existido, em muitos casos, momentos de convergência de todas as oposições, desde a oposição de centro-direita à oposição da ala esquerda do Partido Socialista.
O que aconteceu, em termos de convergência, é certo, com registos diferentes: um Bloco de Esquerda, que está longe da agressividade verbal de outros tempos, que parece um pouco mais comprometido, parece esperar um pouco um Eng.º Sócrates sem maioria absoluta e a oportunidade que isso representaria, Dr.
Francisco Louçã,…

O Sr. Francisco Louçã (BE): — O Daniel Campelo é vosso colega!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — … parece ser crítico, mas suave, ser opositor mas mais ligeiro, às vezes parece mesmo piscar o olho ao Sr. Primeiro-Ministro e dizer-lhe: «Sr. Primeiro-Ministro, o Chico fazialhe falta!». Às vezes, parece mesmo, Sr. Deputado.

Aplausos do CDS-PP.

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