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52 | I Série - Número: 063 | 27 de Março de 2008

A questão do Tibete é, em vários aspectos, uma questão cultural — «genocídio cultural» foi o que disse o Dalai Lama —, é também uma questão de liberdade religiosa e é uma questão de autonomia.

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Um sinal particularmente preocupante que deve levar a Assembleia a reflectir sobre esta matéria é a necessidade absoluta de diálogo.
Verificamos hoje que, a «tomar o pulso» a estes confrontos, podem estar aqueles que, na realidade tibetana, são precisamente os sectores do nacionalismo mais radical, em detrimento das vozes mais pacíficas e mais moderadas, como, por exemplo, a do Dalai Lama.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Isso é um sinal óbvio para preocupação.
Neste voto, não seguimos a linha de apelar ou sequer falar de um possível boicote aos Jogos Olímpicos, por três razões.
Primeiro, porque entendemos que, no passado, uma tal experiência não foi propriamente um caso de sucesso. Não foi por causa do boicote aos Jogos Olímpicos realizados na União Soviética que o regime mudou.
Em segundo lugar, porque entendemos que o olimpismo e o desporto devem estar acima de todos os conflitos.
Em terceiro lugar, porque se há oportunidade para abertura, se há oportunidade para o mundo entrar na China, é, precisamente, com a realização destes Jogos Olímpicos.
Fizemos uma proposta que se baseia na moderação, no apelo ao diálogo.

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Vou concluir, Sr. Presidente.
Abrimos a nossa proposta a todos os grupos parlamentares e é com satisfação que verificamos que se conseguiu o consenso de praticamente toda a Câmara e que vamos poder votar um voto em nome dos direitos humanos, em nome da paz e em nome do respeito pela liberdade de expressão no Tibete.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Louçã.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Sr. Presidente, esta bancada aprovará o voto de protesto contra a repressão das acções populares no Tibete, por duas razões.
Em primeiro lugar, para manifestarmos a preocupação, que entidades tão isentas como a Amnistia Internacional têm transmitido ao mundo inteiro, pelos sucessivos actos de repressão contra o direito de manifestação e o direito de opinião naquela região do mundo.
Em segundo lugar, e talvez mais importante ainda, votaremos este protesto por uma questão de valores.
É certo que há quem tente menorizar o contexto dos protestos no Tibete com o argumento, aliás, verdadeiro, de que se trata de protestos religiosos. É certo que assim é. Mas queria lembrar, em nome dos valores da esquerda, que, quando a política moderna se constituiu e a esquerda começou a ganhar raízes, foi por vozes tão autorizadas como a de Thomas Paine que, na Revolução Americana e na Revolução Francesa, se defendeu precisamente que a primeira liberdade é a liberdade religiosa, a liberdade de ter a religião que a consciência aconselha ou a liberdade de não ter religião.
Precisamente, essa grande liberdade é irmã de todas as outras — a liberdade de imprensa, a liberdade de formar partidos, a liberdade de constituir sindicatos, a liberdade de opinião. A esquerda só pode defender os seus valores, na opinião desta bancada do Bloco de Esquerda, se conseguir ser totalmente fiel à luta por esses direitos essenciais que são os valores da modernidade.

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