O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

21 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008

Devo dizer, em absoluta honestidade intelectual, que não tenho, em 36 horas, capacidade suficiente para fazer toda a ponderação de todas as alterações e de todas as consequências que decorrem deste projecto de lei.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Miguel Macedo (PSD): — Tenho de o dizer em abono da verdade e com plena honestidade.
Portanto, vou colocar a este propósito algumas questões que julgo serem pertinentes e que devem merecer essa ponderação, com responsabilidade, da Assembleia da República.
Uma das primeiras questões que já foi colocada é a de saber se com este regime que é proposto pelo Bloco de Esquerda faz sentido subsistirem três formas de processo, ou seja, a forma processo de divórcio por mútuo consentimento, a forma de processo litigioso — estas duas, como é sabido, já existentes hoje na lei — e agora uma terceira, um tertio genus, que é a forma de processo a pedido de um dos cônjuges.
Esta questão é importante, não é irrelevante: saber se devem existir três ou apenas duas; se porventura as preocupações que o Bloco de Esquerda aqui incorpora neste projecto de lei não poderiam, com vantagem, estar subsumidas numa das outras formas de processo sujeitas a regulamentação própria específica,tendo em conta e como preocupação os objectivos que o Bloco de Esquerda prossegue com esta iniciativa.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Miguel Macedo (PSD): — Esta primeira questão é uma questão importante e não é uma questão de somenos. É porque, como veremos adiante, vai ter consequências em algumas das matérias que levantam, e que já levantaram aqui, fundadas dúvidas sobre algumas das questões que aqui estão controvertidas.
Primeiro ponto: a questão que o Deputado Nuno Melo colocou há pouco na interpelação que fez à bancada do Bloco de Esquerda. Também me parece excessivo que nesta nova forma de processo proposta pelo Bloco de Esquerda se possa, se deva, se tenha de fazer imediatamente o arrolamento dos bens no momento em que se faz o requerimento do pedido unilateral de divórcio, tal como previsto no projecto do Bloco de Esquerda. É porque fazer este arrolamento tem consequências imediatas, e parecem-me consequências absolutamente excessivas em relação àquilo que o próprio Bloco de Esquerda pretende no seu projecto. Julgo que isso merecia uma ponderação cuidada.
Segundo ponto: a questão colocada pela bancada do Partido Comunista, pelo Deputado António Filipe e, do meu ponto de vista, bem colocada. Sendo tantas as exigências, designadamente a questão da regulação do poder paternal, no momento em que se requer unilateralmente o divórcio por uma das partes nesta nova forma de processo, que espaço fica para que esse divórcio não possa ser convolado num divórcio por mútuo consentimento ou irremediavelmente atirado para um divórcio litigioso?

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Exactamente!

O Sr. Miguel Macedo (PSD): — Esta é também uma questão importante à qual se deve dar resposta. É porque, Sr. Presidente e Srs. Deputados, numa disputa destas — eu não tenho grande experiência de fazer processos de divórcio, mas tenho a experiência do senso comum e daquilo que me dizem muitos colegas que são advogados e que trabalham directamente nesta área. — o tempo não é indiferente. Com o tempo acresce a dor, acresce o custo e muitas vezes acresce a radicalidade naquilo que fica de uma relação conjugal.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Miguel Macedo (PSD): — Ora, nós temos de ter a noção de que a lei não pode contribuir para acrescentar «arestas» no momento em que essas «arestas» são mais visíveis porque é o momento da dissolução de uma relação conjugal.

Vozes do PSD: — Muito bem!

Páginas Relacionadas
Página 0006:
6 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, a nossa
Pág.Página 6
Página 0007:
7 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 Aplausos do BE. As alterações que
Pág.Página 7
Página 0008:
8 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. Presidente: — Há dois Srs. Deputados
Pág.Página 8
Página 0009:
9 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. Presidente: — Para responder, tem
Pág.Página 9
Página 0010:
10 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 … e até disseram que o nosso projecto era
Pág.Página 10
Página 0011:
11 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP):
Pág.Página 11
Página 0012:
12 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 diversas fragilidades e demarcámo-nos dele
Pág.Página 12
Página 0013:
13 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. António Filipe (PCP): — Mas a qu
Pág.Página 13
Página 0014:
14 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 Portanto, é esta a nossa posição de princí
Pág.Página 14
Página 0015:
15 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 E, Sr.ª Deputada Helena Pinto, sem que
Pág.Página 15
Página 0016:
16 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 Sr.ª Deputada, a verdade é que no dia segu
Pág.Página 16
Página 0017:
17 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 requerente induz situações eticamente
Pág.Página 17
Página 0018:
18 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. Fernando Rosas (BE): — Muito bem! Mu
Pág.Página 18
Página 0019:
19 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. Luís Fazenda (BE): — Isso é falso!<
Pág.Página 19
Página 0020:
20 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 Do nosso ponto de vista, não é satisfatóri
Pág.Página 20
Página 0022:
22 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. Miguel Macedo (PSD): — Do meu ponto
Pág.Página 22
Página 0023:
23 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. Presidente: — Para pedir esclare
Pág.Página 23
Página 0024:
24 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 Entendemos que não devemos estar a confund
Pág.Página 24
Página 0025:
25 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 desconhecido da Mesa da Assembleia da
Pág.Página 25
Página 0026:
26 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 continuado e uma manifestação de boa fé po
Pág.Página 26
Página 0027:
27 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 bem mais progressistas, bem mais ousad
Pág.Página 27
Página 0028:
28 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 Era o que faltava que, num Estado democrát
Pág.Página 28
Página 0029:
29 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 Por isso é que, ao longo destes 10 mes
Pág.Página 29
Página 0030:
30 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, o Sr.
Pág.Página 30
Página 0031:
31 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O que votamos hoje não é só a viabiliz
Pág.Página 31
Página 0032:
32 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. Pedro Santana Lopes (PSD): — Esperam
Pág.Página 32
Página 0033:
33 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. Alberto Martins (PS): — É eviden
Pág.Página 33
Página 0034:
34 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 porque aquilo que o Sr. Deputado acabou aq
Pág.Página 34
Página 0035:
35 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. Presidente: — Faça favor, Sr. Deput
Pág.Página 35