O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

32 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008

O Sr. Pedro Santana Lopes (PSD): — Esperamos que as obstinações regimentais não impeçam aquilo que todos parecem desejar, que é um debate das opções de cada um, que são diferentes mas que podem resultar, em conjunto, independentemente dos votos finais, num bom serviço aos portugueses.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Também para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Alberto Martins.

O Sr. Alberto Martins (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: As questões da família, do casamento e do divórcio são estruturantes e estruturais da organização da nossa sociedade. Por isso, tudo o que tenha a ver com esta matéria exige ponderação, rigor, atenção ao seu tratamento e um debate o mais aprofundado e o mais disponível possível.
Todos temos consciência de que, quando falamos do divórcio e de criar novas condições para que se dissolva um casamento não querido, o que estamos a pretender, igualmente, é valorizar o casamento naquilo que ele tem de estruturante, ou seja, uma relação livre entre duas pessoas, com vista a uma vida em comum e com as consequências que resultam dessa vida em comum. O que não queremos, nunca, é que essa exigência da vida em comum se mantenha para além do direito e da liberdade individual de qualquer dos cônjuges, de qualquer das partes. E, por isso, quando tratamos do divórcio, estamos no centro da manutenção da ideia de casamento como um contrato especial.
Nesse sentido, o nosso Código Civil é muito claro. Há dois tipos de divórcio: o divórcio por mútuo consentimento e o divórcio litigioso. O que estamos aqui a discutir e que pretendemos — é a nossa opção de fundo — é acabar com o divórcio litigioso, isto é, o divórcio-sanção, o divórcio assente na culpa, por violação culposa dos deveres conjugais. É este o objectivo estratégico que pretendemos. E, neste sentido, as razões para o divórcio, em nosso entender, ou são de mútuo acordo ou têm causas objectivas. Tudo o que admitimos, em termos de resolução desta situação, e indo ao encontro do que de mais moderno, actualizado, existe nos outros países, é o seguinte: divórcio, quando não há mútuo consentimento, é por causas objectivas.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — O desamor, não?!

O Sr. Alberto Martins (PS): — Mas, atenção, porque, em face da dissolução do casamento pelo divórcio, não podemos deixar de considerar que o contrato de casamento tem, a montante e a jusante, vários outros contratos, como o contrato patrimonial, o contrato da educação dos filhos, o contrato da casa de morada de família, enfim, um conjunto de contratos. Por isso, não se pode regular o divórcio sem regular todos os outros contratos. E quando se admite e conserva a ideia da manutenção do divórcio litigioso está a manter-se, inexoravelmente, a ideia da culpa, a qual tem consequências na casa de morada de família, na pensão de alimentos, no exercício do poder paternal e na divisão patrimonial.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — E as causas objectivas não são a culpa?!

O Sr. Alberto Martins (PS): — Isto significa que esta matéria tem de ser vista, seguramente, e sempre, de forma conjugada.
É por isso que a questão do divórcio e da dissolução têm de atender a um novo sentido de responsabilidade. Aliás, é por isso que dizemos que o poder paternal deve acabar. A ideia que devemos ter é a da responsabilidade parental, acabando-se com a designação do poder paternal, salvo quando o tribunal entender que o regime deve ser, por hipótese, o do exercício conjunto das responsabilidades. São soluções que têm de vir articuladas com a solução do divórcio.
Estamos a discutir apenas este pequeno aspecto com o Bloco de Esquerda, mas o nosso objectivo não é discutir só com o Bloco de Esquerda, mas sim discutir com todas as bancadas de forma a fazermos uma boa lei para os portugueses.

O Sr. Jorge Strecht (PS): — Claro!

Páginas Relacionadas
Página 0006:
6 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, a nossa
Pág.Página 6
Página 0007:
7 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 Aplausos do BE. As alterações que
Pág.Página 7
Página 0008:
8 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. Presidente: — Há dois Srs. Deputados
Pág.Página 8
Página 0009:
9 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. Presidente: — Para responder, tem
Pág.Página 9
Página 0010:
10 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 … e até disseram que o nosso projecto era
Pág.Página 10
Página 0011:
11 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP):
Pág.Página 11
Página 0012:
12 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 diversas fragilidades e demarcámo-nos dele
Pág.Página 12
Página 0013:
13 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. António Filipe (PCP): — Mas a qu
Pág.Página 13
Página 0014:
14 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 Portanto, é esta a nossa posição de princí
Pág.Página 14
Página 0015:
15 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 E, Sr.ª Deputada Helena Pinto, sem que
Pág.Página 15
Página 0016:
16 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 Sr.ª Deputada, a verdade é que no dia segu
Pág.Página 16
Página 0017:
17 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 requerente induz situações eticamente
Pág.Página 17
Página 0018:
18 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. Fernando Rosas (BE): — Muito bem! Mu
Pág.Página 18
Página 0019:
19 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. Luís Fazenda (BE): — Isso é falso!<
Pág.Página 19
Página 0020:
20 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 Do nosso ponto de vista, não é satisfatóri
Pág.Página 20
Página 0021:
21 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 Devo dizer, em absoluta honestidade intel
Pág.Página 21
Página 0022:
22 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. Miguel Macedo (PSD): — Do meu ponto
Pág.Página 22
Página 0023:
23 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. Presidente: — Para pedir esclare
Pág.Página 23
Página 0024:
24 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 Entendemos que não devemos estar a confund
Pág.Página 24
Página 0025:
25 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 desconhecido da Mesa da Assembleia da
Pág.Página 25
Página 0026:
26 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 continuado e uma manifestação de boa fé po
Pág.Página 26
Página 0027:
27 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 bem mais progressistas, bem mais ousad
Pág.Página 27
Página 0028:
28 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 Era o que faltava que, num Estado democrát
Pág.Página 28
Página 0029:
29 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 Por isso é que, ao longo destes 10 mes
Pág.Página 29
Página 0030:
30 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, o Sr.
Pág.Página 30
Página 0031:
31 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O que votamos hoje não é só a viabiliz
Pág.Página 31
Página 0033:
33 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. Alberto Martins (PS): — É eviden
Pág.Página 33
Página 0034:
34 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 porque aquilo que o Sr. Deputado acabou aq
Pág.Página 34
Página 0035:
35 | I Série - Número: 064 | 28 de Março de 2008 O Sr. Presidente: — Faça favor, Sr. Deput
Pág.Página 35