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45 | I Série - Número: 067 | 4 de Abril de 2008

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Emídio Guerreiro.

O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Penso que é oportuno debatermos aqui a situação do Vale do Ave e do Cávado e também algumas estratégias para combatê-la.
Não se trata aqui de pintar cenários negros ou ter visões pessimistas! É fundamental que todos nós tenhamos a noção da realidade. E a realidade não é aquele gráfico que o Deputado Miguel Laranjeiro trouxe aqui. Os dados do desemprego são outros: são aqueles que o Sr. Presidente da Associação de Municípios do Vale do Ave, autarca de Santo Tirso, revelou ainda há pouco tempo: rondam os 14%, ou seja, um pouco abaixo do dobro da média nacional. Esta é que é a realidade! A isto temos de acrescer ainda os milhares de desempregados do Vale do Ave e do Vale do Cávado que, ao longo dos últimos dois ou três anos, se têm deslocado para Espanha em busca de emprego.
Mas — volto a dizer — isto não é para pintar cenário algum! Isto é a realidade! Trata-se de uma região que ao longo de décadas contribuiu, e muito, para a economia portuguesa, que contribuiu de forma decisiva para as exportações portuguesas, que contribuiu, e muito, para a criação de emprego e de riqueza. E são essas pessoas, empregados e empresários, que hoje, em 2008, estão numa situação muito complexa.
E é uma situação complexa pelo seguinte: há de facto uma crise que é estrutural, mas também estamos perante uma situação que não tem tido a devida resposta deste Governo. Ora, é esta a questão que é preciso de facto discutir aqui.
Ao longo destes três anos o Governo do Eng.º Sócrates tem virado as costas ao Vale do Ave e ao Vale do Cávado. Após a abertura dos mercados, em 2005, não houve um único projecto que visasse inverter esta situação. É porque aquilo de que se trata aqui, de facto, é de um reajustamento do cluster do têxtil, que vai fazer com que nem todo o emprego que existe se possa manter e é preciso criar outro; é preciso criar outra resposta, ou seja, criar uma nova economia local, novas fontes de angariação de emprego. Ora, isso é que não foi feito! Assistimos, ao longo de três anos, a anúncios em cima de anúncios de grandes projectos de interesse nacional, os famosos PIN, que supostamente iriam trazer novos empregos e iriam ser os motores do desenvolvimento das regiões.
Daí que pergunte a esta Assembleia da República e ao Grupo Parlamentar do Partido Socialista: qual é que foi para o Vale do Ave? Qual é o projecto ou quais são os projectos-âncora que permitem a reconversão do tecido empresarial, do tecido económico da nossa região? Não existe um único! O Governo tem feito de conta que o Vale do Ave não existe, o que é lamentável pelo esforço que o Vale do Ave fez ao longo de décadas! Por isso, o que propomos é muito simples: é fundamental criar âncoras diferentes o mais rapidamente possível. Cabe, portanto, criar uma estratégia em que o Governo, juntamente com os parceiros locais e regionais, consiga criar emprego em áreas diferentes das tradicionais, porque é aí que é preciso qualificar as pessoas, senão vamos cair no erro em que caímos há 20 anos, que é o de gastar milhões em formação e requalificação… Mas para quê? Formar e qualificar para trabalhar onde? Esta é a pergunta que ninguém quis fazer aqui! E é a esta pergunta que é preciso responder.
Por isso, é preciso criar um tecido económico diferente e formar as pessoas para esse tipo de emprego.
Mas isto não está a ser feito.
Repito: corremos o risco de voltarmos a gastar milhões de euros em formação e requalificação para nada! Este é um erro que, hoje, em 2008, o Vale do Ave não pode sofrer, por uma razão muito simples:…

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Vou concluir, Sr. Presidente.
Como estava a dizer, é um erro que, em 2008, o Vale do Ave não pode sofrer, por uma razão muito simples: até agora, a crise dos sectores era perfeitamente conjuntural, neste momento, estamos perante uma

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