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42 | I Série - Número: 081 | 9 de Maio de 2008

Os senhores anunciam, com pompa e circunstância, os lucros dos CTT, mas eles são obtidos à custa dos trabalhadores e dos utentes do serviço postal.
Essa modernidade com que os senhores «enchem a boca» significa encerramento de escolas, de serviços de saúde, de estações de correio, de caminhos-de-ferro; significa um ataque aos trabalhadores destes serviços nos seus direitos e na sua dignidade; significa o desmantelamento de estruturas e a destruição de postos de trabalho; significa a entrega destes serviços aos privados e os preços a aumentar cada vez mais; significa populações abandonadas à sua sorte.
É esta a realidade concreta que se vive no País. É que, para lá do foguetório e da propaganda com que inundam o nosso país, estão homens e mulheres de carne e osso, que vivem cada vez pior, que não têm dinheiro para ir ao médico nem para medicamentos, que vão para o centro de saúde às 4 horas da manhã à espera de uma consulta, que não têm transportes e que têm os filhos a estudar em contentores, a dezenas de quilómetros de casa.

Vozes do PS: — Não é verdade!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Como é que o senhor quer que as pessoas acreditem em si e neste Governo?! É também por este ataque aos serviços públicos, factor de justiça social, factor de democracia e factor de desenvolvimento do nosso país, que este Governo é censurado!

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Srs. Deputados do Partido Comunista, percebo a vossa táctica: «Isto está a correr mal, portanto, se nos pusermos todos a falar em catadupa e a gritar muito talvez disfarce».

Protestos do PCP.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Fica baralhado!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Quase me apetecia dizer que parecia um teste: «Se todos nos pusermos a falar, vamos ver se todos dizemos exactamente o mesmo». Pois eu diria que passaram no teste, Srs. Deputados. Todos disseram exactamente o mesmo!

Aplausos do PS.

Vozes do PCP: — E as respostas?

O Sr. Primeiro-Ministro: — É inacreditável que o Partido Comunista permaneça igual a si próprio!

O Sr. Bernardino Soares (PCP) — Isso é verdade! O PS é que está sempre a mudar!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Isto é, dizem sempre as mesmas coisas, independentemente de a realidade mudar ou não. Se a realidade evolui e melhora, então o Partido Comunista diz que os instrumentos que as sociedades modernas utilizam para medir a realidade estão errados. Mas agora, para o Partido Comunista, já não é a realidade que pode mudar, certamente essa realidade está mal e as estatísticas estão erradas.
Vejamos: o desemprego está a descer, segundo o inquérito do INE? Pois, não pode deixar de estar a descer! No ano passado, foram estes os valores da taxa de desemprego: 8,4% no primeiro trimestre, 7,9% no segundo trimestre, 7,9% no terceiro trimestre e 7,8% no quarto trimestre. Isto significa descer ou subir? Significa descer. Mas o Partido Comunista diz: «Essas estatísticas estão erradas».

Protestos do PCP.

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