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41 | I Série - Número: 006 | 27 de Setembro de 2008


para a estabilidade de todo o continente sul-americano, teve um relevante papel o Presidente do Brasil, Lula da Silva, que saudamos vivamente por este seu desempenho.
A reunião extraordinária da União das Nações Sul-Americanas teve neste contexto uma importância determinante na pacificação do país e na abertura das negociações entre a oposição de vários governadores e o governo central, evitando-se, assim, a eminente secessão da Bolívia e o inevitável banho de sangue.
Os socialistas portugueses na Assembleia da República associam-se também ao voto n.º 173/X (4.ª), apesar de ele ser sectário por não expressar, designadamente, a posição consensual da União Europeia e, de um modo muito particular, a da Espanha, e exprimem claramente o seu desejo de que as negociações entretanto iniciadas conduzam o país à paz, ao desenvolvimento e à normalidade democrática.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Arnaut.

O Sr. José Luís Arnaut (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Os recentes acontecimentos ocorridos na Bolívia vieram, mais uma vez, alertar-nos para os perigos dos extremismos nos dias de hoje.
O Grupo Parlamentar do PSD condena qualquer forma de violenta de resolução de conflitos ou a procura de obtenção de um qualquer objectivo ou resultado através do uso da força. Por essa razão, não podemos concordar com as manifestações violentas daqueles que se opõem às políticas de esquerda do Presidente Morales, políticas essas que vão buscar inspiração ao exotismo anti-americano primário do Presidente Chávez, da Venezuela. Somos contra a violência que delas decorreu, mas percebemos as suas motivações.
De facto, o extremismo de esquerda do Presidente boliviano contribuiu em muito para a situação que se tem vivido neste país da América Latina. A sua procura pela concentração de poder, de transformação social à luz de um modelo de socialismo ultrapassado e até radical, em última instância, pretende o afastamento de todos os adversários políticos.
Não estando em causa até a sua legitimidade, pois foi eleito em eleições, os métodos que tem utilizado retiram-lhe toda a credibilidade e alguns até ferem a sua legitimidade, como o não aceitar a decisão do Supremo Tribunal em libertar o Governador da Região de Pando, Leopoldo Fernandez.
O mundo não pode caminhar para uma visão das coisas determinada por uma luta de ideologias que transforme o sistema internacional num quadro pintado apenas a branco e preto com uma divisão radical entre bons e maus.
Ora, o voto do Bloco de Esquerda que aqui apreciamos mantém a velha retórica anti-americana, considerando que do outro lado do Atlântico vêm todos os males do Mundo. Não podemos aceitar essa postura, infelizmente já tradicional, do Bloco de Esquerda. De facto, é este extremismo, plasmado neste voto, que não aceitamos e que nos leva a votar contra ele.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A situação que se vive na Bolívia resulta, fundamentalmente, da conjugação de dois factores: em primeiro lugar, da existência de uma oposição de direita fascizante, que nunca se conformou com o resultado das eleições de 2005 e com a derrota que aí sofreu; em segundo lugar, da intervenção directa do agora ex-embaixador dos Estados Unidos na Bolívia, o Sr. Philip Goldberg, que teve como objectivo a reorganização destas forças de direita fascista, com o objectivo de derrotar o projecto revolucionário e progressista de transformação social em curso na Bolívia.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — É uma evidência!

O Sr. João Oliveira (PCP): — E é bom relembrar que esse senhor ex-embaixador dos Estados Unidos conta já com um vasto currículo de intervenções de fomento de conflitos ético-regionais, com passagem, por exemplo, pela Bósnia e pelo Kosovo.

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