O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

52 | I Série - Número: 024 | 11 de Dezembro de 2008

Por estas razões, duas ideias devem consolidar-se.
A primeira, a de que o sistema financeiro deve assentar no princípio do mercado livre, promotor da concorrência e estimulador da inovação financeira, com reconhecimento da autonomia dos utentes dos serviços financeiros.
A segunda, a da necessidade do esforço de identificação das fragilidades que afectem o sistema financeiro, identificação e supervisionamento das acções que se mostrem necessárias para resolver essas fragilidades e, por fim, melhorar a troca de informação e coordenação entre todas as autoridades responsáveis pela estabilidade financeira.
Em síntese, o que hoje se exige dos mercados e instituições financeiras é uma efectiva transparência.

O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — Muito bem!

O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Devemos, porém, ir mais longe e exigir igual transparência da política desenvolvida pelo Governo no campo orçamental, na situação das finanças públicas e da economia, bem como das políticas fixadas ao nível da supervisão financeira.
Por iniciativa do PSD, tiveram lugar nesta Casa os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito ao Exercício da Supervisão dos Sistemas Bancário, Segurador e do Mercado de Capitais, que deu lugar à audição dos mais altos responsáveis pelos sistemas de supervisão, bem como de alguns responsáveis directos pelo funcionamento do sistema financeiro e, ainda, a disponibilização de milhares de documentos de importância assinalável.
Da análise dessa documentação, bem como das audições levadas a cabo, resultou a conclusão, aliás consensual, de que o sistema de supervisão carecia de aperfeiçoamentos, designadamente quanto ao regime de contra-ordenações e penal, para as infracções e crimes cometidos por responsáveis ou por quem exerce actividade em instituições de crédito ou sociedades financeiras.
Ou seja, no que ao efeito dissuasor diz respeito, mormente através do aumento do valor das coimas e da alteração das molduras penais no âmbito da actividade das instituições bancárias e financeiras, são positivas as iniciativas agora apresentadas.
Já no que respeita à alteração das molduras penais relativamente aos crimes económicos praticados contra o património em geral, alerta-se para a necessidade de ser respeitada a coerência do regime punitivo de todos os crimes conexos com a actividade económica previstos no Código Penal.
Estas e outras alterações agora propostas — que fique claro — em nada alteram os instrumentos que as entidades de supervisão detinham e continuam a deter.
Alterem-se sanções, crie-se maior transparência no que à política de remunerações dos membros dos órgãos de administração das entidades de interesse público diz respeito, proíba-se a concessão de crédito a entidades registadas nos chamados «paraísos fiscais» e dê-se maior protecção às testemunhas de crimes de natureza económico-financeira.
O que é um facto é que nada disto faz alterar as rotinas de supervisão das entidades responsáveis.

O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — Exactamente!

O Sr. Fernando Negrão (PSD): — São precisas medidas concretas e de operacionalidade.
A Comissão Europeia propôs medidas para reforçar a supervisão dos bancos e controlar melhor os riscos que estes assumem nos mercados, defendendo uma revisão das regras bancárias sobre a «adequação de fundos próprios» que permita reforçar a estabilidade do sistema financeiro, reduzir a exposição ao risco e melhorar a supervisão dos bancos.

O Sr. António Montalvão Machado (PSD): — Muito bem!

O Sr. Fernando Negrão (PSD): — De acordo com esta proposta, deverão ser impostas aos bancos restrições de crédito para além de certos limites a qualquer cliente, e assim as autoridades nacionais de controlo terão uma melhor visão global das actividades dos agrupamentos bancários que operem aquém e além fronteiras.

Páginas Relacionadas
Página 0045:
45 | I Série - Número: 024 | 11 de Dezembro de 2008 O Sr. Patinha Antão (PSD): — Sr. Presid
Pág.Página 45
Página 0046:
46 | I Série - Número: 024 | 11 de Dezembro de 2008 passado, na sequência da falência da Le
Pág.Página 46
Página 0047:
47 | I Série - Número: 024 | 11 de Dezembro de 2008 hipótese de precisarmos, em sede de esp
Pág.Página 47
Página 0048:
48 | I Série - Número: 024 | 11 de Dezembro de 2008 O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Bem le
Pág.Página 48
Página 0049:
49 | I Série - Número: 024 | 11 de Dezembro de 2008 Em 13 de Novembro, na sequência da audi
Pág.Página 49
Página 0050:
50 | I Série - Número: 024 | 11 de Dezembro de 2008 Ora, nós, em Portugal, conhecemos, nos
Pág.Página 50
Página 0051:
51 | I Série - Número: 024 | 11 de Dezembro de 2008 ao contrário de alguns dos proponentes
Pág.Página 51
Página 0053:
53 | I Série - Número: 024 | 11 de Dezembro de 2008 A Comissão pretende, ainda, tornar mais
Pág.Página 53
Página 0054:
54 | I Série - Número: 024 | 11 de Dezembro de 2008 particularmente ao regime geral das ins
Pág.Página 54
Página 0055:
55 | I Série - Número: 024 | 11 de Dezembro de 2008 dessa prestação e o incumprimento dos d
Pág.Página 55
Página 0056:
56 | I Série - Número: 024 | 11 de Dezembro de 2008 O Sr. Secretário de Estado do Tesouro e
Pág.Página 56