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40 | I Série - Número: 038 | 24 de Janeiro de 2009

Aos que aqui tantas vezes nos acusaram de anti-americanismo, porque criticávamos a guerra da mentira, a tortura, os tribunais militares especiais, nós dizemos que agora, sim, os verdadeiros valores das liberdades e da construção americana estão de volta e que «desta» América nós gostamos.

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. José Vera Jardim (PS): — E vão estes valores ter, certamente, um enorme impacto, um determinante impacto na solução dos conflitos que existem um pouco por toda a parte.
Por isso, saudamos os primeiros actos da nova Administração de Barack Obama, a favor da paz e da afirmação do direito como uma marca desta liderança, e nela depositamos a nossa esperança.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Madeira Lopes.

O Sr. Francisco Madeira Lopes (Os Verdes): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Os Verdes consideram positivo que as democracias de todos os países funcionem regularmente, como é normal e desejável, e felizmente não é assim tão raro que motive votos de congratulações.
É claro que, com esta nova presidência dos Estados Unidos da América, gostaríamos de assistir a uma mudança radical das políticas, mormente no que diz respeito à política ambiental e energética, que tem impactos à escala global, sabendo-se concretamente que os Estados Unidos da América são os maiores poluidores per capita do mundo, mas também no que toca à desnuclearização militar e civil a nível global, bem como no que diz respeito à sua postura na política externa, deixando de agir com a máscara de polícia ou de pseudopaladino da democracia, ao abrigo da qual tem semeado a guerra e violado direitos humanos em vários locais do mundo, por razões economicistas, de controlo de recursos naturais e de poder, e passando a assumir-se, finalmente, na sociedade das nações condignamente, apenas — e não é pouco — como mais uma Nação, como um país empenhado, em pé de igualdade com os outros países, respeitando-os na paz e na solidariedade mundial, ao abrigo do direito internacional.
Desejamos, profunda e sinceramente, a bem do povo estado-unidense, da paz mundial e do respeito dos direitos humanos, que as grandes expectativas que hoje alguns acalentam em relação ao novo presidente dos Estados Unidos não venham a ser goradas e que à emoção não se siga a desilusão.
Congratulamo-nos, naturalmente, e regozijamo-nos com o anúncio do encerramento do campo de concentração vergonhoso e ilegal de Guantánamo, onde se praticou a tortura e se recusaram os mais elementares direitos humanos e judiciários, que não só manchou os Estados Unidos mas marcou também a nossa história contemporânea da pior forma possível.
Mas, apesar do conteúdo do texto do voto não nos oferecer reservas significativas e, independentemente da hipocrisia de quem o apresenta, a verdade é que não consideramos curial que a Assembleia da República portuguesa se pronuncie e se congratule por um determinado resultado eleitoral de uma democracia, que reflecte a escolha de um povo soberano.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares.

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, o que há que saudar, evidentemente, são as primeiras medidas tomadas pelo Presidente Barack Obama, não propriamente a sua tomada de posse, e o que elas significam, o seu significado político. É óbvio que a liderança política da América está de regresso aos grandes valores que fazem dos Estados Unidos da América do Norte uma das mais antigas, sólidas e vivas democracias do mundo. O republicanismo cívico, típico da civilização americana e dos seus fundadores, está de regresso a Washington e à Casa Branca.
Há, no entanto, um ponto que também deve ser salientado com alguma ironia: a história já conhecia tentativas de apagar adversários das fotografias, mas agora assistimos a uma tentativa de os próprios

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