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55 | I Série - Número: 093 | 19 de Junho de 2009

movimento democrático, no Congresso Republicano de Aveiro, no Congresso da Oposição Democrática e, em democracia, como Deputado constitutinte, em que teve, de facto, um papel muito relevante na feitura da nossa Constituição.
Permaneceu como Deputado na Assembleia da República; exerceu funções como autarca, Presidente da Assembleia Municipal de Aveiro, foi Deputado ao Parlamento Europeu, e teve também uma participação destacada no movimento da paz, foi inclusivamente Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Conselho Português para a Paz e Cooperação.
Portanto, a perda do Dr. Carlos Candal é uma perda muito relevante para a democracia portuguesa.
Quero, por isso, em nome do Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português expressar as nossas condolências ao Partido Socialista e ao seu grupo parlamentar, aos familiares do Dr. Carlos Candal, particularmente ao seu filho, que é nosso colega nesta Assembleia, Afonso Candal.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Rosas.

O Sr. Fernando Rosas (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: A primeira vez que eu ouvi falar do Carlos Candal foi quando era um jovem activista do movimento estudantil e ele socialista do Conselho das Repúblicas que marcou a primeira vitória do movimento associativo sobre as listas da direita e do regime da Universidade de Coimbra, depois de um longo período de comissões administrativas.
Antecedeu, de pouco tempo, a vitória do Dr. Jorge Sampaio na Associação Académica da Faculdade de Direito e com Candal iniciou-se um ciclo de viragem para a luta política contra o regime nas associações académicas e nas Universidades de Lisboa e de Coimbra, que, de alguma forma, essa primeira vitória do Candal e do Conselho das Repúblicas, em Coimbra, anunciava.
Nunca mais me esqueci do nome dele. Reencontrei-o, em 1969, então eu também jovem estudante, mais novo do que ele, no II Congresso Republicano de Aveiro, onde ele dava corpo, ao lado do outro grande aveirense, democrata, Mário Sacramento, a esse sonho de tentar unir as oposições democráticas em Aveiro.
E, depois, fez parte da comissão executiva do III Congresso da Oposição Democrática, também em Aveiro, Congresso esse brutalmente reprimido pela polícia de choque, sem nós sabermos, na rua, quando os cães foram lançados contra nós, que daí a um ano o regime ia cair.
O Candal foi depois Deputado da Assembleia Constituinte, pelo distrito de Aveiro, e foi durante muitos anos Deputado nesta Casa, também pelo distrito de Aveiro.
A este cidadão, sempre frontal e controverso, um dos fundadores da nossa II República, quero, em nome do meu Grupo Parlamentar, prestar homenagem e apresentar ao Grupo Parlamentar do Partido Socialista e ao seu filho e nosso colega, Afonso Candal, os nossos pêsames e a nossa homenagem.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares.

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Sr. Presidente, gostaria de me associar, em nome do Governo, a este voto de pesar.
Hoje é um dia de luto.
É um dia de luto para a advocacia portuguesa, de que Carlos Candal foi um dos maiores cultores e um dos melhores profissionais.
É um dia de luto para os homens e as mulheres das letras portuguesas — o Português, a língua e a literatura portuguesa foram sempre muito bem cultivadas por Carlos Candal.
É um dia de luto para todos aqueles que se habituaram, com Carlos Candal, aprendendo com Carlos Candal, a ver as universidades e o movimento associativo como uma escola para a democracia, para a resistência e para a liberdade.
É um dia de luto para os republicanos e para todos aqueles que participaram ou se revêem na oposição democrática ao Estado Novo.
É um dia de luto para a cidade de Aveiro, que Carlos Candal serviu como ninguém, e para o poder local democrático, de que Carlos Candal foi um dos maiores expoentes nestes 33 anos que levam as autarquias e o poder local democrático.

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