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50 | I Série - Número: 098 | 2 de Julho de 2009

Se é menos grave (naturalmente, ninguém acredita nisso e o Sr. Ministro sabe bem que não é), por que é que a recessão económica é maior em Portugal do que em muitos desses países, onde os planos financeiros são superiores? Então, se é menos grave em Portugal, por que é que a taxa de desemprego em Portugal é das maiores, neste momento, ao nível dos 27 Estados-membros da União Europeia — é a quarta ou a quinta, segundo as últimas informações? Portanto, Sr. Ministro, a pergunta óbvia é esta: perante a dimensão da crise que afecta o País, por que é que o Governo, ao contrário do que fizeram outros países da União Europeia, que organizaram, implementaram e têm em curso planos com incidências financeiras muito superiores, não reconhece que não usou, não quis usar, no fundo se recusou a usar, em Portugal meios financeiros adequados para enfrentar as consequências sociais e económicas da crise que atravessamos? Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado António da Silva Preto.

O Sr. António da Silva Preto (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Ministro de Estado e das Finanças, começo por fazer um inciso, pois há certamente um equívoco.
Relativamente ao montante da despesa, o Sr. Ministro falou num aumento de 1,5%. Tenho os números e dizem-me que estavam previstos no Orçamento rectificativo 81,215 milhões de euros e no Relatório de Orientação da Política Orçamental constam 80,771 milhões. Portanto, há aqui uma leitura diferente: o Sr.
Ministro diz que subiu, mas estas contas mostram que desceu»! Há aqui algum equívoco, mas o Sr. Ministro eventualmente esclarecerá.
Independentemente disso, o senhor é Ministro das Finanças há quatro anos, ao longo dos quais fez aqui inúmeras intervenções (muitas delas no Plenário, outras em comissão), e diga-se em abono da verdade que em todas as intervenções defendeu as suas políticas e as suas propostas com empenho, com energia, diria mesmo com convicção. Inclusive, percebia-se, pela forma como defendeu as suas propostas, que acreditava cegamente nelas a ponto de sistematicamente recusar as propostas e os conselhos da oposição. E, com a mesma força e determinação com que defendeu as suas propostas, repudiou sempre as da oposição, às vezes até — e permita-me que lho diga — de uma forma deselegante e descortês, apontando sempre o dedo às pessoas, aos ministros e às políticas que o antecederam. Percebia-se nisso que, eventualmente, essa herança pesava ou pelo menos o incomodava.
Agora, é exactamente o momento de fazermos um balanço, de avaliarmos a sua «herança».
Passaram quatro anos e, ao confrontarmos os resultados, pergunto-me o que dirão os eleitores, no próximo dia 27 de Setembro, sobre a «herança» que o senhor deixa, quando sabem que herdou uma economia que crescia a 1,5% ao ano e que nos deixa uma economia com um crescimento negativo de 3,9% (pelo menos);»

O Sr. Hugo Velosa (PSD): — É verdade!

O Sr. António da Silva Preto (PSD): — » quando sabem que herdou uma taxa de desemprego de 6,7%, claramente abaixo da taxa média de desemprego da União Europeia, e que agora nos deixa — apesar dos tais 150 000 novos empregos que prometeu e que nunca ninguém viu — uma taxa de desemprego na casa dos 10%.

O Sr. Hugo Velosa (PSD): — É verdade!

O Sr. António da Silva Preto (PSD): — Pergunto-me o que é que dirão os eleitores que no dia 27 de Setembro vão votar quando se lembrarem que o senhor recebeu um País com uma taxa de endividamento de 64% e nos deixa um País com uma taxa de endividamento de 97,2%...

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Quer responder por eles?... Que arrogância!

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