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53 | I Série - Número: 010 | 28 de Novembro de 2009

O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: O CDS-PP não sossega com o 25 de Novembro. Esta insistência tem razões compreensíveis: tenta reescrever a história, fazer esquecer a sua matriz de herdeiro das forças sociais e políticas que o 25 de Abril desapossou e derrotou.
O CDS escreve no seu voto que as datas não têm cor política. A insistência do CDS em comemorar o 25 de Novembro prova exactamente o contrário. De facto, o 25 de Abril tem a cor da esquerda revolucionária e popular e o 25 de Novembro, sobretudo a visão do CDS do 25 de Novembro, a cor da extrema-direita contrarevolucionária, reaccionária e trauliteira.

Vozes do PCP: — Muito bem!

Protestos do CDS-PP e do PSD.

O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — O voto do CDS é mais uma tentativa para substituir o 25 de Abril como acto fundador do regime democrático português pelo 25 de Novembro. Foi o 25 de Abril que acabou com a ditadura fascista, que acabou com a guerra colonial Registe-se que não há no voto do CDS a mais simples referência ao 25 de Abril.
O CDS não sabe a distância que vai do acto libertador do 25 de Abril às políticas de direita, à recuperação capitalista e latifundista aberta pelo 25 de Novembro.
Refiro a distância percorrida pela distribuição do rendimento nacional entre 1975 e os dias de hoje: ontem, na era de 75, eram 60% para o trabalho e 40% para o capital; hoje, são 40% para o trabalho e 60% para o capital.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Ora aí está!

Protestos do CDS-PP.

O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — O voto do CDS é mais uma tentativa de mistificação do processo complexo do 25 de Novembro, com uma citação de acontecimentos, que, embora contemporâneos, são de natureza completamente diferente.
A má recordação ou a má consciência do CDS mistura e tenta confundir a concentração dos trabalhadores da construção civil contra o VI Governo Provisório, a sua auto-suspensão e os atentados bombistas, embora, em matéria de «bombismo», o CDS devesse de ter alguma contenção!

Protestos do CDS-PP.

O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Como?!

O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Aliás, o voto refere que a acção do 25 de Novembro evitou que se derramasse mais sangue. Qual sangue, Srs. Deputados do CDS?! O das vítimas da vaga terrorista do «Verão de 75», animada e conduzida pela extrema-direita revanchista, com 115 assaltos e destruição de centros de trabalho e sedes do PCP, com dezenas de agressões, incêndios e bombas?!

Protestos do CDS-PP.

Ou o derramado, depois do 25 de Novembro, com 64 acções terroristas e 47 atentados à bomba, sem esquecer os três mortos e os sete feridos dos trágicos acontecimentos de Custóias?!

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — O CDS não consegue digerir o 25 de Abril e, então, tenta escondê-lo, apagá-lo com a sua história do 25 de Novembro. Mas é pura perda de tempo. É a «peneira» que tenta tapar o sol que rompeu brilhante e madrugador na alvorada libertadora do 25 de Abril.

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