O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

24 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009

Por isso, mesmo que a tragicomédia da ingovernabilidade hoje esteja esvaziada, o Governo não desistiu nunca de tentar atemorizar a Assembleia da República com a ameaça deste Orçamento rectificativo.
Quero, por isso, comunicar à Assembleia da República e ao Governo que o Bloco de Esquerda, votando contra esta política orçamental a que se opôs desde o princípio, não desiste do presente e nem a invocação de qualquer abade nos fará desistir da necessidade de correcção da política económica que tem levado à falta de transparência das contas públicas e à falta de eficácia da intervenção pública.
O Governo, aliás, sabe hoje que, no «continuísmo» da política orçamental, tem maioria absoluta, tem mesmo maioria absoluta e tem até maioria absolutíssima, o problema é que o País não reconhece essa política orçamental. O País olha para o desemprego, o País conhece a precariedade, o País conhece a pobreza, o País conhece o facilitismo orçamental e, por isso, pede rigor onde há falta de cuidado, pede políticas que atendam às desigualdades e corrijam os erros das contas públicas onde há facilitismo, onde há desleixo e onde há laxismo orçamental.
Este Orçamento é a prova provada do laxismo e da falta de responsabilidade.
Primeira irresponsabilidade: não tinha contas certas. É uma maquilhagem eleitoral que nos traz, até Dezembro, a discutir este Orçamento, depois de seis meses de fantasia orçamental» O Governo sabia em Maio, sabia em Junho, sabia em Julho, sabia em Agosto, sabia em Setembro, sabia em Outubro, sabia em Novembro que as contas não permitiam manter a ficção orçamental que tinha definido anteriormente.
Irresponsabilidade é não trazer as contas certas no momento certo!!

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Muito bem!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Segunda irresponsabilidade: as contas não batem certo, mesmo agora não batem certo!! E não batem certo no detalhe! Há um mapa que nos fala das necessidades de financiamento (de 13 700 milhões de euros) e um outro que nos fala de 14 100 milhões de euros»! Há 300 milhões de euros a menos!!» Há um mapa que nos fala de 49 500 milhões de euros de despesa total em Janeiro e um outro mapa que nos fala da mesma despesa total em Janeiro de 48 900 milhões de euros»! Há 600 milhões de euros a mais!!...
Este Governo não apresenta contas certas neste Orçamento! Terceira irresponsabilidade: há perda de receitas fiscais? É claro que sim! Elas são inevitáveis, porque decorrem da crise. Mas a perda da receita fiscal determina um défice abaixo dos 7%. Ora, o Governo alude vagamente a um défice acima dos 8% — aqui já vão 1900 milhões de euros a mais. Mas, então, porque é que nos pede margem concreta para um défice de 9% e já vão mais 1000 milhões a mais?!... A irresponsabilidade é não ter contas certas! Quarta irresponsabilidade: o Ministro das Finanças não nos apresenta qualquer perspectiva, qualquer previsão para o défice das administrações públicas em contas nacionais. Não quer ter contas certas! A 20 dias do fim do ano, não quer ter contas certas!! Irresponsabilidade a que a Assembleia não se pode vergar, evidentemente.
Quinta irresponsabilidade: nada nos diz da execução do Orçamento rectificativo anterior. É o segundo rectificativo!!... Há muito tempo que um ministro das Finanças não apresentava dois Orçamentos rectificativos! E acha que não tem a obrigação mínima de, perante a Assembleia, que verifica a execução do Orçamento, nos dizer em que é que foi gasto aquilo para que pediu autorização à Assembleia da República há uns meses?! Sexta irresponsabilidade: pede-nos mais 310 milhões de euros para a dotação provisional, mas não nos diz em que é que gastou 600 milhões de euros. Diz-nos agora que 310 milhões de euros, a três semanas do fim do ano, são necessários, porque pode haver «sinais», repito, «sinais», porventura cabalísticos, de que haja «necessidades inesperadas», mas não nos diz quais são essas necessidades.
Sétima e última irresponsabilidade: aquilo que o Governo está a fazer não responde perante a Assembleia.
Perguntamos nós: onde é que está o dinheiro que está a ser perdido agora no BPN? Responde o Governo: é um benefício para o Estado, porque o registo do BPN são 380 milhões de euros em capital social na carteira de participações do Tesouro. Evidentemente não contabiliza a perda final, ainda não chegámos ao tempo de apurar a despesa total, porque não foram vendidos os balcões do BPN, mas sobre a previsão dessa conta e

Páginas Relacionadas
Página 0007:
7 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 O Sr. Presidente: — Antes de mais, infor
Pág.Página 7
Página 0008:
8 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 parte do limite de 20 000 milhões de eur
Pág.Página 8
Página 0009:
9 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 endividamento, mas não têm a coragem — t
Pág.Página 9
Página 0010:
10 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 O Orçamento que o Sr. Ministro das Fina
Pág.Página 10
Página 0011:
11 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 Aplausos do PS. Protestos do Depu
Pág.Página 11
Página 0012:
12 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 O Sr. Ministro de Estado e das Finanças
Pág.Página 12
Página 0013:
13 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 Que números, que estimativas nos vai ap
Pág.Página 13
Página 0014:
14 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 Por isso, Sr. Ministro, que soluções ha
Pág.Página 14
Página 0015:
15 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 a dizer que não era preciso, não era pr
Pág.Página 15
Página 0016:
16 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 O Sr. Afonso Candal (PS): — Tal e qual!
Pág.Página 16
Página 0017:
17 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 As associações deste sector fazem uma e
Pág.Página 17
Página 0018:
18 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr.
Pág.Página 18
Página 0019:
19 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 Portanto, não é de estranhar que, face
Pág.Página 19
Página 0020:
20 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 Trata-se, assim, Sr. Presidente e Srs.
Pág.Página 20
Página 0021:
21 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 Quer dizer: não tinha no passado, mas,
Pág.Página 21
Página 0022:
22 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 Do ponto de vista do contrato político,
Pág.Página 22
Página 0023:
23 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 Qualquer português mais informado pergu
Pág.Página 23
Página 0025:
25 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 da sua valorização pela precaução das c
Pág.Página 25
Página 0026:
26 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 trabalhadores e das empresas a verdadei
Pág.Página 26
Página 0027:
27 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 Governo, por razões óbvias, é a de que
Pág.Página 27
Página 0028:
28 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 Esta é a grande diferença, Sr. Ministro
Pág.Página 28
Página 0029:
29 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 O Sr. Victor Baptista (PS): — É evident
Pág.Página 29
Página 0030:
30 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 Tudo isto é dinheiro que o Governo não
Pág.Página 30
Página 0031:
31 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 Aprovado o terceiro Orçamento do ano, é
Pág.Página 31
Página 0032:
32 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 ainda condições para fazer uma avaliaçã
Pág.Página 32
Página 0033:
33 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 Mantivemos igualmente um esforço da máq
Pág.Página 33
Página 0034:
34 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 Isto é feito à custa das empresas, da n
Pág.Página 34
Página 0035:
35 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 Não me parece que as medidas propostas
Pág.Página 35
Página 0036:
36 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 O Sr. Ministro de Estado e das Finanças
Pág.Página 36
Página 0037:
37 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 Submetida à votação, foi aprovada, com
Pág.Página 37
Página 0038:
38 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 Risos do PSD e do CDS-PP. Temos o
Pág.Página 38
Página 0039:
39 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 Portanto, são os portugueses do contine
Pág.Página 39
Página 0040:
40 | I Série - Número: 014 | 12 de Dezembro de 2009 Submetida à votação, foi rejeitada, com
Pág.Página 40